Ante a ideia de Deus
Observa a grandeza incomensurável da Criação e não
pretendas ultrapassar o futuro no ousado tentame de
traduzir o conceito de Deus na estreita palavra humana.
No macrocosmo, galáxias infindáveis arrastam consigo
milhões de mundos no turbilhão da vida universal e no
microcosmo em que te agitas a simples casa orgânica em
que resides permanece constituída por trilhões de
células, que, a seu turno, se compõem de forças
múltiplas do mundo atômico a te desafiarem a imaginação
para inventários e cálculos, muitas vezes frios e
inúteis.
Não seria justo pedir à gota d’água uma definição do
oceano, tanto quanto ao verme é defesa qualquer
explicação do Sol, embora a gota líquida guarde consigo
o sabor do mar e o verme se rejubile ao contato da luz.
Resignemo-nos à humildade da nossa atual condição no
campo da vida e, respeitando a ciência, que procura
avançar, através de afirmações provisórias, na direção
da Eterna Sabedoria, ofereçamos a Deus, no culto
incessante de nosso amor, o coração em forma de auxílio
incansável aos semelhantes, a única fórmula digna, pela
qual nos compete, por enquanto, o dever de buscá-lo e
exprimi-lo.
Por agora, não dispomos de outro recurso que não seja o
do sentimento para a silenciosa ascensão à inteligência
Divina e é, por isso, que, acatando a justiça e servindo
aos outros até o sacrifício supremo, Jesus, o nosso
Divino Mestre, ensinou-nos a amá-lo e servi-lo, como
sendo Nosso Pai.
Do livro Escrínio de Luz, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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