Divaldo Franco: “A reencarnação explica as complexidades
da vida”
O conhecido orador deu início em Londrina, no dia 13 de
março, à sua participação na XXI Conferência Estadual
Espírita; no dia seguinte, falou aos espíritas de Ponta
Grossa
Dentro da programação da XXI Conferência Estadual
Espírita (XXI CEE), com o tema: Nascer, morrer, renascer
ainda e progredir sem cessar, tal é a lei, na fase de
interiorização, ou seja, a realização de conferências em
diversas cidades do interior do Estado, proferidas por
múltiplos oradores, Divaldo Franco, o incansável
trabalhador do Cristo, esteve proferindo conferências em
Londrina e Ponta Grossa nos dias 13 e 14 de março. A
culminância da XXI CEE aconteceu no período de 15 a 17
de março de 2019, no Expotrade Convention Center,
Rodovia Deputado João Leopoldo Jacomel, 10.454, em
Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba.
Reencarnação foi o tema da palestra em Londrina
Cerca de 2.500 pessoas se fizeram no Centro de Eventos
de Londrina, em 13 de março.
Divaldo Franco, o trator de
Deus, na assertiva de Chico Xavier, foi efusivamente
recebido pelas lideranças espíritas regionais e pelo 1º
Vice-Presidente da Federação Espírita do Paraná – FEP -,
Luiz Henrique da Silva. Divaldo mantém, desde o ano de
1958, uma intensa relação doutrinária com Londrina.
Como tem ocorrido desde 2017, se fez acompanhar por Juan
Danilo Rodríguez Mantila, espírita equatoriano,
residente na Mansão do Caminho, em Salvador (BA), desde
janeiro de 2018, onde desenvolve suas atividades, com
atenção especial aos portadores do Espectro Autista.
Juan Danilo é médico, terapeuta holístico, psicólogo
transpessoal, fundador do Centro Espírita Francisco de
Assis e da Fundação Luz Fraterna, em Quito. A Fundação
Luz Fraterna se dedica ao tratamento da síndrome
autista, propiciando, para esses, uma vida de mais
equilíbrio e contato social, dignificando a criatura
humana. Juan Danilo é autor dos livros Alliyana,
que aborda o tratamento do autismo, e Notas do
Coração, com reflexões inspiradoras para o
bem-estar. Alliyana é uma palavra originária da
língua quíchua, dos nativos do Equador, e tem como
significado sarar, que para a cultura andina, sarar,
curar é esclarecer.
Em noite de temperatura amena, Divaldo Franco destacou a
frase tema da XXI CEE: Nascer, morrer, renascer ainda e
progredir sem cessar, tal é a lei, enfatizando a
reencarnação na vida de todos os seres humanos.
Allan Kardec, através de O Livro dos Espíritos,
esclareceu as dúvidas que pairavam na sociedade humana
sobre a continuidade da vida e a volta ao corpo
somático. O Espiritismo apresenta a mais importante
proposta filosófica para elucidar a criatura humana,
apresentando propostas para que ela possa
autoiluminar-se, bem como revela o caminho a ser
percorrido para alcançar a evolução moral e intelectual.
As diversas reencarnações vividas pelos seres humanos
são sempre riquíssimas em experiências. As ciências
humanas, pouco a pouco, foram lançando luzes sobre a
origem do Universo, bem como sobre da vida física,
oriunda nas profundezas dos oceanos, em consonância com
o Espiritismo.
A dificuldade para a aceitação da reencarnação possui
geratriz, amiúde, pela forma superficial e fantasiosa
com que é apresentada, sem bases fáticas e científicas.
Seria necessário, então, uma religião científica, que
oferecesse as provas e o claro entendimento lógico da
questão. Assim, a reencarnação explica o que é o ser
humano, cujo corpo físico é composto por cerca de
trezentos trilhões de células, em termos de origem,
destino e condição atual. É a chave para se decifrar os
enigmas da existência humana.
