Saúde preventiva
Saúde ou doenças são escolhas pessoais
A doutrina espírita, manancial de luz e de saúde,
adverte: somos responsáveis pelos cuidados com o nosso
corpo material e com o nosso corpo espiritual. A matéria
apresenta-se em estados que ainda nos são desconhecidos
e que impressão alguma causam aos nossos sentidos (Q.
22, LE). Somos energia que vibra e oscila
permanentemente: luz condensada num universo de formas.
A nossa capacidade de conhecer, dominar e interagir com
esse campo energético faz toda a diferença entre a
liberdade da saúde e a escravidão da doença.
A nova biologia, rompendo as fronteiras do determinismo
genético e sem as amarras do dogmatismo religioso, ganha
paulatinamente a confiança de centenas de pesquisadores
e cientistas. Ela já não tem dúvidas: a vida de uma
célula (carregamos cerca de 50 trilhões delas) “é
controlada pelo ambiente físico e energético em que se
encontra e não pelos genes. Os genes são meros modelos
moleculares utilizados na construção das células, dos
tecidos e órgãos” (A Biologia da Crença – Bruce H.
Lipton). É o que a nova ciência denomina “epigenética”.
Para o espírita, isso sequer constitui novidade. Há
décadas, André Luiz vem nos ensinando que “cada
criatura, com os sentimentos que lhe caracterizam a vida
íntima, emite raios específicos e vive na onda
espiritual com que se identifica. Cada alma se envolve
no círculo de forças vivas que lhe transpiram do
‘hálito’ mental”, pura corrente energética (Nos domínios
da Mediunidade - 1955). Em “Evolução em dois mundos”
(1959), foi taxativo: “tirando a imprevidência, a
imprudência e a falta de higiene, todas as
patologias derivam da relação profunda do Espírito e
seus campos energéticos mais profundos, que vão aos
poucos se manifestando no corpo”.
A aceitação desses pressupostos deve repercutir na
dinâmica de vida de cada um. Saúde e doença são trilhas
escolhidas desde os primeiros anos da encarnação. As
opções pelo meridiano do equilíbrio interior (vigilância
dos pensamentos, sentimentos, emoções e preocupações;
prece, meditação, leitura edificante etc.) e pela
seleção alimentar criteriosa (a fuga do curral alimentar
imposto pela sociedade de consumo e pela gastronomia
familiar) são os primeiros passos na direção de um corpo
saudável. A eles se conectam, entre outros vetores, os
hábitos de vida (combate aos vícios e ao sedentarismo;
relativização da importância do suporte material etc.) e
a habilidade no enfrentamento das doenças (renúncia à
busca de soluções químicas ou farmacológicas tão
instantâneas quanto perigosas).
Percorre a senda do adoecimento quem não aprende a lidar
com as suas fobias. Enlaça o enfraquecimento das forças
aquele que deixa de aprimorar a capacidade do autoperdão
ou da compreensão da falibilidade alheia (indulgência e
perdão). Mergulha nos vagões das sombras do sofrimento
quem não encontra tempo para festejar o brilho da vida
ao lado das pessoas que ama. Está a gestar o embrião da
dor aquele que, no aspecto qualitativo e/ou
quantitativo, seleciona o que come e o que bebe
unicamente pelo colorido do paladar e do prazer. Pessoas
que trocam os recursos da farmácia de Deus, disposta de
forma exuberante na estante da natureza, pelas incursões
habituais e impulsivas nas drogarias multiplicadas nos
centros urbanos (frutos do egoísmo e da ganância do
homem) agem como o terrorista que, meticulosamente,
constrói a bomba-relógio que, “do dia para a noite”, vai
explodir no seu colo. “Não somos meras máquinas
bioquímicas que podem recuperar o equilíbrio físico e
mental simplesmente tomando medicamentos” (Bruce Lipton).
É imprescindível manter um corpo vigoroso. A alma é
prisioneira da carne e dela depende para se movimentar e
manter a ilusão da liberdade (cf. ESE – Cap. XVII – item
11). Contudo, falha nesse dever o encarnado que não se
informa adequadamente ou, negligente, age como se a vida
outra coisa não lhe exigisse, senão aguardar a morte.
A partir desta edição, viajaremos juntos pelos campos
promissores da saúde preventiva e da medicina holística.
Pessoas de todas as crenças (e o espírita, de forma
especial) precisam tomar consciência e agir diante das
tragédias que as cercam. Populações inteiras são vítimas
inconscientes ou inocentes úteis de grandes
conglomerados de produção alimentícia (um dos mais
badalados nichos da sociedade de consumo), da indústria
química e da indústria farmacêutica. Não se pode calar
diante deste genocídio silencioso e inconsequente que,
de forma impiedosa, abate milhões de pessoas todos os
dias! Conhecer as trincheiras de proteção nesta guerra
será a missão da nossa coluna ao longo deste ano.