Chico Xavier narrou a Elias Barbosa um fato curioso de
sua infância quando começou a ver e ouvir espíritos em
sala de aula:
- A
professora Rosária Laranjeira me permitiu ir ao quadro-negro, a
fim de escrever à vista de todos. “Qual é o tema para Chico?”,
perguntou um dos meninos. Uma nossa colega de nome Ocarlina
Leroy lembrou: “Gostaria que o tema fosse areia, porque tenho
carregado muita areia para auxiliar uma pequena construção de
meu pai”. Todos os meninos presentes riram-se da lembrança e
acharam que areia era uma cousa desprezível. Alguns fizeram
piadas, mas o pedido de Ocarlina foi sustentado.
Eu devia escrever uma composição usando giz no quadro-negro,
sobre areia. Lembro-me de que o espírito amigo ali, ao meu lado,
começou ditando: “Meus filhos, ninguém escarneça da Criação. O
grão de areia é quase nada, mas parece uma estrela pequenina,
refletindo o sol de Deus...” A composição foi escrita com muitas
ideias que eu seria incapaz de conceber nos meus doze anos de
idade. Os meninos ficaram em silêncio, por alguns instantes, e
quando voltaram a conversar, a nossa professora determinou o
encerramento do assunto.
Daí em diante, Dona Rosária proibiu qualquer comentário na
classe sobre pessoas invisíveis. Nem eu podia dar notícias de
cousas estranhas que eu visse e nem os meus colegas deveriam me
perguntar qualquer coisa fora de nossos estudos.
Como é fácil de verificar, desde a infância, estou no meio de
quem acredita e de quem não acredita no Mundo Espiritual, e as
mensagens do Mundo Espiritual vão surgindo comigo, dando-me,
cada vez mais, o conforto da fé na vida além da morte.
Do livro No
mundo de Chico Xavier – Entrevistas,
de Chico Xavier e Elias Barbosa.
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