Os
construtores
do
futuro
O
Espiritismo
mostra
que esta
vida não
passa de
um elo
no
harmonioso
e
magnífico
conjunto
da Obra
do
Criador
"O
meu
Reino
ainda
não é
daqui."
- Jesus.
(Jo.,
18:36)
Moisés,
o grande
legislador
e guia
hebreu,
cavou -
penosamente
- as
bases
firmes
onde
Jesus, o
Meigo
Rabi
Galileu,
ergueria
a Grande
Construção
à qual o
Espiritismo
daria o
toque
final, o
acabamento...
Na
verdade,
são
(cada um
a Seu
tempo)
os
construtores
do
futuro.
Eis o
que
aprendemos
com
Allan
Kardec,
em
apontamentos
exarados
no
livro "O Evangelho
segundo
o
Espiritismo", cap.
II,
itens 3
a 7:
"(...)
apenas
ideias
imprecisas
tinham
os
judeus
da Vida
Futura.
Acreditavam
nos
anjos,
considerando-os
seres
privilegiados
da
Criação;
não
sabiam,
porém,
que os
homens
podem,
um dia,
tornar-se
anjos e
partilhar
da
felicidade
destes.
Segundo
eles, a
observância
das Leis
de Deus
era
recompensada
com os
bens
terrenos,
com a
supremacia
da nação
a que
pertenciam,
com
vitórias
sobre os
seus
inimigos.
As
calamidades
públicas
e as
derrotas
eram o
castigo
da
desobediência
àquelas
leis.
Moisés
não
pudera
dizer
mais do
que isso
a um
povo
pastor e
ignorante,
que
precisava
ser
tocado -
antes de
tudo -
pelas
coisas
deste
mundo.
Mais
tarde,
Jesus
lhe
revelou
que há
outro
mundo,
onde a
Justiça
de Deus
segue o
seu
curso. É
esse o
mundo
que Ele
promete
aos que
cumprem
os
mandamentos
de Deus
e onde
os bons
acharão
sua
recompensa.
Aí o Seu
Reino.
Lá é que
se
encontra
na Sua
glória e
para
onde
voltaria
quando
deixasse
a
Terra”.
Jesus,
porém,
conformando
Seu
ensino
com o
estado
dos
homens
de Sua
época,
não
julgou
conveniente
dar-lhes
luz
completa,
percebendo
que eles
ficariam
deslumbrados,
visto
que não
a
compreenderiam.
Limitou-Se
a, de
certo
modo,
apresentar
a Vida
Futura
apenas
como um
princípio,
como uma
Lei da
Natureza
a cuja
ação
ninguém
pode
fugir.
Todo
cristão,
pois,
firmemente
crê na
Vida
Futura;
mas a
ideia
que
muitos
fazem
dela é
ainda
vaga,
incompleta
e, por
isso
mesmo,
falsa em
diversos
pontos.
Para
grande
número
de
pessoas,
não há,
a tal
respeito,
mais do
que uma
crença,
balda de
certeza
absoluta,
donde as
dúvidas
e mesmo
a
incredulidade.
O
Espiritismo
veio
completar,
nesse
ponto,
como em
vários
outros,
o ensino
do
Cristo,
fazendo-o
quando
os
homens
já se
mostram
maduros
bastante
para
apreenderem
a
Verdade.
Com o
Espiritismo,
a Vida
Futura
deixa de
ser
simples
artigo
de fé,
mera
hipótese;
torna-se uma
realidade
material,
que os
fatos
demonstram, porquanto
são
testemunhas
oculares
os que a
descrevem
nas suas
fases
todas e
em todas
as suas
peripécias,
e de tal
sorte
que,
além de
impossibilitarem
qualquer
dúvida a
esse
propósito,
facultam
à mais
vulgar
inteligência
a
possibilidade
de
imaginá-la
sob o
seu
verdadeiro
aspecto,
como
toda
gente
imagina
um país
cuja
pormenorizada
descrição
leia.
Ora, a
descrição
da Vida
Futura é
tão
circunstancialmente
feita,
são tão
racionais
as
condições
ditosas
ou
infortunadas
da
existência
dos que
lá se
encontram,
qual
eles
próprios
pintam,
que cada
um, a
seu mau
grado,
reconhece
e
declara
de si
mesmo
que não
pode ser
de outra
forma,
porquanto,
assim
sendo,
fica
patente
a
verdadeira
justiça
de Deus.
A ideia
clara e
precisa
que se
faça da
Vida
Futura
proporciona
inabalável
fé no
porvir,
fé que
acarreta
enormes
consequências
sobre a
moralização
dos
homens,
porque
muda
completamente
o ponto
de vista
sob o
qual
encaram
eles a
vida
terrena.
Para
quem se
coloca -
pelo
pensamento
- na
vida
espiritual,
que é
indefinida,
a vida
corpórea
se torna
simples
passagem,
breve
estada
num país
ingrato.
