Importantes estudos
sobre a reencarnação
Há na Revista Espírita
do mês de fevereiro de
1864 importantes estudos
sobre reencarnação
ditados à Médium Srta.
A. C. como assim está
definido. O Espírito
comunicante assina como
sendo um Espírito
Protetor da Médium. O
que nos chama a atenção
é a profundidade do
estudo. É recomendado a
todos os que ainda
alimentam dúvidas sobre
o tema ou que desejam um
aprofundamento maior.
Está dividido em cinco
itens como: Limites da
reencarnação; A
reencarnação e as
aspirações do homem;
Ação dos fluidos na
reencarnação; Afeições
terrenas e a
reencarnação e o
Progresso entravado pela
reencarnação indefinida.
Como podemos ver, são
estudos da mais alta
magnitude que nos deixam
muito bem informados.
Faremos um resumo de
cada item para que
sintamos a proposta do
Espírito comunicante:
No primeiro item ele
inicia dizendo que “A
reencarnação é
necessária enquanto a
matéria domina o
Espírito. Mas, do
momento em que o
Espírito encarnado
chegou a dominar a
matéria e anular os
efeitos de sua reação
sobre o moral, a
reencarnação não tem
mais nenhuma utilidade
nem razão para o ser”.
Comumente vemos críticas
a este assunto e uma das
mais frequentes é sobre
o intérmino processo
reencarnatório. Isto é
bem pouco entendido. O
Espírito que ditou o
estudo afirma ainda:
“Tendo depurado e
experimentado suas
sensações na Terra, ou
em globos análogos, está
maduro para a vida
espiritual e seus
estudos”. Ou seja: há um
limite para as
encarnações que só se
sucedem enquanto delas
necessitamos. O ciclo
reencarnatório não é
intérmino, obedece a Lei
do Progresso e termina
quando a matéria está
vencida pelo Espírito
que dela se utiliza para
seus primeiros
aprendizados. A Terra é
um meio e não o fim.
No item dois ele trata
da reencarnação e as
aspirações do homem.
Inicia informando que as
“aspirações do homem
arrastam a sua
realização, enquanto o
Espírito está no
trabalho material”.
Informa que enquanto o
ser ainda está vizinho
do animal, a aspiração é
instintiva. Porém mesmo
aí já sente a Centelha
Divina em si, pois que:
“adora um Deus que
materializa conforme sua
materialidade” À medida
em que o Espírito se
depura ele próprio vai
sendo arrastado para um
corpo mais aperfeiçoado.
Jamais se sentido
satisfeito quer subir
sempre, porque a
aspiração à felicidade é
a grande alavanca do
progresso”.
No item três ele trata
dos fluidos na
reencarnação. Inicia
dizendo que “sendo os
fluidos os agentes que
põem em movimento o
nosso aparelho corporal,
também são eles os
elementos de nossas
aspirações, pois há
fluidos corpóreos e
fluidos espirituais”.
Importante apontamento
ele faz quando diz que,
se o Espírito for
inferior e material,
busca suas satisfações
na materialidade e,
então, os fluidos
materiais o dominarão,
contudo, a tendência é a
do crescimento e
elevar-se
espiritualmente. As
encarnações dolorosas o
são pela ação dos
fluidos grosseiros
cabendo ao Espírito
superá-los, pois que foi
criado para a perfeição.
Quando livres desses
fluidos grosseiros
entram “em esferas
superiores, onde suas
aspirações superiores
encontrarão a sua
realização”.
No item quatro, quando
trata das afeições
terrenas e a
reencarnação, faz um
comentário sobre os
opositores da
reencarnação que
analisam os encontros
infinitos de almas,
produzindo laços entre
elas. E a pergunta é:
“Em que se tornam as
afeições particulares e
se elas não se fundem
num único amor geral o
que destruiria a
persistência da afeição
individual”. Ou seja, se
teremos muitas mães,
pais, irmãos, cônjuges
nesta variedade de
encarnações, como ficam
os afetos criados? Ele
faz a seguinte análise:
“Nenhuma afeição
material persiste no
domínio do Espírito.
