Pessoas
que não somam
É praticamente
impossível,
especialmente na
atualidade, não
encontrarmos em grupos
de trabalho –
independentemente da
atividade exercida –
pelo menos um indivíduo
disposto a enxergar
defeitos onde eles não
existem. É muito raro
não se ter o dissabor de
ombrear com pessoas
dessa natureza,
inclusive em ambientes
religiosos. Uma pessoa
dotada de tal perfil não
apenas deixa de
acrescentar utilidade às
coisas (se fossem
neutras, provavelmente
não atrapalhariam). Mas,
pior ainda: subtraem
valor efetivo da
harmonia grupal e das
interações humanas.
Afinal de contas, as
intervenções de pessoas
desse tipo normalmente
são cáusticas,
insensatas e
desmotivadoras. De fato,
elas possuem uma língua
afiada e adoram ter
preponderância na fala –
geralmente doentia,
assim como eivada de
observações anódinas.
Tudo seria contornável
se a “contribuição”
delas se restringisse a
apenas isto. Mas, como
gostam de aparecer e de
esbanjar suposto
entendimento dos temas,
elas destilam o seu
veneno por toda a parte.
São seres absolutamente
desprovidos de qualquer
capacidade de
autocrítica ou
autoanálise.
Por terem um nível de
percepção fortemente
distorcido, eles se
acham “os donos da
verdade”, e, assim,
esperam que os outros se
curvem às suas opiniões
inconsistentes. Com
efeito, a única solidez
que apresentam reside no
teor das suas bravatas,
nos comentários ferinos
desferidos a esmo e no
comportamento
narcisístico. Como são
incapazes de olhar no
espelho, não conseguem
vislumbrar os rastros de
ódio e indignação que
despertam em seus
interlocutores. Pobres
criaturas!
Devido à sua obtusidade
geram o afastamento dos
demais, que neles
enxergam apenas
problemas e
insatisfações. Se o(a)
amigo(a) que me lê se
identifica, de alguma
forma, com o perfil
acima delineado, é
melhor proceder à
imediata revisão da
própria conduta. Afinal,
encontramo-nos nesse
plano fundamentalmente
para cooperarmos e
sermos úteis à
humanidade e ao Criador.
Portanto, não podemos
exigir perfeição dos
outros, se nós mesmos
não a temos. Como diz o
axioma popular,
“procurar pelo em ovo”
não nos tornará mais
respeitáveis aos olhos
dos outros.
Se não temos condições
de acrescentar nada
construtivo ao grupo ao
qual estamos
momentaneamente
associados, então, é
melhor nos calarmos.
Prejudicar o avanço
geral em virtude das
nossas atitudes
impensadas ou
intervenções
intempestivas, não nos
tornará mais
respeitáveis perante a
espiritualidade ou junto
aos nossos companheiros
de jornada. Desse modo,
calarmo-nos, às vezes,
diante das
circunstâncias, pode ser
a melhor alternativa a
seguir. Como bem
ressaltou Jesus, “O
que contamina o homem
não é o que entra na
boca, mas o que sai da
boca, isso é o que
contamina o homem”
(Mateus, 15: 11).
O apóstolo Paulo, a seu
turno, recomendou-nos o
seguinte: “Não
saia da vossa boca
nenhuma palavra torpe,
mas só a que for boa
para promover a
edificação, para que dê
graça aos que a ouvem”
(Efésios, 4: 29). A
rigor, portanto, só
devemos nos pronunciar
se estivermos convictos
de poder sugerir algo,
de fato, positivo,
benéfico ou pertinente.
Paulo ainda observou que
“... não cessamos de
orar por vós, e de pedir
que sejais cheios do
conhecimento da sua
vontade, em toda a
sabedoria e inteligência
espiritual” (Colossenses,
1:7). Todavia, compete a
cada um de nós
desenvolver tais
habilidades.
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