Brasil
por Paulo Salerno

Ano 12 - N° 601 - 13 de Janeiro de 2019

Divaldo Franco: “O amor é a maior dádiva do processo antropossociológico e Jesus é o natal de nossas vidas”

 

O conhecido orador examinou em conferência no TRT da Bahia o tema “Ciência e religião: Em busca do ser integral”

 

A conferência no Tribunal Regional do Trabalho da Bahia foi proferida no dia 14 de dezembro. O evento fez parte do encerramento das atividades curriculares de 2018 da Escola Judicial do TRT da Bahia, sob a direção da Desembargadora Margareth Costa. A Vice-Presidente do TRT, a Desembargadora Débora Machado, representando o seu Presidente, juntamente com a Diretora da Escola Judicial, recepcionou Divaldo Pereira Franco.

A abertura foi protagonizada pelo Coral Ecumênico da Bahia. Outros dois artistas se apresentaram em momentos diversos do evento, Armandinho Macedo – o Armandinho do Trio Elétrico – e a cantora, musicista Margareth Menezes. Todos sensibilizaram sobremaneira o público que lotava o Auditório do Pleno.

Divaldo Franco discorreu sobre a história do desenvolvimento psicossocial da criatura humana, notadamente os esforços dos filósofos gregos em descobrir, em orientar para a conquista da felicidade, ou plenitude. Apresentando as teses de vários pensadores pré-socráticos, o orador enalteceu a proposta de Sócrates ao estabelecer que o ser humano deveria conhecer-se a si mesmo e, então, sentir-se-ia feliz, vivendo em plenitude. Esta mesma proposta foi apresentada pelo maior psicoterapeuta que a humanidade conheceu, Jesus de Nazaré, assinalando que há uma razão para o existir.

Quando os indivíduos alcançam uma certa lucidez, descobrem que não podem viver escravos do que possuem, nem, tão pouco, escravos do que não têm. Quando essa equação é resolvida, o ser humano compreende que a felicidade, a plenitude, é ser, transcendendo a enganosa sensação de tudo o que seja material, transitório e perecível. Amar a Deus, amar-se e amar ao próximo, empregando no cotidiano os ensinamentos e exemplos do Cristo Jesus, é dever de todos os que, buscando a lucidez, constroem-se melhores a cada dia, a cada oportunidade de praticar o vero Amor.

Todos os que desejarem alcançar a plenitude devem se esforçar por abandonar as más inclinações, apegando-se às virtudes. Perdão, solidariedade, caridade, misericórdia, entre tantas outras expressões do amor, darão plenitude ao ser que almeja transformar-se em criatura digna e proba. Todo aquele que ama desencadeia em seu organismo a produção de hormônios encarregados de elevar o indivíduo ao patamar da felicidade, da plenitude, da alegria. Quem ama é pleno, quem deseja ser amado é, ainda, uma criança psicológica. O amor é a fonte Universal da vida.

A Doutrina Espírita, vindo a lume em 18 de abril de 1857 pela pena do codificador Allan Kardec, inaugurou a Era Nova, a Era do Espírito imortal. A vida é espiritual, suas expressões são fenomenais. Divaldo, como sempre, se utiliza do riso como uma terapia, elevando os níveis de felicidade nos indivíduos que o escutam com atenção. Assim, destacou que é de fundamental importância o estudo da Doutrina Espírita, conduzindo o estudioso a conhecer e reconhecer a sua própria necessidade de recuperação moral, de amar, de perdoar, de não competir com vaidades, desenvolvendo a humildade, a paz na Terra, que será alcançada ao pacificar o seu próprio coração, vivendo com alegria, tornando-se um ser íntegro e integral. “O amor é a maior dádiva do processo antropossociológico e Jesus é o natal de nossas vidas”, disse o orador.

Finalizando sua magnífica conferência, Divaldo Franco declamou o Poema da Gratidão, de Amélia Rodrigues. Os aplausos foram intensos, e o público de pé se demorou aplaudindo-o.