Ao Espiritismo coube desvelar a causalidade da vida, da
evolução do ser humano até que este alcance a plenitude.
Apresentando o pensamento dos grandes filósofos, Divaldo
destacou Jesus, o incomparável Mestre, que trouxe a
diretriz segura para a evolução do homem.
Com base na Ciência, nas pesquisas parapsicológicas que
afirmam que o ser humano é portador de duas memórias – a
cerebral e a extracerebral -, Divaldo apresentou os
estudos realizados pelo Dr. Hemendra Nath Banerjee
(1929-1985), do Departamento de Parapsicologia da
Universidade de Rajasthan, Índia, naturalizado mais
tarde americano. O Dr. Banerjee foi um dos mais notáveis
pesquisadores da reencarnação, escrevendo a obra Vidas
Pretéritas e Futuras. Segundo o emérito cientista,
toda vez que se falava sobre o tema, as pessoas adotavam
uma das quatro posturas: a negação apriorística, ela não
existe; a negação baseada na mera crença religiosa; a
crença baseada no dogma religioso; e a certeza sobre a
reencarnação, com base na análise racional dos fatos e
na lógica.
Analisando a primeira conduta, Divaldo asseverou que se
trata de negação pura e simples, isenta de qualquer
análise, não estando dotada de argumentos plausíveis,
quer afirmativos, quer negativos. Sobre a segunda
conduta, o termo reencarnação somente passou a existir
com o advento do Espiritismo, embora o conceito já
estivesse presente na Bíblia, como no capítulo 3 do
Evangelho de João, que narra o encontro de Nicodemos com
Jesus e em outras 10 passagens evangélicas sobre a
reencarnação. A terceira conduta, a crença cega, não tem
estrutura para resistir às vivências humanas, podendo
facilmente desfazer-se, pois que somente a reencarnação
pode explicar as complexidades da vida. Analisando a
quarta conduta, Divaldo Franco, Embaixador da Paz,
salientou diversos fatos estudados pelo Dr. Banerjee, e
que confirmam a reencarnação e oferecem a certeza, a fé
inabalável sobre ela. Os que se encontra vinculados e
adeptos da reencarnação compreendem que as forças
telúricas do mal e do bem se entrechocam, levando o ser
humano a fazer as próprias escolhas. A ciência espírita
demonstra que o aparente caos da morte física é
perfeitamente compreensível, pois que apresenta a
continuidade da vida após a desestruturação molecular.
Apresentando o pensamento de Friedrich Nietzsche (1844
— 1900), filósofo alemão, autor de “Assim Falava
Zaratustra”, Divaldo destacou a seguinte conclusão do
filósofo: Toda vez quando surge uma ideia nova, ela
passa por três períodos distintos: 1. Período em que é
combatida tenazmente – Negação; 2. Período em que
passa a ser ridicularizada – Zombaria; e 3.
Período onde finalmente é aceita - Aceitação. Com
a Doutrina Espírita não foi diferente. Tão logo ela foi
ganhando notoriedade pela seriedade de seus postulados,
surgiram adversários gratuitos para combatê-la.
Elucidando com a própria experiência, o médium narrou a
história de sua irmã Nair, suicida, que, mais tarde,
reencarnaria trazendo no corpo físico as marcas do ato
ignóbil, resgatando o desequilíbrio gerado em si mesma.
Em pesquisas sérias e documentadas, levadas a efeitos
por estudiosos da área, são apresentados inúmeros casos
comprovando a reencarnação. É a lei de causa e efeito,
que todos os seres humanos estão submetidos,
invariavelmente.
Divaldo Franco discorreu sobre variadas situações da
vida, fazendo reflexões em torno do tema, como por
exemplo: o fato de certos indivíduos nascerem sem
problemas físicos e numa condição social e financeira
favoráveis, enquanto outros renascem com doenças ou em
favelas; as deformidades dos xifópagos, ou siameses; ou,
ainda, os casos de gênios nas artes e nos diversos ramos
científicos; fatos que somente podem encontrar uma
explicação lógica e plausível à luz da reencarnação.
