Mundo
globalizado, mundo diversificado
Devemos promover a coragem onde há medo, promover o
acordo onde existe conflito, e inspirar esperança onde
há desespero.
Nelson Mandela
Luísa tem 8 anos e é branca. Sua melhor amiga se chama
Bruna, tem 7 anos e é negra. Elas são crianças. Nasceram
sem preconceito e contam com pais que reconhecem a
discriminação e a intolerância como graves empecilhos à
paz social.
Todos nós, juntos, precisamos preparar crianças e
adolescentes para viverem em um mundo cada vez mais
globalizado e diverso.
A miscigenação étnica é predominante no Brasil. No
entanto, a infeliz cultura do país de fazer piadas com
outras pessoas, nacionalidades e gêneros, cria situações
de embaraço no campo da vida pública e da vida privada,
exigindo atenção e preocupação de todos. Além disso,
crianças e adolescentes notam e sofrem essa intolerância
em relação à diversidade com mais veemência nas escolas,
sendo chamadas a encarar o preconceito em uma fase
imatura, sofrendo, muitas vezes, a tortura cotidiana do
bullying.
Mais do que nunca, pais, educadores e sociedade precisam
orientar e ensinar filhos e alunos sobre o respeito à
diversidade em casa e na escola, favorecendo uma
convivência que cultive o respeito com as diferenças de
raça, gênero, religião ou comportamento.
Nenhum de nós é obrigado a amar todo mundo. Mas, como
indivíduos, como cidadãos, como habitantes de uma Casa
comum, precisamos respeitar as pessoas como elas são,
sem nos afastar, nos contextos vários de nossas pequenas
vidas, da dignidade do ser humano. Afinal, “Quanto vale
o homem / Menos, mais que o peso? / Hoje mais que ontem?
/ Vale menos velho? / Vale menos morto?”, perguntou
Carlos Drummond de Andrade em um de seus poemas.
Sem querer responder ao poeta, podemos afirmar que cada
ser humano, independentemente de qualquer atributo ou
característica ou de qualquer comportamento que tenha
adotado ou venha a adotar, tem um valor único, um
significado que transcende a sua existência individual e
que tem relevância para todos os demais homens. E é esse
valor que precisamos comunicar pelo exemplo diário às
nossas crianças – em casa e no ambiente escolar – e para
que elas cresçam conscientes do respeito que é urgente
cultivar em relação ao ser humano: a irmã mais nova, o
vizinho idoso, a professora, o porteiro... Ou seja, as
crianças precisam crescer praticando o respeito em
relação a todo ser humano e isso para aprender simples e
corajosamente a gerir diferenças e relacionamentos
saudáveis.
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