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por José Lucas

 

Tempos estranhos


Vivemos tempos estranhos, o mundo está mudado, as pessoas diferentes, o clima instável. Existe um frenesi no ar, uma espécie de espera de algo, difuso, desconcertante ou esperançoso. As pessoas estão diferentes, agitadas, nervosas, inseguras. As elites desapareceram ou perderam qualidade, esparramando-se no lodo da corrupção.

O Homem, perdido, sem rumo e sem quem o guie (como sempre teve ao longo da História) agita-se, embrenha-se no materialismo, materialismo este morto pela descoberta da Quântica.

Quer ser feliz e não é. Quer ter, para ser feliz, e não tem.

Se tem o que quer, não é feliz, e arranja vazadouros psíquicos nos estádios de futebol, na violência doméstica, nas questiúnculas sem sentido.

Os “média” perderam a qualidade em prol da produtividade e do escândalo a qualquer preço. As notícias só o são quando se destaca o mal, esquecendo o imenso Bem que existe no mundo.

Os governantes, os banqueiros, os decisores mundiais parecem chacais, procurando locupletar-se com tudo o que encontram, numa sofreguidão pelo “ter”, pelo “poder” sem sentido, já que, logo mais, o corpo morre, os bens ficam, e o Espírito adentra-se numa nova dimensão de vida (a imortalidade do Espírito foi comprovada em 1857 por Allan Kardec – in “O Livro dos Espíritos”).

A vaidade, o ego e o orgulho levam a que outras deficiências morais campeiem.

O planeta lança os seus gritos de dor, enquanto a indiferença do Homem vai matando oportunidades de retificação.

A dor está presente no presente, sob variadas formas, levando o Homem a interrogar-se do porquê da Vida, quem é, de onde vem, para onde vai, qual a causa das dissemelhanças entre os Homens.

Estamos no fim dos tempos, dizem alguns.

Sim, no fim dos tempos de iniquidade, fim da indiferença social, da injustiça social, das guerras, da fome.

Os tempos são de esperança…

Allan Kardec (o codificador da Doutrina dos Espíritos, Doutrina Espírita ou Espiritismo) se refere no livro “A Gênese” às crianças da Nova Era, Espíritos que voltariam à Terra para auxiliar na sua mudança moral, substituindo aqueles que, enredados nas teias do erro, reencarnarão em mundos ao nível do estado do seu coração, mundos primitivos ou de expiação e provas. Muitos desses Espíritos já se encontram na Terra, outros virão, na silenciosa revolução espiritual que se vai operando.


Com a reencarnação de Espíritos mais evoluídos, o mal será erradicado da face da Terra,

sendo os Espíritos belicosos transferidos para planetas afins com os seus sentimentos


Jesus de Nazaré deixou o mote há 2 mil anos (não faças ao próximo o que não queres para ti). Mohandas Gandhi, num notável exemplo para a Humanidade, dobrou o colonialismo inglês com a política da “Não violência”. Madre Teresa de Calcutá, Francisco Cândido Xavier, Divaldo Pereira Franco, Francisco de Assis e tantas almas nobres e incógnitas têm estado, estão e estarão na Terra, empurrando-a para os horizontes da fraternidade, igualdade e liberdade. (“Fora da caridade não há salvação” – ensina o Espiritismo.)

Se outros missionários do Amor, da inteligência aí estão e outros virão, hoje opera-se uma verdadeira revolução espiritual, já que o Bem virá não através de um grande líder mundial, mas sim pela consciência de cada um na imortalidade do Espírito, na reencarnação (hoje comprovada cientificamente pelos estudos do cientista Ian Stevenson), na lei de causa e efeito.

Tudo parece perdido, mas deriva de uma ilusão de análise.

Deus permanece no leme da grande nave Terra, e com a reencarnação de apenas seres pacificados, a Terra melhorará (já está a melhorar) ao longo do 3º milênio, paulatinamente, alcançando as características de um mundo de regeneração (in “O Evangelho segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec), onde o Bem sobrepor-se-á ao mal, e o aprender a ser pessoa será o desiderato da Humanidade, servindo, partilhando, anelando pela paz e pela justiça social.

Nascer, morrer, renascer ainda, progredir sem cessar, tal é a Lei” é uma frase que encarna o pensamento dos Espíritos superiores, que trouxeram à Humanidade a existência de Deus, a imortalidade do Espírito, a comunicabilidade dos Espíritos, a reencarnação e a pluralidade dos mundos habitados, apresentando o Amor como o sentimento que alimenta o Universo.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita