O contato com a natureza é essencial na infância
O que você faz, faz a diferença, e você tem que decidir
que tipo de diferença você quer fazer.
Jane Goodall
Estar em contato com o ambiente natural – áreas verdes,
espaços enriquecidos por grama, plantas, árvores,
flores, animais – deveria ser um direito para todas as
crianças.
Não dá para deixar de insistir: as crianças necessitam
da experiência com a natureza para desenvolver-se bem e,
por isso, jardins, bosques, pracinhas, hortas,
quintais... são o espaço adequado para estimular corpo,
mente, sentidos, habilidades de quem está a desfrutar o
breve tempo da infância.
Explorar um jardim, experimentar livremente um quintal
assistido por árvores e flores, jogar bola na pracinha
do bairro, regar a horta caseira, tudo isso funciona
como um rico laboratório para a criança, permitindo-lhe
construir sonhos, inventar brincadeiras – e sempre de um
modo espontâneo e concentrado.
A criança acostumada a atividades comprometidas com a TV
ou com as tecnologias, impedida da vivência com um
entorno mais natural – o brincar ao ar livre, por
exemplo – está mais suscetível aos dramas da obesidade,
estresse, hiperatividade, depressão ou problemas com a
aprendizagem etc. As experiências espontâneas que
oferecem o mundo natural não são substituíveis por
atividades programadas e realizadas em ambientes
artificiais/protegidos.
As crianças precisam tocar aquilo que as rodeia;
precisam brincar, correr, sujar-se, tomar banho de chuva
etc., para estimular curiosidade e capacidade criativa,
aliando com determinação desenvolvimento emocional e
cognitivo.
A proximidade com a natureza influencia diretamente na
construção da identidade e da personalidade das
crianças, o que possibilita, sem dúvida, e de um modo
dinâmico, educação emocional e ambiental…
Adultos e crianças desfrutam a natureza de maneira
diferente. Para os primeiros, no geral, a natureza se
manifesta como um “fundo visual” para o desenvolvimento
de atividades – por exemplo, ler um livro sob a sombra
de uma árvore; correr em um parque etc. Para as
crianças, a natureza não é somente um marco referencial,
mas também uma fonte de estímulos, um território a ser
descoberto, oferecendo-lhes uma experiência sensorial
completa e insubstituível através do tato, cheiros,
ruídos/sons e imagens, que causa impacto sobre sua
imaginação e suas emoções. Ou seja: na natureza a
criança tem a oportunidade de crescer feliz, criativa e
sadia.
Notinha
Em muitas províncias na Espanha, hoje, pediatras
“receitam” natureza e brincadeiras ao ar livre para
melhorar a saúde das crianças. Eles usam as consultas
médicas para fomentar o vínculo das famílias com a
natureza mediante a recomendação de visitas a parques,
jardins botânicos, viagens e férias com atividades ao ar
livre etc. para combater hábitos tóxicos (sedentarismo,
por exemplo) e criar consciência sobre a importância que
tem o meio ambiente em nossa saúde. Uma atuação
especialmente eficiente para crianças e (também)
adolescentes.
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