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por Vânia Pauletti

 

Mediunidade e imperfeição


A mediunidade é uma faculdade física, também chamada orgânica. A mediunidade ostensiva está igualmente distribuída entre os indivíduos no globo terrestre e independe de religião, raça, classe social ou elevação moral. É oferecida por misericórdia de Deus, para que aqueles que em outras existências se desviaram da conduta equilibrada possam ser instrumentos das orientações de que eles mesmos necessitam e, dessa forma, então, possam se realinhar com a Lei Divina.

O que define a prática mediúnica responsável, ou seja, assistida pelos bons Espíritos, com a finalidade de distribuir o amor, o consolo, amparar, alertar e orientar as criaturas, é a conduta moral do médium.

Malbaratar o talento da mediunidade, deixando-a manchar-se sob o uso com finalidades pueris e frívolas, indignas e vulgares acarreta penosas aflições e renascimentos dolorosos. Igualmente, a incorreta utilização dos recursos mediúnicos termina, quase sempre, por desarmonizar o psiquismo e a emoção, levando a patologias muito complexas.

Médiuns ciumentos, exibicionistas, descuidados, mentirosos e portadores de outras imperfeições morais pululam em toda parte, acreditando-se ignorados pelas leis soberanas. Mesmo assim, por bondade, são visitados pelos benfeitores espirituais condoídos, que deles se acercam, intentando despertá-los para os deveres e compromissos que lhes dizem respeito.

As entidades superiores, por falta às vezes de médiuns que sintonizem com os seus relevantes propósitos, utilizam-se daqueles que encontram, com dupla finalidade: adverti-los através de orientações seguras e auxiliar as pessoas confiantes ou necessitadas que lhes busquem o socorro.

Cabe, desse modo, a todos os médiuns, a vigilância e a oração constantes, a ação caridosa e a disciplina, a fim de se prevenirem de si mesmos e de suas imperfeições, lembrando que nas faixas vibratórias mais elevadas permanece o pensamento divino aguardando ser captado para o progresso da humanidade.

No livro Mediunidade: Desafios e Bênçãos, Philomeno de Miranda nos alerta: “Somente através do conhecimento lúcido e lógico da mediunidade, mediante o estudo de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, é que deve se permitir o candidato à educação da sua faculdade, ao aprimoramento pessoal, iniciando, então, o exercício dessa disposição orgânica profundamente arraigada nos valores morais do Espírito”.

Prossegue afirmando que uma das primeiras providências a serem tomadas em relação a esse programa iluminativo diz respeito à autoanálise que se deve propor ao interessado, trabalhando as imperfeições do caráter, os conflitos comportamentais, lutando pela transformação moral no seu mundo interior durante toda a existência, para ampliar o esforço pessoal de depuração dessas imperfeições.

É sabido que a permanência voluntária nos vícios torna cada um de nós responsável pelas consequências lamentáveis que advirão. O autor lembra, ainda, que: “A disciplina e a ordem são fundamentais para o seu mais amplo campo de realizações, porquanto a mediunidade não pode constituir-se estorvo à vida normal do cidadão, nem instrumento de interesses escusos sobre a falsa justificativa da aplicação do tempo que lhe é dedicado. É fundamental para os médiuns ter a consciência de que são instrumentos e não autores das informações, tornando-se simples, sem as posturas de que são seres especiais ou emissários irretocáveis da verdade. A busca da notoriedade constitui terrível chaga moral, que o médium deve cicatrizar mediante a terapia da humildade e do trabalho anônimo”.

O cultivo dos bons pensamentos constitui aos médiuns recurso valioso, que não pode ser desconsiderado, ao lado do trabalho perseverante dedicado à edificação em favor do seu próximo. O exercício da mediunidade responsável deve produzir indizível bem-estar, por proporcionar a sintonia com as elevadas esferas espirituais, nas quais o medianeiro haure conforto, inspiração e alegria de viver. Se cumprirmos os deveres que nos cabem, receberemos os direitos que nos esperam. Fazendo corretamente o que nos pede o dia de hoje, não precisaremos repetir a experiência amanhã.

Se na dedicação ao trabalho iluminativo, o medianeiro se entregar ao Pai, sem reservas, com o esquecimento do velho egoísmo, aprendendo a grandeza de sua posição de Espírito imortal, estará ele cumprindo seu papel diante da Lei Divina.

Se Deus é por nós, quem será contra nós? - Romanos,8:31.

 

Bibliografia:

XAVIER, F. C.  Seara dos Médiuns – pelo Espírito Emmanuel – Mediunidade e Imperfeição – 13ª edição – Editora FEB – Brasília/DF/ 2001.

FRANCO, D. P.- Médiuns e Mediunidades – pelo Espírito Vianna de Carvalho – encurtador.com.br/suPSZ


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita