Casais menos felizes
Se encontraste a felicidade no lar tranquilo, no
instante de julgar os companheiros em conflito no
casamento, guarda-te em silêncio, se não podes louvá-los
em algum ângulo da experiência que atravessam.
Já que conseguiste preservar a essência do amor nos
fixadores da amizade e da ternura sem mescla,
compadece-te daqueles que, de um momento para outro, se
reconheceram defrontados por incompatibilidade e
perturbação.
Efetivamente, anotaste-lhes os erros prováveis e lhes
viste as atitudes aparentemente impensadas ou inseguras;
no entanto, não lhes enxergastes os obstáculos e
lágrimas, ansiedades e angústias, na gênese do drama
doméstico em que se lhes arrasam as forças e do qual
agora talvez consigas observar somente o fim.
Quantos de nós carregamos pesados grilhões de culpas
adquiridos em existências passadas? Quantos compromissos
teremos relegado para trás, reclamando-nos atenção e
pagamento?
Entretanto, quando colocados uns à frente dos outros,
nos bastidores caseiros da Terra, por impositivos da
reencarnação, comumente fugimos de solucionar os
problemas e ressarcir os débitos que nós mesmos criamos.
Que o dever é dever não padece dúvidas, todavia em
muitas ocasiões não dispomos da força necessária para
cumpri-lo.
E, se no mundo encontramos, por vezes, credores humanos
e generosos que nos aguardam com paciência, que dizer do
Senhor, cuja justiça se erige em bases de infinita
misericórdia?
Se te observas feliz nos laços conjugais, é razoável que
não aplaudas aquilo que te pareça desequilíbrio, embora
nem sempre o seja, mas não censures os companheiros que
a provação vergasta e o desajuste domina.
Em lugar disso, ora por eles e abençoa-os, sem
recusar-lhes o apoio e a simpatia de que se mostrem
necessitados.
Tanto nós, quanto eles, estamos entregues à Bondade de
Deus e, em matéria de ajustamento aos imperativos do
amor, nenhum de nós, na Terra, por enquanto, consegue
saber com certeza se ainda hoje será para nós o dia de
receber auxílio ao invés de auxiliar.
Do livro Chico Xavier pede licença, mensagem
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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