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Nada é por acaso
Breve história da Instituição Espírita Joanna de Ângelis
A Instituição Espírita Joanna de Ângelis foi criada em
1975, em Japeri, no Estado do Rio de Janeiro, pelo casal
Terezinha Oliveira e Luiz Barbosa. O projeto teve como
objetivo a criação de uma escola naquela região, a fim
de que as crianças que ali residissem pudessem ter
auxílio educacional e humanitário. Dessa forma, surgiu a
Escola Espírita Joanna de Ângelis, que tem como proposta
básica auxiliar crianças e jovens carentes na busca de
seu aprimoramento moral e intelectual, por meio de ações
preventivas promotoras do homem de bem.
A Instituição mantém também uma filial no bairro de
Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro, onde são
realizadas palestras públicas semanais e grupos de
estudos.
Tudo começou, porém, 17 anos antes. Naquela época o
casal Terezinha e Luiz Barbosa de Souza ainda pagava as
prestações de um terreno de 1.440m2 em Santa Amélia,
bairro próximo à cidade de Queimados, região
metropolitana do Rio de Janeiro. Em 1975, já instalados
no Flamengo, zona sul do Rio, o casal regressou a
Queimados a fim de se desfazer do terreno.
O fato que deu origem à instituição –
Como na vida nada é coincidência, Terezinha e Luiz
Barbosa cruzaram com crianças da região que planejavam
roubos na região. A atitude causou impacto. Apavorados
com a realidade de uma das regiões mais violentas do Rio
de Janeiro, que ali se mostrava nua e crua, e sabendo
que o local era desprovido de qualquer assistência
educacional, Lulinha, como era conhecido, arriscou:
“Terezinha, vamos fazer uma escola aqui?”.
Diante da simpatia da esposa pela ideia, Lulinha foi em
frente com sua exposição de como seria a escola: “Será
como no Nordeste. A gente coloca tudo que é criança numa
sala de aula e paga uma professora”. Terezinha absorvia
a sugestão do marido, sem, contudo aceitar que um
projeto tão importante pudesse ser colocado em prática
de maneira tão simples. Estudante de pedagogia da UERJ,
Terezinha vislumbrava a materialização de um projeto tão
sério quanto útil à comunidade de Queimados.
Uma escola que, ao invés de apenas preencher o tempo das
crianças com qualquer coisa que não fosse a ociosidade
das ruas, instruísse e educasse, comprometida com os
padrões de eficiência escolar. Não era uma ideia
impossível. Terezinha sugeriu: “Nós podemos doar o
terreno, formamos uma Instituição e iniciamos a
construção da escola”. Seria uma Instituição Espírita.
Instruir, educar e evangelizar, a meta.
Terezinha já se
encontrava tomada pela ideia: mirava o terreno e, em vez
do mato crescido, enxergava a escola instalada e repleta
de crianças. O primeiro passo foi divulgar o projeto
entre os amigos da Congregação Francisco de Paula, que
Terezinha frequentava há onze anos, com o intuito de
aglutinar os primeiros recursos humanos e materiais para
a obra. Dois meses mais tarde, 23 pessoas reuniram-se na
casa de Terezinha para conhecer o projeto e discuti-lo
devidamente. Mas era difícil aprofundar as discussões
sem que conhecessem a área da escola e a comunidade de
Queimados. Em outubro de 1975, quatro carros
transportaram o grupo, debaixo de muita chuva, ao local
que sediaria a Instituição Espírita Joanna de Ângelis. A
aceitação geral caracterizou esse primeiro contato com
Santa Amélia. Terminada a visita, combinou-se que o
grupo se reuniria novamente para sacramentar a fundação
da Instituição. Isso aconteceu na casa de Aristides
Silva, amigo de Terezinha e colaborador de Divaldo
Pereira Franco na construção da “Mansão do Caminho”,
obra assistencial do médium em Salvador. Com tudo, a
Instituição Espírita Joanna de Ângelis foi fundada em 11
de dezembro de 1975. O próximo passo constituiu grande
desafio para todo o grupo: a construção da escola em
Queimados. A arrecadação de fundos, iniciada através de
doações espontâneas, festas e outras atividades
beneficentes, estava muito aquém do total necessário
para se dar início à obra. Além disso, a falta de uma
sede própria dificultava a realização de reuniões
periódicas e a concentração de recursos humanos e
materiais. Mais importante ainda, a falta de uma sede
comprometia a credibilidade numa Instituição que ainda
nem estava instalada; as pessoas julgavam o
empreendimento um sonho, negando contribuições.
O cuidado vem na hora certa –Terezinha
não sabia, mas sua presença no Culto do Lar, realizado
em fevereiro de 1976 na casa de Aristides Silva seria de
fundamental importância para o destino da Instituição.