Assim, toda afeição
apenas resultante do
instinto animal ou do
egoísmo se destrói com a
morte terrestre. É assim
que seres que se dizem
amados são esquecidos
após pouco tempo de
separação. “Vós os
amastes por vós e não
por eles, que não vivem
mais. Esquecem e os
substituem. Procuram
consolos nos
esquecimentos,
tornando-se indiferentes
porque não têm mais
aquele amor”. E ele
propõe: “Contemplai a
humanidade e vede quão
poucas as afeições
verdadeiras na Terra! ”
Informa que a verdadeira
afeição, afeição
espiritual, tem por base
a afinidade fluídica
espiritual que, atuando
só, determina a
simpatia. “Assim é a
alma que ama a alma e
essa afeição só toma
força pela manifestação
dos sentimentos da alma.
Espíritos unidos
espiritualmente se
buscam e tendem sempre a
aproximar-se; seus
fluidos são atrativos.
Seus pensamentos
unir-se-ão na lembrança
e a reunião se fará na
liberdade do sono”.
Contudo ele diz que esta
“verdadeira afeição não
é comum na Terra e a
matéria a vem retardar,
anelar-lhe os efeitos,
conforme ela domine”.
Ele resume o estudo
dizendo que “a afeição
espiritual é a única
resistente no domínio do
Espírito. Enquanto
encarnados e sob a
influência simpática
realizam milagres de
abnegação e de
devotamento aos seres
amados. Enquanto que nas
moradas celestes, ela é
a satisfação completa de
todas as aspirações e a
maior felicidade que o
Espírito possa
desfrutar. Como diz
ainda: “A verdadeira
amizade e o verdadeiro
amor sendo espiritual,
tudo que se refere à
matéria não é de sua
natureza e em nada
concorre para a
identificação
espiritual”.
No item cinco ele trata
do progresso entravado
pela reencarnação
indefinida. O Espírito
comunicante nos informa
que: “A reencarnação
determina a união dos
corpos. Os Espíritos se
unem segundo suas
afeições iniciadas em
mundos inferiores e
trabalham juntos por seu
progresso espiritual. O
Espírito deve ser livre
em seu voo para o
infinito. Tendo saído
dos cueiros da matéria,
aspira, como a criança,
a marchar e correr sem
ser detido pelas
andadeiras maternas, e
que essas primeiras
necessidades da primeira
educação da criança são
supérfluas para a
criança crescida e
insuportáveis para o
adolescente”. O
progresso é gradativo e
enquanto permanecemos
nos estágios iniciais da
evolução consciente
necessitamos das
encarnações como
elementos propulsores
para os nossos
progressos. Ele vai
concluir o item e o
estudo dizendo: “O
Espiritismo é a alavanca
que levantará de um
salto ao estado
espiritual a todo o
encarnado que, querendo
mesmo compreendê-lo e o
pôr em prática, tratará
de dominar a matéria a
tornar-se seu senhor.
Todo Espírito de boa
vontade pode, ao deixar
este mundo, passar para
o mundo espiritual, sem
o retorno terrestre.
Apenas é preciso fé ou
vontade ativa, trabalho
no bem e renúncia a tudo
o que for entrave para
tal desejo. O
Espiritismo dá forças e
orientações a todos os
que o quiserem
compreender em seu
sentido moralizador”. Na
questão 264 de O
Livro dos Espíritos Allan
Kardec questiona o que
orienta o Espírito na
escolha das provas
reencarnatórias. A
resposta é que o
Espírito escolhe as que
podem servir de
expiação, segundo a
natureza de suas faltas
e fazê-lo adiantar mais
rapidamente. Vê-se aí
que para o Espírito
desencarnado o que mais
interessa é o seu avanço
espiritual. Essa
consciência deve estar
também presente enquanto
estamos encarnados.
Somente assim
aproveitaremos, de fato,
a grande oportunidade da
reencarnação.
Entendemos este estudo
de grande validade para
todos reencarnacionistas
ou não. Ele elucida
pontos evitando que o
estudioso se confunda. O
estudo da reencarnação
deve ser implementado em
todos os segmentos da
sociedade para que o
entendimento da Justiça
Divina se faça e, por
ele, todos caminhemos
com calma e boa vontade
para os nossos
inexoráveis avanços
espirituais.
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