A Desembargadora Margareth Costa, encerrando a atividade da Escola Judicial, apresentou um relato das atividades, atestando o profícuo trabalho de capacitação e aperfeiçoamento dos profissionais jurídicos, com alicerce no binômio ensinar-educar, tratando com humanidade os indivíduos.

No Centro Espírita Caminho da Redenção

A conferência no Tribunal Regional do Trabalho foi uma das inúmeras atividades de que Divaldo Franco participou no mês de dezembro, como se deu no dia 13 de dezembro, em que ele recepcionou no Centro Espírita Caminho da Redenção (CECR) um público expectante.

Na presença de diversos representantes de vários estados do Brasil e do Exterior, abordou a atual realidade enfatizando que os dias de hoje são de ações do mal contra o bem, levando-se em conta que a criatura humana está em processo de evolução.

Há pessoas frágeis, e por conseguinte, a liberdade deve ser respeitada como direito de todos, sem qualquer distinção, onde a Lei de Amor deve viger as relações humanas. Essa lei foi considerada pelo notável físico Einstein como sendo a quinta força a sustentar e dinamizar o Universo. Com base na Lei de Amor o Cristo atuou, e atua, para encaminhar a humanidade da Terra para o seu progresso moral, em permanente evolução, encontrando-se, hoje, em pleno desenvolvimento da transição para um mundo melhor, harmônico, pacífico e moralmente equilibrado.

Tratando sobre a mediunidade, enfatizou o estudo sistemático e constante de O Livro dos Médiuns, as aquisições morais para que a mediunidade seja dignificada, com benefícios paras os envolvidos no processo da faculdade, devendo o médium, também, pautar a sua vida no equilíbrio e na normalidade, com exercício rigoroso da disciplina, da ética e da moral, observando as orientações seguras da Doutrina Espírita.

Sobre o aborto delituoso, o nobre orador asseverou que, via de regra, o abortado se revolta, busca a vingança. O aborto provocado é um crime, inclusive na Lei estabelecida pelos legisladores brasileiros. O perdão, como em qualquer caso ou circunstância, é de fundamental importância, e deve ser iniciado com o arrependimento, prosseguindo com a reparação do mal realizado, fazendo o bem, eliminando os pontos negativos anteriores.

Contemplando uma necessidade de conhecimento e compreensão sobre uma ocorrência que cresce vertiginosamente em a sociedade humana, Divaldo Franco esclareceu que se observa que o suicídio entre os jovens é praticado pelos que trazem essa tendência de outras existências, reincidindo pela fragilidade moral, pela reminiscência daquela culpa. O suicida recebe uma nova reencarnação para superar o seu projeto de vida, completando o programa da reencarnação até o estabelecimento de sua conclusão, não lhe cabendo abreviar os seus dias de labor no campo físico.

Ao destacar o Mestre de Nazaré, o ínclito orador esclareceu que o tipo de psicologia empregado por Jesus é o mesmo utilizado por Joanna de Ângelis, é uma psicologia analítica, com base nos arquétipos. Freud destacava que o inconsciente do ser humano ocupa 98% de seu espectro, afigurando que o consciente é somente uma casca de nozes na superfície do Oceano Pacífico. Jesus aplicava a psicologia da solidariedade, não se preocupando com o que o outro faz ou deixa de fazer. A Sua tarefa foi de amor e de soerguimento dos caídos. As sombras, estudadas na psicologia nada mais são do que as más inclinações destacadas por Allan Kardec. Jesus é todo compaixão e misericórdia. O emprego do amor luariza qualquer relacionamento. Falando da excelência do amor, Divaldo Franco encerrou sua riquíssima explanação.

Grupo Ação Comunitária Lygia Banhos

O Centro Espírita Caminho da Redenção assemelha-se a uma colmeia de abelhas, sempre em atividades febricitantes, contudo, no período de final de ano, a faina aumenta e as atividades se multiplicam, pois que as expectativas são sempre muito aguardadas. Na tarde do dia 15 de dezembro, o Grupo Ação Comunitária Lygia Banhos promoveu o encerramento das suas atividades do ano. O evento realizado no Cenáculo do Centro Espírita Caminho da Redenção – CECR, comemorou, com as crianças e seus pais, o nascimento de Jesus. O Grupo integra o Departamento Social do CECR. Edilton Silva coordenou as atividades, onde a música natalina e a lembrança forte do sentimento de homenagem a Jesus irmanou os presentes em suave congraçamento.

