Celebrando a vida
As evidências sugerem
que a humanidade terrena
continua, infelizmente,
negligenciando as
questões de ordem
espiritual. É de causar
perplexidade que muitos
ainda sentem enorme
desconforto em apenas
ouvir e/ou falar sobre
determinados assuntos
transcendentais – como
confessou, por exemplo,
conhecidíssima veterana
atriz da Rede Globo de
Televisão, recentemente.
Insipientes em relação
às coisas da alma tratam
qualquer tópico mais
sério com profunda
imaturidade. Por isso,
não chega a surpreender
a constatação de que a
maioria das pessoas
muito lentamente começa
a indagar sobre a sua
origem e propósito de
vida. Como corretamente
frisa o Espírito
Emmanuel, no radioso
livro Vinha de Luz (psicografia
de Francisco Cândido
Xavier), “Raríssimos...
buscam a realidade da
vida”.
De maneira similar, o
Espírito Áureo observa,
na obra Universo e
Vida (psicografia de
Hernani T. Sant’Anna),
que a ciência, não
obstante as incertezas
paradigmáticas e
epistemológicas que a
envolvem, culminará por
descobrir o Espírito.
Com efeito, é mais do
que hora de nos
aprofundarmos na
investigação e
entendimento do sentido
da vida. Afinal, é um
assunto extremamente
relevante, pois diz
respeito a todos nós sem
exceção. Ademais,
torna-se ainda mais
importante tal busca se
considerarmos o
significativo número de
pessoas que pratica o
autocídio direto ou
indireto no planeta.
O que se pode afirmar
com absoluta certeza é
que há, de fato, elevada
ignorância concernente à
oportunidade de viver,
assim como quanto às
responsabilidades e
deveres subjacentes.
Cabe destacar que é um
tópico apropriado, num
sentido mais amplo, à
aquisição da
alfabetização espiritual
das criaturas humanas.
Na atualidade muito se
fala sobre a necessidade
de dominarmos inúmeras
competências e áreas do
conhecimento. Por que,
então, já não
desvendamos às crianças,
logo de início, o valor
da vida?
A Doutrina Espírita –
cumprindo o seu legítimo
papel de consolar e
elucidar a humanidade -
vem arregimentando vasto
corpo de conhecimento a
respeito. Nesse sentido,
o Espiritismo nos ensina
que a vida, além de um
presente de Deus, é uma
grande escola, onde
podemos exercitar nossas
qualidades intrínsecas e
desenvolver muitas
outras. Desse modo, Deus
nos oferece não apenas
uma oportunidade de
reparação por meio da
existência em curso, mas
igualmente de ascese
espiritual.
O Espírito Emmanuel
reflete, na obra Pão
Nosso (psicografia
de Francisco Cândido
Xavier), que “A vida
humana, pois, apesar de
transitória, é a chama
que vos coloca em
contato com o serviço de
que necessitais para a
ascensão justa. Nesse
abençoado ensejo, é
possível resgatar,
corrigir, aprender,
ganhar, conquistar,
reunir, reconciliar e
enriquecer-se no
Senhor”. Portanto, sem o
precioso recurso da vida
não poderíamos avançar
na senda da perfeição;
não mostraríamos o nosso
valor; não
contribuiríamos com a
obra divina; não
deixaríamos, enfim, a
nossa marca e legado.
Por sua vez, o Espírito
André Luiz destaca, no
livro Agenda Cristã (também
psicografado por
Francisco Cândido
Xavier), “Que a vida
física é uma escola
abençoada, é
insofismável; mas, se
você não se aproveitar
dela a fim de aprender
suficientemente as
lições que se destinam
ao seu engrandecimento
espiritual, em nada lhe
valerá o ingresso no
aprendizado humano”.
Assim, o fator crítico
na vida é o nosso real
aproveitamento. Nesse
aspecto, em particular,
devemos dedicar todos os
nossos esforços. Usando
a bússola do bem e da
caridade a nos guiar na
azáfama diária,
certamente haveremos de
otimizar a experiência
iluminativa.
Todos os seres humanos
são capacitados a
empreender as atividades
acima, já que “A vida é
máquina divina da qual
todos os seres são peças
importantes, e a
cooperação é o fator
essencial na produção da
harmonia e do bem para
todos”, conforme pontua
Emmanuel, em Dicionário
da Alma(psicografia
de Francisco
Cândido Xavier). Na
mesma obra, o Espírito
Agostinho ressalta que
apenas existir, em nada,
contribui. Por isso, o
que importa efetivamente
é “... a vida pelo
aperfeiçoamento, pela
amplitude, pela
ascensão”. O Espírito
André Luiz também
elucida no livro acima
citado que “A vida
humana é uma escola
vasta e bendita”. A par
disso, o diligente aluno
sabe perfeitamente que a
escola exige atenção,
dedicação e empenho de
sua parte, pois só assim
ele continuará
progredindo.
A vida se expressa,
graças à misericórdia
divina, por toda parte.
Como recorda Emmanuel,
uma simples gota d’água
viabiliza intensa vida
microscópica.
Analogamente, Joanna de
Ângelis pondera, no
livro No Limiar do
Infinito (psicografia
de Divaldo Pereira
Franco) que “O amor de
Deus, que engendrou a
criação, é o hálito da
vida”. Otimista,
Emmanuel vislumbra,
também, em Vinha de
Luz, que “Com a
precisa madureza do
raciocínio, compreenderá
o homem que toda a sua
existência é um grande
conjunto de negócios
espirituais e que a
vida, em si, não passa
de ato religioso
permanente, com vistas
aos deveres divinos que
nos prendem a Deus”. Ao
compreender tal
imperativo, celebraremos
a vida com inteligência
e sabedoria.
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