Um
pouco de solidariedade
“O homem possuído pelo sentimento da caridade e
de amor ao próximo faz o bem pelo bem, toma a
defesa do fraco contra o forte e sacrifica
sempre o seu interesse à justiça.” (O
Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII,
item 3 – Allan Kardec.)
O mundo em que vivemos é de expiações e provas,
onde o mal ainda é maior que o bem. Basta um
olhar ao redor dos nossos passos e não teremos
dificuldades em constatar esta triste realidade;
os atos, atitudes e comportamentos humanos, em
grande parte, refletem dor e sofrimento no seio
da coletividade em que vivemos.
Constatada tal situação, caracteriza-se como
dever de cada cidadão desenvolver atividades e
labor no sentido de modificar tal panorama que
tem causado grandes sofrimentos e infindáveis
torturas às criaturas humanas.
Importa, então, descobrir, observando a nossa
potencialidade, o que podemos fazer, como
contribuição, para que as coisas tomem novo
rumo, pois que a tarefa de erigir uma sociedade
mais justa, fraterna e humana, é de todos nós.
Atribuir tal responsabilidade às autoridades
constituídas seria esquivar-se de prestar nossa
cota de participação, pois que o progresso
social interessa diretamente a todos.
O homem politizado, que já conseguiu vislumbrar
além dos seus próprios interesses, não pode
deixar de servir ao irmão que ainda está atolado
na ignorância, ministrando-lhe lições de
convivência fraterna e solidária.
Aquele que aprendeu a servir em silêncio precisa
estar atento na descoberta de situações
emergenciais, onde seu desprendimento possa
contribuir, de alguma forma, para minorar
quadros de angústia e dor.
Se conseguimos exemplificar, com amor e
dedicação, um posicionamento de paz e
serenidade, é imperioso que nos aproximemos dos
mais violentos e agressivos para que aprendam
que o caminho para a felicidade começa na
domesticação dos próprios sentimentos.
Observando a fome rondando lares pobres e
desorientados, não podemos perder tempo, temos
obrigação de agir rápido amenizando os
problemas, uma vez que a inanição, em poucos
dias, poderá levar os famintos às raias do
desespero e do desequilíbrio.
Percebendo a tendência viciosa de homens
vulneráveis, surge diante de nós a grande e
inadiável oportunidade de falar sobre os
malefícios do cigarro, do álcool e de outras
substâncias tóxicas ainda mais nocivas e
deletérias.
Conhecendo irmãos que se prestam à infidelidade
conjugal, com graves consequências para a
estabilidade e a harmonia dos lares, é dever que
informemos, dentro do possível, sobre a
responsabilidade que pesa aos nossos ombros no
tocante à condução correta e ajustada dos
valores morais dentro do contexto familiar.
Notando que criaturas seguem pela vida
cultivando um padrão de indignidade, desatenção
para com a honradez e distante dos
comportamentos sublimes, façamos esforços para
que consigam conhecer o lado justo e honesto da
vida, para que não se aprofundem ainda mais nos
desfiladeiros das mazelas que alimentam.
O homem de bem, em circunstância alguma, poderá
negligenciar, esquivando-se de servir,
indistintamente, sem esperar pelo reconhecimento
e gratidão de qualquer criatura. A alegria
daquele que cumpre com os seus deveres sociais
deve nascer da tarefa realizada e da
tranquilidade de sua consciência reta.
Em momento algum olvidemos que enquanto um só
homem estiver desorientado, desesperado, vivendo
fora dos padrões do equilíbrio e da retidão de
caráter, a sociedade em geral estará ameaçada e
insegura.
Não esperemos por ninguém, façamos a nossa
parte, contribuamos com os recursos que temos e
podemos, quer sejam financeiros, morais,
culturais, não importa, pois que sempre
aprendemos algo com os que estão à nossa frente
e muito podemos ensinar aos que seguem à nossa
retaguarda.
Um pouco de solidariedade, em favor de quem
necessita, será para todos nós uma imensa e
inadiável contribuição para que possamos mudar a
história dos nossos dias, substituindo a dor que
maltrata tanta gente pela alegria de uma vida
mais condizente com os ditames do Evangelho de
Jesus.
Reflitamos.