Edilton destacou que esta é uma época importante para, com mais ênfase, se prestar homenagens ao Mestre Jesus, onde o amor deve ser doado uns aos outros, pois as vidas são imortais, asseverando que Deus e Jesus Cristo se fazem presentes no cotidiano de cada um. A Mansão do Caminho é a escola de almas que Jesus e seus seguidores se utilizam para as doações de alimentos espirituais, saciando a sede dos Espíritos. Divaldo Franco, disse Edilton, é semelhante a um grande representante de Jesus na Terra, e na Mansão do Caminho, Jesus de Nazaré atua através das obras de benemerência.

Divaldo Franco asseverou que esse é um momento de muita alegria, recordando a mensagem de Jesus, esse homem incomparável que está no coração de todos. Narrando uma bela história escrita por Eça de Queiroz, que se passa na cidade de Siquém, já desaparecida, na Cisjordânia, destacou a presença de Jesus na vida de todos os que O buscam verdadeiramente. Jesus não está longe, está no coração daqueles que suplicam a Sua ajuda, como nesta bela e comovente história, onde um menino, doente e muito pobre, anelava por um encontro com Jesus, certo de alcançar a cura, embora sua mãe, mais racional, lhe dizia que isso seria impossível de acontecer. A criança tinha a certeza de que se visse Jesus ficaria curada, sua fé era imensa. Naquela noite a porta de sua casa se abriu e Jesus se apresentou ao menino dizendo: Aqui estou!

Jesus sempre está com os seus irmãos, visita a todos. Quando Ele vem, os seres O sentem em sua suave presença benfazeja. Para tal, será necessário a prática da oração sincera e sentida, Lhe falando com os sentimentos elevados, com o coração, rogando coragem, resignação, pois o ser humano ainda é muito insignificante ante a figura magistral do Mestre, distribuindo amor, conhecimento e esperança. É importante o cumprimento da Lei de Amor, dando o testemunho através da transformação moral para melhor.

A vida na Terra é breve, e, de um momento para outro, Deus arrebata o seu filho para a vida espiritual. É necessário que cada qual se mantenha preparado para o retorno ao mundo dos Espíritos, cultivando a alegria, a esperança, transformando-se em alguém melhor moralmente, devotando a sua vida para bem servir ao próximo, rejeitando os convites infelizes para os vícios de qualquer ordem. É dever de todo ser humano amar, viver intensamente amando e servindo em nome de Jesus Cristo sem prejudicar a ninguém, não aceitando o apelo das ilusões, construindo uma vida cheia de alegria, convivendo com todos, em memória de Jesus.

Divaldo Franco confessou ser feliz por ter como irmãos em humanidade aqueles que ali estavam. Disse mais, o próximo é o seu tesouro, sabendo que Deus toma conta de todos e que Jesus é a companhia permanente na vida de cada qual. Jesus é a luz nos corações dos homens. Abraçando a todos, Divaldo disse que conta com o auxílio que virá de seus irmãos em humanidade tão logo necessite. Encerrando o seu colóquio com aquelas crianças e seus pais, suplicou que orem por ele e em favor dele. Ato contínuo, todos os participantes receberam seus presentes, acompanhados de um farnel.

Homenagem póstuma a Nestor João Masotti

Em outra oportunidade, o CECR abriu as suas portas para receber um sem-número de participantes para ouvirem Divaldo Franco, o Trator de Deus, nas palavras do saudoso Chico Xavier. Todos estavam em busca do conforto para a alma e do saber para se iluminarem. Divaldo dedicou a atividade em homenagem póstuma a Nestor João Masotti (1937-2014), ex-presidente da Federação Espírita Brasileira. A viúva, a Senhora Maria Euni, em visita a Mansão do Caminho, estava presente na conferência.