A reencarnação explica as complexidades da vida. A
ciência espírita apresenta as respostas para as equações
da vida, dando-lhe um sentido. A humanidade, notadamente
os brasileiros, vive um momento moral decepcionante,
extravagante. Herói, afirmou o ínclito orador, é todo
aquele que transita pelo oceano da iniquidade sem
contaminar-se. A vida vazia, sem sentido é indutora de
severos quadros depressivos que podem culminar em
suicídio. Na atualidade o número de depressivos na Terra
é de cerca de 300 milhões.
Uma vida com bases éticas saudáveis, com direito de
viver e de amar, com bases em Jesus, o modelo ímpar dado
ao homem moderno, é formuladora e fomentadora de
alegria, felicidade, de plenitude, onde a maior alegria
é a de fazer com que o semelhante sinta-se gente. A fase
do mundo novo se constituirá no exercício da caridade,
quando o homem, então, melhorando-se, construirá uma
nova sociedade mais fraterna, solidária e justa. Esse é
o momento de cantar o amor do Cristo.
Apresentando outras considerações elucidativas, Divaldo
Franco foi preparando o encerramento, e o público ávido
de bênçãos e conhecimento se repletou de bem-estar e
confiança nos dias vindouros. Após declamar o Poema da
Gratidão, de Amélia Rodrigues, o orador por excelência
foi amplamente aplaudido e, colocando-se o público de
pé, a conferência foi encerrada. Pairava suave harmonia,
envolvendo em bênçãos os presentes.
Consciência Humana foi o tema da palestra em Ponta
Grossa
O Arauto do Evangelho e da Paz, Divaldo Franco, tendo
vindo pela primeira vez no Paraná em 1954, jamais deixou
de retornar à terra das araucárias. Nesta atual jornada,
cumprindo compromissos com a XXI CEE, em atividade no
interior do Estado, esteve no dia 14 de março em Ponta
Grossa, no Clube Princesa dos Campos, para apresentar o
tema “Consciência Humana”, atendendo à expectativa de
cerca de duas mil pessoas.
Recebido com grande gáudio pelas lideranças espíritas
locais, regionais e estadual, representada pelo 1º
Vice-Presidente da Federação Espírita do Paraná, Luiz
Henrique da Silva, Divaldo foi recepcionado pelo Coral
Vozes de Francisco. Juan Danilo Rodríguez brindou o
público executando e cantando linda canção ao violão.
A mitologia grega, disse Divaldo, serve de base para a
interpretação das análises psicológicas, tanto as de Sigmund
Freud, quanto as de Carl Gustav Jung.
Discorrendo sobre o desentendimento havido entre Zeus e
sua mulher Hera, envolvendo percepções de cada um,
Tirésias foi chamado para dirimir as dúvidas do casal
mitológico que zelava pelos demais deuses gregos.
Tirésias, tendo desagradado a Heras, foi por ela
condenado a cegueira. Zeus, não querendo perturbar ainda
mais o relacionamento, decidiu não anular a cegueira
imposta a Tirésias, porém, concedeu-lhe um benefício:
deu-lhe o poder da visão interior, isto é, dotou-o de
qualidades iluminativas do mundo interior, se
autoiluminando.
O ser humano, ao viajar para dentro de si, descobre as
possibilidades de viver as metas do porvir, o vir a ser.
Ele consegue, então, estabelecer objetivos e os meios de
realizar o progresso. O Livro dos Espíritos é uma
obra que faculta ao homem conhecer o caminho, bem como,
traçar rotas para a conquista da plenitude. Nesta grande
obra, a questão 621 discorre sobre a consciência, o
repositório da lei de Deus.
Divaldo, detentor de enorme experiência e conhecimento,
através de inúmeros exemplos foi analisando os homens e
seus graus de consciência, uns ainda permanecendo em
estado de sono consciencial, amando mais os objetos e
suas posses do que a Deus, independente do grau
intelectual, numa dicotomia entre a inteligência e a
consciência, isto é, o de postar-se alinhado com os
postulados divinos ínsitos em si, ou simplesmente
deixar-se conduzir pela intelectualidade sem ética.
