Tema: Amor aos animais/ Leis de Deus
Os
pintinhos e a chuva
Cris morava em uma linda chácara, com muitas árvores,
flores e frutas. Moravam também ali, além de sua
família, seus animais de estimação, dos quais ela
cuidava com muita atenção e carinho.
Havia entre eles uma galinha garnisé chamada Cocó, que
era pequena, preta e boa mãe. Ela havia chocado bem seus
ovos e deles haviam nascido, fazia poucos dias, seis
pintinhos fofos e lindos, com peninhas pretas e
amarelas.
Os pintinhos eram absolutamente encantadores. Delicados
pompons fofos, com perninhas e biquinhos, que ciscavam,
davam corridinhas para lá e para cá e dormiam todos
juntos, embaixo das asas da Cocó.
Cris gostava de observá-los pelo jardim e alimentá-los.
– Cocó! Cocóóóó! – chamava ela, em voz alta, debruçada
na cerca entre a casa e o quintal.
Logo avistava a família vindo correndo, satisfeita, para
receber um punhado de comida.
Certa vez, numa tarde de sol forte e muito calor, tudo
corria como de costume na chácara, até que, de repente,
o tempo começou a mudar. Os sinais no céu mostravam que
uma chuva forte estava chegando. Muitas nuvens escuras
se aproximavam rapidamente, escurecendo o dia. Alguns
raios já se viam ao longe.
Uma porta que estava aberta bateu forte, com o vento,
fazendo um estrondo tremendo que assustou quem estava
por perto.
Cris, mais do que depressa chamou seus filhos, dizendo:
– Queridos, me ajudem, vai chover!
As crianças sabiam que era necessário resguardar a casa
e os animais. Já tinham feito isso antes e foram,
rapidamente, tomando as providências.
– Vou fechar a casa – disse Téo, subindo a escada aos
pulos.
Pedro e Ana correram para guardar os cachorros no canil
e recolher as roupas do varal. Cris pegou uma caixa de
papelão e saiu em busca dos pintinhos.
Encontrou Cocó e seus filhotes perto de seu ninho. Ela
não podia deixá-los lá. Com certeza ficariam todos
molhados e depois doentes. Num gesto rápido, Cris
conseguiu pegar um pintinho e colocá-lo na caixa. Mas
isso foi o bastante para que os outros se espalhassem,
assustados, correndo e piando, pelo quintal, obrigando
Cris a correr atrás deles, também. Cocó, agitada,
tentava, ao mesmo tempo fugir e proteger os filhotes.
Cris compreendia a aflição dos pobrezinhos. Deviam estar
achando que era o fim do mundo. Não bastasse o tempo
ruim, ainda vinha ela para persegui-los.
Mas ela sabia que seria o melhor pra eles, e continuava
tentando alcançá-los o quanto antes. As crianças
perceberam a situação e assim que puderam foram ajudar
sua mãe, pois os primeiros pingos já começavam a cair.
Conseguiram, juntos, reunir, rapidamente, os pintinhos.
Cocó deu mais trabalho, mas foi cercada por Téo e
apanhada por Ana. Cris comemorou a agilidade dos filhos,
que encerrou, em boa hora, a dinâmica tarefa. Cocó se
juntou a seus pintinhos, na caixa, que foi finalmente
colocada, a salvo, no quartinho dos fundos.
Cris e as crianças entraram correndo em casa para se
protegerem também. Ficaram olhando a chuva, através da
vidraça. Caía muita água e as plantas balançavam
fortemente. Pedrinhas de granizo começaram a bater no
chão da varanda.
Lá fora tanta agitação, mas Cris se sentia tranquila.
Estavam todos resguardados. A chuva era forte, mas até
bonita de se ver. Era necessária, pois traria renovação.
Pensou nos pintinhos, que, mesmo sem compreenderem seu
gesto, estavam bem e logo voltariam a ciscar pelo
quintal.
– Se soubessem, não teriam dado tanto trabalho os
danadinhos!
E sorrindo para si própria, considerou:
– Mas, não posso reclamar! Quantas vezes devo ter agido
assim, quando Deus me resguardou! Muitas vezes Ele nos
protege, sem que a gente O compreenda também.
Enquanto Cris observava, pensando em Deus, na Sua
providência e nas lições da natureza, a chuva foi
ficando cada vez mais fraca, até acabar.
Ela olhou para o céu e viu que, por detrás das nuvens, o
sol já voltava a surgir.
A chuva tinha trazido renovação até para o seu coração.