Divaldo Franco: “Jesus espera por todos nós; o Evangelho
é o mapa para sermos felizes”
O conhecido orador foi um dos destaques do Congresso
Espírita da Espanha realizado no início deste mês em
Ciudad Real
Na sexta-feira, 7 de dezembro de 2018, teve início o XXV
Congresso Espírita Nacional da Espanha, realizado em Ciudad
Real. Divaldo Pereira Franco foi o palestrante
especialmente convidado para proferir a conferência de
abertura do congresso, cujo tema foi El Espíritu de
Verdad. O evento ocorreu nas dependências do hotel
Doña Carlota.
Após as solenidades iniciais e as devidas apresentações,
o Dr. Juan Danilo Rodríguez saudou o público em nome da
veneranda instituição Mansão do Caminho e também,
atendendo à solicitação dos organizadores, cantou Aleluia,
de Georg Friedrich Händel, harmonizando ainda
mais o ambiente e a todos encantando com sua
sensibilidade.
Conferência –
Divaldo Franco, assumindo as atividades do evento, citou
a célebre assertiva de Marco Túlio Cícero: A História
é a pedra de toque que desgasta o tempo e apresenta a
verdade. Narrou a história do Império Romano desde o
ano 59 a.C., discorrendo acerca do primeiro e segundo
triunviratos, a morte do imperador César, assassinado
pelo próprio filho, com o auxílio dos senadores romanos,
enaltecendo a célebre e recuada noite em que a Terra
recebeu o Ser mais extraordinário que aqui nasceu: o Rei
da Humanidade, Jesus, que de tão grande não coube na
história da humanidade, dividindo-a entre antes e depois
dele, narrando as vivências daquele menino que iria
mudar a história de todo o mundo.
Divaldo Franco viajou com seu verbo eloquente pela
pequena Cafarnaum, conduzindo a atenta plateia pelas
cercanias do lago de Genesaré, também conhecido como Mar
da Galileia, onde teve início a mais bela psicologia que
se pode conceber, a psicologia do amor. O povo, porém,
sempre procedeu mal com seus profetas. Fora assim com
Sócrates, foi assim também com Jesus. Segundo Friedrich
Nietzsche, toda ideia nova passa pela negação,
depois é levada ao ridículo, para finalmente, em
sobrevivendo, ser aceita.
Matamos Jesus, mas Ele voltou, para nos dizer que a vida
do ser imortal é indestrutível. O nobre orador ainda
narrou com muita propriedade os feitos ignóbeis das
Cruzadas e os crimes da dita “Santa” Inquisição, os
quais, somados, mataram mais pessoas do que muitas
guerras que assolaram e ainda abalam a humanidade.
Jesus, porém, sendo o amor por excelência, alertou-nos
que jamais nos deixaria sós, conforme é narrado no
evangelho de João, cap. XIV, vv. 15 a 17 e 26. Se me
amais, guardai os meus mandamentos e eu rogarei a meu
Pai e Ele vos enviará outro Consolador, a fim de que
fique eternamente convosco: O Espírito de Verdade, que o
mundo não pode receber, porque o não vê e absolutamente
não o conhece. Mas, quanto a vos, conhecê-lo-eis,
porque ficará convosco e estará em vós.
O digno trabalhador de Jesus, Divaldo Franco,
perfeitamente mergulhado no psiquismo das narrativas e
visivelmente inspirado pelos benfeitores da humanidade,
descreveu com muita lógica e clareza a evolução
antropológica da humanidade, desde o surgimento da
criatura humana, até os dias atuais, sempre com um toque
de humor, descontraindo e convidando todos ao
entendimento e à compreensão, digno de quem tem
habilidades na oratória, fruto de décadas de trabalho e
dedicação na divulgação da Doutrina Espírita.
Referindo-se a Allan Kardec, o professor Rivail, homem
notável, que se entregou ao labor até a consumpção de
suas forças, pois sabia que havia pressa em concluir as
obras que iriam construir a base de um novo edifício,
facultando o despertar da consciência da humanidade,
viabilizando a presença do Consolador de que
necessitamos todos, rumando para um mundo melhor,
modificando-nos cada qual para melhor. De fato, graças
ao Espírito de Verdade, compreendemos que o sentido da
vida é servir.
Encaminhando-se para o encerramento da conferência, o
Semeador de Estrelas disse que somente mudaremos o mundo
quando aprendermos a conquistar a paz. Duas condições
são básicas para que tenhamos um mundo melhor, amar e
servir. As dores, concluiu o “trovador de Deus”, são
experiências de vida, não são castigos de Deus, porque
Deus é amor.