Em 1905, Alfred Binet (1857 -1911) e
o seu colega Theodore Simon (1873-1961) criaram
a Escala Binet-Simon, usada para identificar
estudantes que pudessem precisar de ajuda extra na sua
aprendizagem escolar. Os autores da escala concluíram
que os baixos resultados nos testes indicavam uma
necessidade para uma maior intervenção dos professores
no ensino destes alunos e não necessariamente que estes
tivessem inabilidade de aprendizagem. Os dois ficaram
conhecidos pela construção
da primeira escala de medida de inteligência.
Jung, através da meditação, foi tomado por um furor e
escreveu durante três dias e três noites seguidas o
livro Resposta a Jó, uma referência ao Livro
de Jó do Antigo Testamento. Jó perdeu tudo,
inclusive a família, e reduzido a miséria, continuava,
mesmo assim, a amar Deus. Jó afirmava que não amava o
que Deus lhe deu, mas sim a Deus.
Segundo Jung, a consciência é um estado de aquisições
éticas, possibilitando a autoiluminação, a consciência
de si. Este postulado está em perfeito acordo com O
Livro dos Espíritos. A ética é a base de toda a
cultura, porém, Aristóteles, discípulo de Platão,
apregoa que é necessário acrescentar outro componente
para o desenvolvimento da consciência, a estética. A
Doutrina Espírita, em seu conjunto, é um tratado de
ética e de estética.
Cabe a cada ser humano optar por um sentido para a sua
vida: o material ou o transcendental. Jesus, o modelo e
guia para a humanidade, é o exemplo máximo de alguém
dotado de ampla consciência apoiada na ética e na
estética. Jesus fascina os que O conhecem. A Doutrina
Espírita se constitui em valioso instrumento para a
erradicação dos erros e a superação das dificuldades
emocionais.
Divaldo Franco fez importante e preocupante revelação.
Segundo informações recebidas de Espíritos Benfeitores,
quase 10% da Humanidade está depressiva. Assim, segue o
orador por excelência, o vazio existencial deve ser
preenchido através da realização de uma viagem interior,
descobrindo o homem novo, ainda em estado de sono e que
deve ser desperto com as ações no bem. Através das
reencarnações sucessivas, o ser humano irá encontrar o
Deus interno, no âmago de seu coração.
Há necessidade de a criatura humana estabelecer uma
ética para a vida. O Espiritismo é um repositório de
ética e de estética. Na senda do progresso, o homem
poderá optar pelo SER ou pelo TER, responsabilizando-se
pela escolha. A caridade é um instrumento imprescindível
na evolução do homem, que optando por fazer o bem para
si e para o outro, desenvolve o amor. A oração é um ato
sublime que une o homem a Deus, portanto, o ato de orar
deverá ser revestido da mais pura sinceridade.
Encaminhando-se para o encerramento, Divaldo Franco
asseverou que a humanidade transita por um momento
grandioso, onde cada um deve sorrir mais, cumprimentar
as pessoas, ser solidário, aprender a descobrir os
invisíveis, os que são catalogados pela sociedade humana
como miseráveis, os malcheirosos, os abandonados,
auxiliando-os, acolhendo-os, sendo útil aos que estão à
volta.
Divaldo Franco exortou o público a descobrir a alegria
de viver, pois que a vida é rica de valores,
principalmente aqueles que são empregados em benefício
do próximo. Declamando o Poema da Gratidão, de Amélia
Rodrigues, o evento foi encerrado e bênçãos se fizeram
presente na intimidade de cada um, retemperando o ânimo
para a prática da ética e da estética, do
desenvolvimento da consciência segundo a Lei Divina. O
público, postando-se de pé, aplaudiu o orador
demonstrando a sua gratidão.
Nota do Autor:
As fotos que ilustram esta reportagem são
de Jorge Moehlecke.