Entre as onze pessoas presentes encontrava-se o médium
Divaldo Pereira Franco, cuja mentora espiritual vem a
ser a própria Joanna de Ângelis. Durante o culto, ao se
dirigir a cada um dos presentes incorporado de Joanna de
Ângelis, Divaldo aproximou-se de Terezinha dizendo-lhe
palavras de incentivo e esperança para a obra que estava
tentando realizar. Encerrando o culto, Divaldo pediu a
Terezinha que trouxesse a planta, para que todos a
conhecessem. O projeto despertou singular interesse ao
comerciante Nicolau Saad, que ofereceu para a obra de
Queimados a renda de vários bazares organizados em
Ipanema. Meses
mais tarde, Nicolau encontrou-se com Terezinha, desejoso
de inteirar-se dos passos que haviam sido dados para a
construção da escola. Informado de que muitas
dificuldades decorriam da falta de uma sede, levou
Terezinha até o prédio n 1183 da Avenida Nossa Senhora
de Copacabana, oferecendo para uso da Instituição a sala
que possuía no sétimo andar. Num primeiro momento a
utilização da sala trouxe dúvidas: “Se queremos realizar
a obra em Queimados, por que estamos instalados em
Copacabana?”, perguntava-se o grupo liderado por
Terezinha. A resposta seria dada, com todas as letras,
por Divaldo Pereira Franco, na primeira reunião
realizada pela Instituição na sede provisória, em
outubro de 1976: “Joanna está dizendo que se começarem a
obra em Queimados agora, o entusiasmo durará até o
primeiro inverno. Há necessidade dessa aglutinação, da
doutrinação, do trabalho e do estudo.” Divaldo
acrescentou ainda que a sede seria em Queimados e
Copacabana funcionaria como filial. Dissipadas as
dúvidas, começou o trabalho. Em
pouco tempo foi inaugurada a livraria, funcionando
diariamente. Uma, depois duas, palestras públicas
semanais viabilizaram não apenas o estudo doutrinário
como também a divulgação da obra de Queimados. A
presença de jovens justificou a criação de uma Mocidade
Espírita, e o serviço de passe dinamizava o trabalho
assistencial em Copacabana.
A construção – Em
1979, depois de dois anos de atividades ininterruptas,
Terezinha pediu ao engenheiro Mario Scapin que
calculasse o custo de construção da escola. O resultado
deixou o grupo estarrecido: só a mão-de-obra do
empreendimento representava toda a quantia arrecadada
pela Instituição desde que fora fundada.
Nesse momento, a determinação de Terezinha desafiou a
prudência sugerida pelos números do orçamento.
Acompanhada de Gilda Gomes, Terezinha conseguiu todo o
material para construção nas pedreiras e areais situados
em Queimados, aonde ia munida de fotos do terreno,
números do orçamento e muita paciência para explicar
quantas vezes fosse preciso o objetivo da escola e seu
caráter assistencial. Os
moradores acompanhavam curioso o aparecimento da
primeira escola da região que, enfim, começou a ser
erguida no horizonte de Santa Amélia. Acostumados a não
receberem qualquer tipo de assistência, alguns chegaram
a afirmar que não acreditavam mais em Deus, mas que Deus
estava voltando agora, com a escola. Ao cabo de um ano,
no dia 6 de fevereiro de 1980, quatro ônibus repletos de
convidados, entre eles Divaldo Pereira Franco, chegavam
em Queimados para festejarem com a comunidade a
inauguração da escola.
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A Escola Espírita Joanna de Ângelis (EEJA) foi fundada
em Japeri, no Estado do Rio de Janeiro, no ano de 1975.
Terezinha Oliveira e Luiz Barbosa, criadores e
idealizadores deste projeto, tiveram como objetivo
inserir a educação formal na comunidade, dando ênfase na
questão ética e moral, com o objetivo de formar cidadãos
e homens de bem. Inicialmente, a escola chegou a
trabalhar com crianças e adolescentes até o 9º ano do
Ensino Fundamental. Contudo, visando um maior cuidado e
o aprimoramento educacional, optou-se por reduzir a
quantidade de alunos, a fim de que pudessem ter uma
atenção mais individualizada.
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Assim sendo, atualmente
estudam 118 alunos em regime de horário integral, do
maternal ao 5º ano do Ensino Fundamental. Além do ensino
que segue o currículo escolar padrão, com as matérias
ministradas em todas as escolas que atendem a crianças
dessa faixa etária, são oferecidas diversas atividades
extracurriculares, como aulas de música, artesanato,
costura e esportes.
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Nessa região, que é formada em sua
maioria por famílias carentes, a escola oferece três
refeições diárias para seus alunos, ajudando-os a
manterem-se saudáveis e dispostos ao aprendizado.
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Há
ainda as turmas de Evangelização, que são opcionais,
para as crianças da escola, além de serem estendidas
para toda a comunidade. Dessa forma, crianças,
adolescentes e adultos que queiram estudar os
ensinamentos da Doutrina Espírita, podem ter essa
oportunidade se o desejarem, o que também contribui para
a formação de cidadãos engajados em construir um planeta
mais fraterno, solidário e sustentável. A EEJA sobrevive
de doações para que possa alimentar suas crianças, pagar
seus professores, adquirir material de estudo e
continuar promovendo a necessária manutenção da escola.
Dessa forma, é importante a participação de quem puder
ajudar, através de doações que
contribuam para a continuidade desse tão belo e
importante trabalho.
O IEJA funciona hoje em dois endereços, sendo uma em
Copacabana e outra em Japeri. Atua ininterruptamente com
os grupos de estudos, que são eles: Obras de Joanna de
Ângelis; o Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita
(ESDE); Obras de André Luiz e por fim o grupo de estudos
sobre a mediunidade.
Nota do autor:
Para
quem desejar conhecer mais ou contribuir com a
instituição, basta acessar sua página na internet pelo
endereço
www.ieja.org.br ou através do contato (21)
2664-6823.