Nem só de grana vive o homem...
Recentemente assisti a uma entrevista da modelo
brasileira Gisele Bündchen, em que ela disse ter
sofrido síndrome do pânico. O mais curioso foi o
relato de que se sentiu "perdida" porque, de
certa forma, pelo seu sucesso, faltava um pouco
de compaixão alheia.
Mais ou menos assim: Você é rica, famosa, tem de
tudo, portanto, não pode sofrer.
Bem provável que você já tenha visto situações
deste nível, em que pessoas com posses materiais
falam de suas necessidades, ou fazem qualquer
reclamação e alguém sai com uma dessas: “Mas
está reclamando de quê? Tem de tudo na vida,
deveria agradecer a Deus!”
Este é um assunto pouco abordado e que revela
uma mentalidade puramente materialista. É muito
comum julgar que indivíduos com bons empregos,
carros possantes e muita grana na conta bancária
estão com a “vida ganha” e não têm mais qualquer
necessidade, como se a vida se resumisse à
satisfação dos gozos da matéria. Logo, se as
questões materiais estão satisfeitas, a vida
está boa, plena, feliz.
Mas não é bem assim que a banda toca. É claro
que as questões materiais têm sua importância e
influenciam decisivamente nos níveis de
felicidade do sujeito, mas há de convir que
essas questões estão bem longe de serem as mais
importantes da existência humana.
Somos muito além da matéria, somos Espíritos em
trânsito por este mundo, e, em assim sendo,
temos as nossas necessidades de ordem espiritual
que precisam ser contempladas para que
experimentemos um pouco desta felicidade
relativa que se pode viver num mundo como a
Terra.
Se isto não fosse verdade teríamos a seguinte
questão: quanto mais rico o indivíduo, maior o
seu nível de felicidade.
Entretanto, uma simples observação mostra que se
uma boa posição financeira ajuda, esta posição,
porém, não garante a paz de espírito advinda de
dois pontos além matéria: Consciência tranquila
e fé no futuro.
Sem abraçar a consciência tranquila e a fé no
futuro não há como vivenciar uma existência
relativamente feliz.
Precisamos, então, olhar as pessoas como
Espíritos que são, muito além da conta bancária
e das questões materiais, pois é de uma extrema
insensibilidade desprezarmos a dor do outro
porque ele tem sucesso no campo da matéria,
esquecendo que este indivíduo é um Espírito
imortal, portanto, sofre e passa dificuldades
apesar de ter dinheiro.
Olhar sempre o indivíduo como Espírito
permite-nos livrar-nos da falta de compaixão
alegada pela rica e famosa modelo brasileira.