Após bela apresentação musical realizada por Juan Danilo Rodríguez, que arrancou calorosos aplausos, Divaldo Franco destacou que a morte do corpo físico chega sem anúncios e, de um momento para outro esse fenômeno pode ocorrer com qualquer um, por isso, todos devem se preparar para voltar ao mundo dos Espíritos, abandonando o seu corpo biológico. Na sequência desenvolveu uma peroração sobre os fatos marcantes da mediunidade de grandes nomes da história humana, para destacar a importância do fenômeno mediúnico, notadamente o conhecimento enfeixado em O Livro dos Médiuns, codificado por Allan Kardec.

O Espiritismo passou a explicar tudo o que a ciência tinha dificuldades de esclarecer. Adentrando-se pelo campo das obsessões, destacou a importância dos pensamentos e do seu controle, do autoconhecimento, do perdão e da vida retamente moral, antídotos às influenciações e injunções de natureza obsessiva. Sabendo-se que os Espíritos influenciam os que se encontram encarnados, todo o cuidado deve ser tomado para evitar a ação dos Espíritos maus. É fundamental que os indivíduos busquem se aproximarem dos bons, imunizando-se, ou diminuindo as vibrações más, pois através delas eles alcançam as criaturas a que buscam se vincular. É a lei de afinidade provocando os encontros com os afins, bons ou maus.

As obsessões são muito mais numerosas, e vários transtornos de natureza psicótica são, em muitos casos, obsessões de variados matizes, produzindo oportunidades para reflexões profundas sobre a vida. A obsessão, disse o notável conferencista, é uma pandemia na atualidade. A Doutrina Espírita é ferramenta importante para evitar as obsessões, adquirindo, o profitente, virtudes, condutas morais elevadas, comportamentos mentais equilibrados, o hábito da oração, da meditação, o estímulo a conversas edificantes, evitando os comentários maliciosos.

Finalizando o enriquecedor encontro, Divaldo Franco agradeceu a Deus as oportunidades de crescimento espiritual e todos os esforços que lhe foram solicitados como estímulos ao seu aprimoramento, rogando compaixão e orações para si, suplicando bênçãos em favor de Nestor Masotti.

Sarau natalino festivo no Caminho da Redenção

A atividade doutrinária de 18 de dezembro, no Centro Espírita Caminho da Redenção, foi apresentada em um formato especial, inusitado na instituição, foi uma inovação, uma experiência. Segundo Divaldo Franco, o evento foi denominado de “sarau natalino festivo”, guardando os objetivos de diminuir as aflições, as dores e tormentos, ao tempo em que apresenta orientações, contribuindo para o autoconhecimento, para o aprimoramento interior. O Semeador de Estrelas, assim definido por Suely Caldas Schubert, dividiu o palco com Juan Danilo Rodríguez, que interpretou várias canções natalinas ao longo da narrativa.

O tema foi a Lenda do Quarto Rei Mago, magnificamente narrada pelo orador de escol com várias inserções musicais cantadas por Juan Danilo, voz melodiosa a embalar os corações, enternecendo-os.

Em data muito recuada no tempo, o jovem filho do Rei da Pérsia, herdeiro da coroa, residindo na cidade de Magi, era amante da astrologia, apreciando a beleza dos céus. Dizia o jovem ao seu pai que as estrelas falavam com os habitantes da Terra, bastando para tal fazer silêncio. Elas se comunicam em uma linguagem atípica, apontam o destino e possuem uma linguagem recheada de beleza, afirmava o jovem príncipe.

Naquela época Artaban, o príncipe herdeiro, percebeu que a conjunção dos astros anunciava o alvorecer de uma nova era, confirmando com outros magos a preciosa informação estelar. Sonhador, disse ao pai que iria atender aquela formação das estrelas, pois que apontavam, tal um cometa, o local onde nasceria o enviado. O Rei, embora duvidoso, mas crente da chegada do ungido, aguardado a tempo no coração, disse ao filho, que se o encontrasse, informasse que o Rei da Pérsia também o ama. Assim, acompanhado do escravo Orontes, o príncipe partiu em busca do destino.