As
tribulações
dessa
vida não
passam
de
incidentes
que ele
suporta
com
paciência,
por
sabê-las
de curta
duração,
devendo
seguir-se-lhe
um
estado
mais
ditoso.
Nada
mais
restará
à morte
de
aterrador;
deixa de
ser a
porta
que se
abre
para o
nada e
torna-se
a que dá
para a
libertação,
pela
qual
entra o
exilado
numa
mansão
de
bem-aventurança
e de
paz.
Sabendo
temporária
e não
definitiva
a sua
estada
no lugar
onde se
encontra,
menos
atenção
presta
às
preocupações
da vida,
resultando-lhe
daí uma
calma de
espírito
que tira
àquela
muito do
seu
amargor.
Pelo
simples
fato de
duvidar
da Vida
Futura,
o homem
dirige
todos os
seus
pensamentos
para a
vida
terrestre.
Sem
nenhuma
certeza
quanto
ao
porvir,
dá tudo
ao
presente.
Nenhum
bem
divisando
mais
precioso
do que
os da
Terra,
torna-se
qual a
criança
que nada
mais vê
além de
seus
brinquedos.
E não há
o que
não faça
para
conseguir
os
únicos
bens que
se lhe
afiguram
reais. A
perda do
menor
deles
lhe
ocasiona
causticante
pesar;
um
engano,
uma
decepção,
uma
ambição
insatisfeita,
uma
injustiça
de que
seja
vítima;
o
orgulho
ou a
vaidade
feridos
são
outros
tantos
tormentos
que lhe
transformam
a
existência
numa
perene
angústia,
infligindo-se
ele,
desse
modo, a
si
próprio,
verdadeira
tortura
em todos
os
instantes.
Encarando
o homem
a vida
terrestre
do ponto
de vista
da Vida
Futura,
ele vê
que a
humanidade,
tanto
como as
estrelas
do
firmamento,
perde-se
na
imensidade.
Ele
percebe,
então,
que
grandes
e
pequenos
estão
confundidos,
como
formigas
sobre um
montículo
de
terra;
que
proletários
e
potentados
são da
mesma
estatura,
e
lamenta
que as
criaturas
efêmeras
a tantas
canseiras
se
entreguem
para
conquistar
um lugar
que
tampouco
as
elevará
e que
por tão
pouco
tempo
conservarão.
Daí se
segue
que a
importância
dada aos
bens
terrenos
está
sempre
em razão
inversa
da fé na
Vida
Futura.
Deus não
condena
os gozos
terrestres;
condena,
sim, o
abuso
desses
gozos em
detrimento
das
coisas
da Alma.
Contra
tais
abusos é
que se
premunem
os que a
si
próprios
aplicam
estas
palavras
de
Jesus: "meu
Reino
não é
deste
mundo”.
Aquele
que se
identifica
com a
Vida
Futura
assemelha-se
ao rico
que
perde -
sem
emoção -
uma
pequena
soma.
Aquele
cujos
pensamentos
se
concentram
na vida
terrestre
assemelha-se
ao pobre
que
perde
tudo o
que
possui e
se
desespera.
O
Espiritismo
dilata o
pensamento
e lhe
rasga
horizontes
novos.
Em vez
dessa
visão
acanhada
e
mesquinha
que o
concentra
na vida
atual,
que faz,
do
instante
que
vivemos
na
Terra,
único e
frágil
eixo do
porvir
eterno,
o
Espiritismo
mostra
que esta
vida não
passa de
um elo
no
harmonioso
e
magnífico
conjunto
da Obra
do
Criador.
Mostra a
solidariedade
que
conjuga
todas as
existências
de um
mesmo
ser,
todos os
seres de
um mesmo
mundo e
os seres
de todos
os
mundos.
Faculta
uma base
e uma
razão de
ser à
fraternidade
universal,
enquanto
a
doutrina
da
criação
da Alma
por
ocasião
do
nascimento
de cada
corpo
torna
estranhos
uns aos
outros
todos os
seres.
Essa
solidariedade
entre as
partes
de um
mesmo
todo
explica
o
inexplicável
que se
apresenta,
desde
que se
considere
apenas
um
ponto.
Naturalmente
por
perceber
todas
essas
coisas é
que
Paulo, o
Apóstolo
dos
Gentios,
escreveu
aos
coríntios:"se
esperamos
em
Cristo
só nesta
vida,
somos os
mais
miseráveis
de todos
os
homens”. (I
cor.,
15:19).
Impressiona-nos,
sobremaneira,
como
Paulo,
sem
possuir
àquele
tempo as
noções
que -
hodiernamente
- o
Espiritismo
oferece,
tenha
vislumbrado,
de forma
lógica,
clara e
insofismável,
uma
realidade
tão
transcendental
quão
incompreensível
até hoje
para
inúmeras
criaturas!...
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