A
importância
da
indulgência
Qual o
verdadeiro
sentido
da
palavra
caridade,
como a
entendia
Jesus?
“Benevolência
para com
todos,
indulgência
para as
imperfeições
dos
outros,
perdão
das
ofensas.”1
Quando
Allan
Kardec,
já quase
ao final
da parte
terceira
de O
Livro
dos
Espíritos,
abordou
temas
referentes
à
Justiça,
Amor e
Caridade,
de modo
a melhor
compreender
esta
tríade
de
destacados
assuntos,
elaborou
uma
pergunta
bem
direta,
todavia,
talvez,
muitos
não
tenham
se dado
conta da
sua
importância.
Trata-se
da
questão
anteriormente
transcrita.
O
primeiro
destaque
em
relação
à
pergunta
é o fato
de Allan
Kardec
ter
perguntado
aos
Espíritos
a
opinião
de Jesus
sobre o
tema
caridade.
Por qual
razão
não
perguntou
genericamente:
Qual o
verdadeiro
sentido
da
palavra
caridade?
Como
devemos
praticar
a
caridade?
Como
Deus
entende
a
caridade?
O que é
caridade
segundo
as leis
de Deus?
São
muitas
opções,
mas o
Educador
de Lion
se
interessou
particularmente
pela
visão
específica
de
Jesus,
como se
esta
representasse
uma
orientação
de
destaque
sobre o
tema.
A
surpresa
da
resposta,
não
sabemos
se
também
teria
sido
para
Kardec,
foi
quando
os
Espíritos,
quem
sabe o
próprio
Jesus,
desconhecemos
quem
ditou a
resposta,
citou
apenas
modalidades
da
caridade
moral ou
imaterial,
para bem
expressá-la,
àquela
não
dependendo
de bens
objetivos,
mas
apenas
de
tesouros
subjetivos,
plenamente
se
realizando
pelo
exercício
das
conhecidas
virtudes.
É fato
ter o
dileto
discípulo
de
Pestalozzi,
mais à
frente,
por
outras
indagações,
explorado
especificamente
a
posição
da
famosa
esmola,
tão bem
conhecida
de
todos, a
mais
direta,
talvez a
mais
fácil
forma de
se
praticar
a
caridade.
Em
sentido
mais
abrangente
podendo
representar
qualquer
doação
material
a
necessitados,
seja o
que for:
cobertor,
moeda,
sopa,
remédio...
Contudo,
naquele
momento,
quando
se
construía
a pedra
fundamental
do
pensamento
kardeciano, O
Livro
dos
Espíritos,
a
caridade
moral,
tudo
indica,
aparentemente
foi
designada
como a
mais
relevante,
importante
e
meritória.
Afinal,
é o
entendimento
de
Jesus,
embora
tenhamos
plena
consciência
da
temática
caridade
ter sido
explorada
de mil
formas
pela
espiritualidade,
descrevendo
incontáveis
facetas
da
mesma,
ao longo
dos
compêndios
espíritas.
Destaca-se
também
da
resposta
o fato
dos
Espíritos
terem
apontado
exatamente
estas
três,
entre
tantas
possibilidades:
Benevolência,
Indulgência
e
Perdão,
como
virtudes
mais
representativas
da
prática
da
caridade,
especificamente
moral.
Da
percepção
comum,
benevolência
expressa
a
qualidade
de
alguém
que é
benevolente,
quer
dizer, é
afetuoso,
age com
estima
em
relação
ao
próximo.
Pode
significar
também
demonstrar
bondade,
ou mesmo
boa
vontade.
Ou seja,
se
expressa
caridade
por esta
virtude,
apenas
através
de
atitudes
simples,
no trato
com os
outros,
sendo
igualmente
compreensivo
e
tolerante.
A
propósito,
quando
perguntaram
a Chico
Xavier
em que
matéria
Emmanuel
era mais
exigente,
o médium
mineiro
disse
categórico: No
trato
com os
outros2.
Reflitamos
agora um
tanto
sobre a
indulgência.
Característica
de quem
é
indulgente,
isto
significa
ter
facilidade
em
perdoar
faltas
alheias.
Intimamente
vinculada
à
clemência,
tolerância
e
perdão,
que são
atitudes
ligadas
à
absolvição
de
outrem
sobre
castigos
e
punições.
Interessante
notar
que do
latim indulgentia,
que
provém
de indulgeo,
tem o
significado
de para
ser
gentil ou perdão
de uma
pena. Desta
forma,
indulgência
está
intimamente
ligada à
benevolência
e mesmo
ao
perdão.
A
terceira
indicação
de Jesus
seria
perdoar.
Liberar
alguém
de uma
culpa,
ofensa,
dívida,
sendo
fundamental
não
guardar
ressentimentos,
rancor,
raiva. É
de se
notar
que pode
ser
aplicada
a si
mesmo,
da mesma
forma
que a
indulgência,
visto
que
podemos
também
ser
indulgentes
conosco
mesmos.
Desta
ligeira
análise
das três
sugestões
do
Cristo,
ou da
interpretação
do
pensamento
de
Jesus,
pelos
Espíritos
superiores
responsáveis
pela
resposta,
observa-se
que a
segunda
recomendação
possui
uma
fronteira
com a
primeira
quando
se
imagina
o ser
gentil como
uma
atitude
indulgente,
de igual
modo,
também
possui
uma
interface
com a
terceira,
no que
tange ao
ato de
perdoar,
é a
essência
da
indulgência.
Sendo
assim,
poderíamos
destacar
entre as
três, a
indulgência,
pois se
exercitada
na sua
plenitude,
poderia
abranger
as
outras
duas.
Entretanto,
como nos
é
difícil
viver a
indulgência!
Eis aí
um
desafio,
para
todos os
aprendizes
das leis
eternas
do Pai,
valendo
a pena
lembrar
que ser
indulgente
não
significa
ser
conivente,
entendimento
obtuso
desta
prática
que
comumente
alcança
os
espíritas,
acreditando
que por
conta de
serem
indulgentes
devem:
tudo
tolerar,
tudo
aceitar,
tudo
permitir,
principalmente
nas
atividades
dentro
das
casas
espíritas,
por
conta
deste
equivocado
entendimento,
vemos
comumente
desvios
doutrinários,
na
prática
e na
teoria,
sendo
exercitados
nas
agremiações
espíritas.
Não
somos
juízes
da
conduta
alheia,
tampouco
censores
do
entendimento
do
próximo,
contudo,
há que
existir
bom
senso,
equilíbrio,
não
permitindo
que o
movimento
espírita,
através
de suas
unidades
praticantes,
os
centros,
deem
exemplos
lamentáveis
aos que
nos
procuram
em busca
de
orientação
de fato
espírita,
desorientando-os
baseados
em
entendimentos
pessoais
de seus
dirigentes.
Referências:
1 KARDEC,
Allan. O
Livro
dos
Espíritos. Trad.
Guillon
Ribeiro.
69. ed.
São
Paulo:
Edição
Calvário,
1968.
Parte
terceira
– Da lei
de
justiça,
de amor
e de
caridade
-
Capítulo
XI. Perg.
886.
2 BARBOSA,
Elias. No
mundo de
Chico
Xavier.
Encontro
com
Chico
Xavier.
cap.5.
Perg.
14.
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