Tempos estranhos
Vivemos tempos estranhos, o mundo está mudado, as
pessoas diferentes, o clima instável. Existe um frenesi
no ar, uma espécie de espera de algo, difuso,
desconcertante ou esperançoso. As pessoas estão
diferentes, agitadas, nervosas, inseguras. As elites
desapareceram ou perderam qualidade, esparramando-se no
lodo da corrupção.
O Homem, perdido, sem rumo e sem quem o guie (como
sempre teve ao longo da História) agita-se, embrenha-se
no materialismo, materialismo este morto pela descoberta
da Quântica.
Quer ser feliz e não é. Quer ter, para ser feliz, e não
tem.
Se tem o que quer, não é feliz, e arranja vazadouros
psíquicos nos estádios de futebol, na violência
doméstica, nas questiúnculas sem sentido.
Os “média” perderam a qualidade em prol da produtividade
e do escândalo a qualquer preço. As notícias só o são
quando se destaca o mal, esquecendo o imenso Bem que
existe no mundo.
Os governantes, os banqueiros, os decisores mundiais
parecem chacais, procurando locupletar-se com tudo o que
encontram, numa sofreguidão pelo “ter”, pelo “poder” sem
sentido, já que, logo mais, o corpo morre, os bens
ficam, e o Espírito adentra-se numa nova dimensão de
vida (a imortalidade do Espírito foi comprovada em 1857
por Allan Kardec – in “O Livro dos Espíritos”).
A vaidade, o ego e o orgulho levam a que outras
deficiências morais campeiem.
O planeta lança os seus gritos de dor, enquanto a
indiferença do Homem vai matando oportunidades de
retificação.
A dor está presente no presente, sob variadas formas,
levando o Homem a interrogar-se do porquê da Vida, quem
é, de onde vem, para onde vai, qual a causa das
dissemelhanças entre os Homens.
Estamos no fim dos tempos, dizem alguns.
Sim, no fim dos tempos de iniquidade, fim da indiferença
social, da injustiça social, das guerras, da fome.
Os tempos são de esperança…
Allan Kardec (o codificador da Doutrina dos Espíritos,
Doutrina Espírita ou Espiritismo) se refere no livro “A
Gênese” às crianças da Nova Era, Espíritos que
voltariam à Terra para auxiliar na sua mudança moral,
substituindo aqueles que, enredados nas teias do erro,
reencarnarão em mundos ao nível do estado do seu
coração, mundos primitivos ou de expiação e provas.
Muitos desses Espíritos já se encontram na Terra, outros
virão, na silenciosa revolução espiritual que se vai
operando.
Com a reencarnação de Espíritos mais evoluídos, o mal
será erradicado da face da Terra,
sendo os Espíritos belicosos transferidos para planetas
afins com os seus sentimentos
Jesus de Nazaré deixou o mote há 2 mil anos (não faças
ao próximo o que não queres para ti). Mohandas Gandhi,
num notável exemplo para a Humanidade, dobrou o
colonialismo inglês com a política da “Não violência”.
Madre Teresa de Calcutá, Francisco Cândido Xavier,
Divaldo Pereira Franco, Francisco de Assis e tantas
almas nobres e incógnitas têm estado, estão e estarão na
Terra, empurrando-a para os horizontes da fraternidade,
igualdade e liberdade. (“Fora da caridade não há
salvação” – ensina o Espiritismo.)
Se outros missionários do Amor, da inteligência aí estão
e outros virão, hoje opera-se uma verdadeira revolução
espiritual, já que o Bem virá não através de um
grande líder mundial, mas sim pela consciência de cada
um na imortalidade do Espírito, na reencarnação (hoje
comprovada cientificamente pelos estudos do cientista
Ian Stevenson), na lei de causa e efeito.
Tudo parece perdido, mas deriva de uma ilusão de
análise.
Deus permanece no leme da grande nave Terra, e com a
reencarnação de apenas seres pacificados, a Terra
melhorará (já está a melhorar) ao longo do 3º milênio,
paulatinamente, alcançando as características de um
mundo de regeneração (in “O Evangelho segundo o
Espiritismo”, de Allan Kardec), onde o Bem
sobrepor-se-á ao mal, e o aprender a ser pessoa será o
desiderato da Humanidade, servindo, partilhando,
anelando pela paz e pela justiça social.
“Nascer, morrer, renascer ainda, progredir sem
cessar, tal é a Lei” é uma frase que encarna o
pensamento dos Espíritos superiores, que trouxeram à
Humanidade a existência de Deus, a imortalidade do
Espírito, a comunicabilidade dos Espíritos, a
reencarnação e a pluralidade dos mundos habitados,
apresentando o Amor como o sentimento que alimenta o
Universo.
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