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Projeto Corujas do Bem: um olhar para a criança
autista
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Natural de Catanduva (SP), onde também reside, e
espírita desde a infância, tendo recebido grande
influência do avô, Mara Ferreira de Camargo Gabas
Pereira (foto) é bacharel em Direito e
jornalista. Mãe de uma criança autista, nossa
entrevistada juntou forças com outras mães e fundou o
Projeto Corujas do Bem, voltado para o atendimento a
crianças autistas. As atividades desenvolvem-se no Núcleo
Educacional Espírita Joanna de Ângelis, em sua cidade. Conheça
essa história.
Quando e como surgiu o Projeto Corujas do Bem?
Meu filho mais novo, Rafael, de 10 anos, é autista, e
sempre comento dele em meus programas de rádio. Então
pude diagnosticar muitas crianças que estavam em casa
sem tratamento. Ajudava com terapias, mas não eram
adequadas. Surgiu o sonho de ter uma escola de autistas
que fosse top. E de graça. Um dia, visitando-me na
emissora de rádio, Angelica Cacciari, do Núcleo Joanna
de Ângelis em Catanduva, soube de meu sonho, e a escola
da sua família, que estava parada no período da tarde,
foi a mim doada.
Onde está situado? Pode ser visitado? E quais os dias e
horários?
Rua Igarapava, 294, Jardim Alpino em Catanduva-SP. Fica
na escola espírita Divaldo Pereira Franco, atrás do
centro espírita Joanna de Ângelis. Pode ser visitado de
segunda a sexta das 13 às 17 horas.
Quais os links na internet disponíveis para visita do
leitor?
Basta pesquisar no Facebook e no Instagram como PROJETO
CORUJAS DO BEM, de Catanduva (SP). Existe outra página
também com este nome, basta procurar Catanduva.
Da experiência pessoal de um filho autista, como foram
os passos até conhecer o Espiritismo e atingir a
execução do Projeto?
O Espiritismo me ajudou muito a entender que existem
outras vidas e estamos aqui para aprender. Senão estaria
desequilibrada. Encontro muitas explicações na doutrina.
A execução do Projeto foi algo natural. Foi algo que
veio de cima pra mim, a que, junto com outras mães
(coincidentemente todas espíritas), nos dedicamos com
todo o amor.
Sobre o nome CORUJAS DO BEM, como surgiu? E quantas
crianças atendidas atualmente?
Surgiu de mães corujas. A força da mãe é algo
imensurável. Hoje estamos com 30 crianças.
De sua experiência materna e também no CORUJAS DO BEM, o
que você pode dizer atualmente às mães com filhos
autistas?
É muito difícil. Tem que ter muito amor, paciência e
renúncia. É uma dedicação exclusiva, ensinando todos os
dias a mesma coisa, e às vezes sem progresso. Temos que
comemorar bastante pequenas melhoras como uma grande
vitória. Um dia de cada vez.
Rafael é não verbal, e depois do Projeto ele melhorou
bastante. Está mais calmo, entendendo mais as coisas e
as ordens.
Considerando os diversos níveis de autismo, a depender
da criança, como é administrar essas diferenças?
São diferentes sim. Cada autista é de um jeito, por isso
o Projeto tem uma agenda individual de terapias para
cada criança.
Como é o atendimento do CORUJAS DO BEM? Gratuito?
É gratuito. Os pais que têm condições financeiras fazem
doações. E fazemos muitas ações para pagar as contas:
rifas, feijoada, eventos, palestras. Temos terapia
ocupacional em uma sala sensorial (idealizado pro
autismo), fono, psicóloga, fisioterapia, educador
físico, musicoterapia, aula de culinária, além de toda a
parte pedagógica. Estivemos nos Estados Unidos em 2017,
visitando algumas escolas de autismo, e vimos alguns
métodos que pudemos implantar, como por exemplo a
comunicação por figuras para os não verbais. O
atendimento é prestado à tarde. As crianças entram às
13h e saem as 17h e fazem todas essas terapias.
Para quem quiser colaborar, como deve proceder?
Pode entrar em contato comigo ou acessando nosso perfil
no Facebook ou no Instagram.
De suas lembranças na experiência já vivida, qual a mais
marcante que gostaria de relatar aos leitores?
Acho que é a solidariedade em geral e o apoio ao
Projeto. As pessoas se sensibilizam com a ideia e nos
ajudam, sempre que possível.
Gostaria de algo acrescentar?
Que nosso Projeto sirva de inspiração para outras mães
de autistas de outras cidades se juntarem e montarem uma
escola para seus filhos. É muito gratificante.
Suas palavras finais.
Muito obrigada por poder contar um pouco a história do
Projeto Corujas do Bem. Para nós o CORUJAS DO BEM é um
sonho realizado.