Ao encerrar a atividade de abertura do XXV Congresso
Espírita Nacional, o trabalhador incansável do Cristo
foi aplaudido de pé por todos os presentes,
prosseguindo, ainda, por mais alguns instantes no
auditório, atendendo os presentes, respondendo as
perguntas, com o abraço e o acolhimento afetuoso que lhe
são característicos.
Minisseminário –
Na noite de sábado, 8 de dezembro de 2018, o incansável
trabalhador de Jesus, Divaldo Pereira Franco, encerrou
sua participação no XXV Congresso Espírita Nacional da
Espanha, apresentando um minisseminário em conjunto com
Haroldo Dutra Dias, também orador brasileiro, cujo tema
foi El Evangelio Según El Espiritismo y su Influencia
en la Sociedad.
Divaldo Franco, abordando o tema, narrou de forma
emocionante a história da jovem armênia que durante a
guerra entre os turcos e os armênios, embora de curta
duração, deixou um saldo de centenas de milhares de
mortos. A jovem viu sua casa ser inesperadamente
invadida pelos soldados turcos, que tiraram a vida de
todos os seus familiares, levando-a para que fosse
servir aos caprichos de um comandante psicopata. Após o
término da guerra, a jovem se dedicou aos estudos,
graduando-se em enfermagem.
Certo dia foi chamada, por sua dedicação e competência,
a dispensar os melhores e mais dedicados cuidados à
saúde de um homem em gravíssimas condições de
enfermidade. Era ele o mesmo comandante que a fizera
prisioneira. Ao final do exitoso tratamento, graças à
sua dedicação de filha, ela revelou-lhe tê-lo
reconhecido desde o princípio como o algoz que lhe
arrebatou grande parte de sua vida, ao exterminar a sua
família naquele recuado dia no período da guerra.
Revelou-lhe, também, seu perdão radical, pois que havia
conhecido Jesus, permitindo que o Mestre não apenas
adentrasse sua vida, mas que seu amor incondicional, sua
entrega em holocausto por amor à humanidade também
mudasse sua vida, fazendo-a compreender a importância e
o significado da opção de amar e servir, dando assim um
novo sentido à sua existência.
Quem é esse Jesus que nos convida ao perdão? Questionou
Divaldo, tocando profundamente o coração dos presentes,
fazendo com que cada um dos presentes mergulhasse em seu
mundo interior e revisasse suas ações, sua própria vida.
Com toda a certeza, Jesus é o Ser mais perturbador da
humanidade, ninguém há que Lhe fique indiferente. Sua
força é extraordinária, não importa se o vemos dessa ou
daquela forma, visto que Ele é, indubitavelmente, o
modelo e o guia da humanidade.
Como cristãos, esclareceu o arauto do evangelho, nossa
maior alegria é trabalharmos pela nossa mudança para
melhor, e o Espiritismo, que é uma doutrina de atos, nos
convida ao trabalho no solo, ainda árido, de nossos
corações, pois, como não podemos sozinhos mudar a
sociedade, busquemos mudar a nós mesmos.
Necessitamos levar esta doutrina, bem como o Evangelho
de Jesus, à humanidade, nesta hora de mudanças, quando
caminhamos para um mundo de regeneração.
Vivemos dias de inteligência e tecnologia de ponta e de
dificuldades, solidão e ansiedade. Mas então, proclamou
o Semeador da Boa Nova, poderemos mudar-nos para melhor,
começando por sorrirmos mais, sermos mais gentis.
“Estamos cansados de rudeza e sedentos de amor. Jesus
espera por todos nós; o Evangelho é o mapa para sermos
felizes” – afirmou, enfático, Divaldo Franco.
Ao encerrar a conferência, após exaustivos aplausos, os
conferencistas ainda responderam as inúmeras indagações
formuladas pelo público presente, encerrando a noite e o
roteiro pela Espanha.
Uma vez tendo colocado as mãos no arado divino, Divaldo
Franco, esse trabalhador infatigável do Cristo, nunca
mais olhou para trás, prosseguindo na jubilosa tarefa de
semear as luzes do Evangelho. Na história do Espiritismo,
quiçá do Cristianismo, jamais a humanidade foi
testemunha de um orador cristão desse jaez, que realizou
mais de 23.000 conferências e seminários em mais de
3.200 cidades de 72 países dos cinco continentes,
divulgando os conceitos espíritas, filosóficos, éticos,
numa visão universalista, motivo pelo qual muitos, com
inteira razão, costumam designá-lo como o “Paulo de
Tarso” dos nossos dias.
Texto: Ênio Medeiros
Fotos: Jaqueline Medeiros