Artaban trocou a sua fortuna por três pedras preciosas, diamante, rubi e pérola. Seriam os presentes a serem oferecidos ao enviado dos céus, o seu Rei Solar. Seus três amigos, da Babilônia, do Egito e da Síria, não foram alcançados pelo jovem persa no local de encontro previamente combinado, na Judeia. Ali já não havia mais habitantes, as casas guardavam aspectos lúgubres, fantasmagóricos, havia cadáveres insepultos pelas ruas, aqui e ali se escutava o choro de crianças ensanguentadas.

Adentrando-se em uma daquelas casas que abrigavam tristeza e dor, uma mãe em desespero roga-lhe socorro. Herodes havia mandado matar todos os filhos varões, com menos de dois anos de idade. O príncipe persa, solidário, ali permaneceu cuidando daquelas infelizes mulheres e crianças remanescentes. Concomitante, teve notícias de que o esperado messias havia partido para o Egito. Antes de empreender viagem, deixou para a cidade arrasada e enlutada, para socorrê-los, uma de suas preciosas gemas, o diamante, partindo célere em busca do seu Rei.

Orontes, o escravo, relutou em seguir para o Egito, contudo, acompanhou-o, desta forma Artaban iniciou a marcha peregrinando pelas cidades egípcias famosas, encontrando-se com o Faraó, sempre perguntando por aquele Rei apontado pelas estrelas. Artaban havia de encontrá-lo. Depois de cinco anos de infrutíferas buscas, retornou às terras hebraicas. No retorno foi assaltado por salteadores insanos e perversos, roubaram-lhe as suas duas gemas, a esmeralda e a pérola. Os salteadores foram impiedosos, não lhe atenderam o pedido para continuar com a posse das pedras, mesmo informando que se tratava de oferendas ao Rei que estava chegando.

Identificou que aquela comunidade de salteadores era formada por leprosos. Sua líder se chamava Ruth, que para liberá-lo, poupando-lhe a vida, lhe propôs que utilizasse o seu conhecimento em curar, restituindo a vida a uma criança. Artaban, então, mandou seu escravo Orontes buscar as ervas e outras poções que carregavam. Uma aflição tomou conta do coração do príncipe herdeiro da Pérsia. Assim, dando a sua cota de solidariedade, passou a instruir os leprosos no cultivo daquele solo, plantando um pomar naquele deserto. Fez-se amado. Continuava consultando os astros que apontavam, ora para Emaús, ora para Cafarnaum. Antes de encetar viagem, deixou com a comunidade de leprosos o precioso rubi, estimulando-os a levantarem-se e a orarem.

Muitos anos se passaram. Orontes não queria seguir viagem, desejava levar seu amo de volta à Pérsia, a fim de obter a sua liberdade. O mago persa lhe dá a liberdade, e, Orontes, tomado de surpresa, indagou como poderia utilizar a liberdade, estava velho, alquebrado e não poderia mais trabalhar. Para onde ir? Estava tão longe de seu solo persa. Orontes, liberto, optou por ficar junto ao príncipe. Viajaram a Jerusalém. Adentrando-a, souberam que Herodes havia morrido há vinte anos. Artaban perguntou-se: que idade teria o seu Rei? Sua peregrinação em busca do enviado divino já havia consumido vinte e oito anos.

Ouviu falar de um homem que curava, e que as multidões o acompanhavam. Soube que o Rei Solar estava em Cafarnaum. Lá chegando, não o encontrou, já havia partido. Continuava seguindo as indicações. Olhava a pérola, era para cingir a coroa real, joia formosa. Passaram-se mais dois anos de desencontros. Jerusalém abrira as suas portas para uma revolução. Ouviu dizer que um Rei tentava derrubar o representante do César. Soube que o seu Rei havia sido condenado à morte pelo crime de amar.

