Eis um desafio: adequar a
mensagem espírita ao perfil do público
Faz bom tempo que presenciei interessante fato
ocorrido em algum centro espírita deste Brasil.
O orador, de muita qualidade, aliás, saiu um
tanto quanto triste de sua palestra. Motivo:
percebeu que o público não havia assimilado
adequadamente sua mensagem. A impressão foi a de
que ele havia discursado num outro idioma, bem
diferente do português.
Situações assim, em que não há uma comunicação
eficaz, são comuns não apenas no universo
espírita, mas em muitos outros. Um fator nem
sempre observado é o perfil do público a que
será destinada a exposição. É preciso observar
perfil do público, cultura local, situação
econômica da região e tantos outros pontos que
criam um elo entre orador e público, de forma a
facilitar a assimilação do que se quer
transmitir.
O convite para um orador sem avisá-lo sobre o
perfil do público a que falará coloca-o
totalmente no escuro. Como preparar uma palestra
adequada sem saber quem a ouvirá? Fica
complicado mesmo. Esses cuidados servem não
apenas para montagem de palestras, mas, e
principalmente, para eventos um pouco mais
complexos, como congressos etc.
Um outro tópico que não pode ser esquecido é
escolher o orador pela afinidade e conhecimento
que ele tem do tema que o centro espírita pensa
em abordar. Quando este cuidado ocorre ganha-se
e muito no quesito qualidade da palestra, o que,
por consequência, permite ao público melhor
assimilação.
Não é incomum deparar-se com oradores bons, mas
sem o conhecimento e traquejo necessário para
abordar determinado tema. No caso de um convite
para abordar tema que não se domina ou tem pouco
conhecimento, vale, neste caso, a sinceridade e
humildade do orador para recusar o convite, se
possível, sugerindo o nome de um outro colega
que possa desempenhar a tarefa com mais
habilidade por ser conhecedor do tema.
Em minhas andanças por este universo espírita
tenho percebido que é fundamental que o
dirigente espírita conheça o seu público, para
bem administrar os temas que são trabalhados e
as formas que esses temas serão abordados em
palestras públicas.
Você não pode falar para um público jovem
utilizando um linguajar do século XIX. Não dá,
não tem como, fica uma comunicação truncada.
Sempre que sou convidado a falar pergunto o
perfil do público. Como são as pessoas que me
ouvirão? Assim, posso estabelecer uma melhor
conexão, de modo a todos nós aprendermos.
A qualidade na comunicação espírita é que fará
com que a mensagem espírita, sempre
esclarecedora, chegue cristalina, pura e simples
a todos os corações.
Eis um desafio para todos nós neste ano que se
inicia e nos vindouros.