A indiscutível sustentação conceitual do
Espiritismo
Na universalidade
do ensino dos Espíritos reside a força do Espiritismo
“Experimentai se os Espíritos são de Deus...” -
I João, 4:1.
A Doutrina Espírita possui – entre outros – um
extraordinário diferencial que a coloca em um patamar
jamais logrado por nenhuma outra religião ou filosofia:
a Universalidade do Ensino dos Espíritos. Aí está
o inexpugnável quão inviolável sistema de segurança do
Espiritismo que lhe dá incontestável autoridade! Tão
importante e notável é este diferencial que Allan Kardec
vai referir-se a ele logo no tomo II da introdução de “O
Evangelho segundo o Espiritismo”. Fixemo-nos em
alguns daqueles tópicos para nossa instrução: “se a
Doutrina Espírita fosse de concepção puramente humana,
não ofereceria por penhor senão as luzes daquele que a
houvesse concebido. Ora, ninguém, neste mundo, poderia
alimentar fundadamente a pretensão de possuir, com
exclusividade, a verdade absoluta. Se os Espíritos que a
revelaram se houvessem manifestado a um só homem, nada
lhe garantiria a origem, porquanto fora necessário
acreditar, sob palavra, naquele que dissesse ter
recebido deles o ensino.
(...) Quis Deus que a Nova Revelação chegasse aos homens
por mais rápido caminho e mais autêntico. Incumbiu,
pois, os Espíritos de levá-la de um polo a outro,
manifestando-se por toda a parte, sem conferir a ninguém
o privilégio de lhes ouvir a palavra.
(...) São, pois, os próprios Espíritos que fazem a
propaganda do Espiritismo, com o auxílio dos inúmeros
médiuns que, também eles, os Espíritos, vão suscitando
de todos os lados. Se tivesse havido unicamente um
intérprete, por mais favorecido que fosse, o Espiritismo
mal seria conhecido. Qualquer que fosse a classe a que
pertencesse, tal intérprete houvera sido objeto das
prevenções de muita gente e nem todas as nações o teriam
aceitado, ao passo que os Espíritos se comunicam em
todos os pontos da Terra, a todos os povos, a todas as
seitas, a todos os partidos, e todos os aceitam. O
Espiritismo não tem nacionalidade e não faz parte de
nenhum culto existente; nenhuma classe social o impõe,
visto que qualquer pessoa pode receber instruções de
seus parentes e amigos de além-túmulo. Nessa
universalidade do ensino dos Espíritos reside a força do
Espiritismo e, também, a causa de sua tão rápida
propagação. Enquanto a palavra de um só homem, mesmo com
o concurso da imprensa, levaria séculos para chegar ao
conhecimento de todos, milhares de vozes se fazem ouvir
simultaneamente em todos os recantos do planeta,
proclamando os mesmos princípios e transmitindo-os aos
mais ignorantes, como aos mais doutos, a fim de que não
haja deserdados. É uma vantagem de que não gozara ainda
nenhuma das doutrinas surgidas até hoje. Se o
Espiritismo, portanto, é uma verdade, não teme o
malquerer dos homens, nem as revoluções morais, nem as
subversões físicas do globo, porque nada disso pode
atingir os Espíritos”.
Kardec sintetiza bem este
mecanismo universal de sustentação conceitual do
Espiritismo, afirmando categoricamente: “uma
só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos: a
concordância que haja entre as revelações que eles façam
espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns
estranhos uns aos outros e em vários lugares”.
E completa ainda o Mestre Lionês: “(...) não será à
opinião de um homem que se aliarão os outros, mas à voz
unânime dos Espíritos; não será um homem, nem nós, nem
qualquer outro que fundará a ortodoxia espírita;
tampouco será um Espírito que se venha impor a quem quer
que seja: será a universalidade dos Espíritos que se
comunicam em toda a Terra, por ordem de Deus. Esse o
caráter essencial da Doutrina Espírita; essa a sua
força, a sua autoridade!...
Quis Deus que a Sua lei assentasse em base inamovível e
por isso não lhe deu por fundamento a cabeça frágil de
um só”.
O Nobre e Insuperável Filho de Lyon finaliza o
mencionado tomo, descortinando-nos – de forma magistral
e segura – as alvíssaras de um futuro ditoso: “(...) já
se desenha o harmonioso conjunto... Este século não
passará sem que ele resplandeça em todo o seu brilho, de
modo a dissipar todas as incertezas, porquanto daqui até
lá potentes vozes terão recebido a missão de se fazerem
ouvir, para congregar os homens sob a mesma bandeira,
uma vez que o campo se ache suficientemente lavrado”.