No dia seguinte acompanhou a multidão. Ali estava o seu Rei, ferido, agredido, vilipendiado, coroado de espinhos. Correu para o calvário, o monte da Caveira. O tempo tornou-se fúria e o tormento desceu aos corações amorosos. Pensou, a morte é a companheira do berço. Imaginou como teria sido aquela noite santa de natal. Agora, lá estava Ele entre as outras duas cruzes. Chegou a tempo de ouvir a voz melancólica e dorida: Pai, eles não sabem o que fazem. Perdoai-os!

Tomado de desespero, ensandecido, começou a rasgar suas vestes, ouvindo na acústica de seu coração, as doces palavras do Rabi dizendo-lhe que havia demorado em chegar, mas que havia razões para isto. Quando oferecestes uma gema aos sobreviventes do massacre, foi a mim que destes. Não te desespere! Quando limpastes os leprosos, foi a mim que curastes. Não chegastes tarde, a gema mais preciosa guardarei em meu coração. Agora, Artaban, vem comigo! Artaban cerrou os olhos e renasceu para a vida. Diz a lenda que ali foi encontrado mais um cadáver, que Orontes velava e chorava silenciosamente.

O Quarto Rei Mago, desejando amar Jesus, transferiu o amor aos necessitados e desventurados da Terra, fazendo-nos recordar o Evangelho, destacando o Homem de Nazaré com tanta ternura. As gemas, o Espiritismo transformou-as na tríade: trabalho, solidariedade e tolerância. Fora da caridade não há salvação. É a pérola. Jesus é a caridade máxima, é o amor extremo. Sua mensagem vence os séculos, e apesar da grande noite que se abate sobre a humanidade, logo mais estaremos evocando, pela tradição, o Seu nascimento na noite de 24 para 25 de dezembro. Comemoremos o Natal, a noite feliz, a noite de paz, a noite do nascimento de Jesus.

Finalizando o riquíssimo trabalho, envolvente e sensibilizador, Divaldo Franco, assim se expressou na prece final: Oh Jesus! Evocando aquela noite inesquecível, os teus servidores infiéis, aqui estamos travestidos de ovelhas mansas para seguir o Teu rebanho. Oh Jesus! Possivelmente não Te encontraremos aqui, nem ali, porque Tu estás dentro de nosso coração. É necessário que os camartelos do sofrimento arrebentem as arestas da nossa ignorância para que Tu, como diamante divino, possa brilhar em nossas almas para sempre. Nasce, Jesus, renasce em nossa vida, hoje, amanhã, depois, porque, se contigo as dificuldades e desafios nos molestam, infelicitam, imagina, Senhor, que será de nós sem termos a Tua doce e segura companhia. É por isto que celebramos o Teu Natal. É por isso que Tu és a razão da nossa vida. Fica conosco, Senhor, e não nos abandones nunca. Em Teu nome, em nome de Deus, de Nossa Mãe Santíssima e dos Espíritos Nobres, encerramos a nossa reunião com votos de paz e alegria para todos. Muito obrigado.

Observação: A Lenda do Quarto Rei Mago está contida, em expressões mais aclaradas, na obra Divaldo Franco e o Jovem, uma compilação de Delcio Carvalho, da Editora Leal, capítulo 8 – (lenda persa, na cidade de Magi, história de Malba Tahan, ou Prof. Júlio César de Mello Souza - 1895-1974).

No Encontro de Gratidão

Como de hábito, e por devotar imenso amor e reconhecimento aos que de qualquer forma contribuem para que a sua vida seja melhor, Divaldo Franco recebeu os seus convidados, congratulando-se com o contato fraternal. Exteriorizando alegria e muito júbilo, ofertou aos visitantes um excelente lanche, primorosamente preparado. Na oportunidade, reunindo as pessoas em sua volta, apresentou várias considerações a respeito da mediunidade com Jesus, destacando a necessidade constante do aprimoramento moral, procurando tornar-se exímio servidor do Cristo, retribuindo, assim, com gratidão, a visita, ofertando excelentes e relevantes ensinamentos.

 

Nota do autor:

As fotos desta reportagem são de Jorge Moehlecke.


 

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita