Criança não precisa de celular
Todas as crianças aprendem por meio da brincadeira, pois
o brincar é o seu trabalho.
Maria Montessori
Muitos pais argumentam: “meu filho tem oito anos, o
coleguinha já tem um celular e ele quer um também.”
Celular não tem finalidade para quem é criança e, por
isso, deve ser mantido a distância. Além disso, é função
dos pais também saber dizer não.
Desde os anos 1980 as pessoas têm conhecimento de que
mais tempo na frente da TV se traduz em menos paciência
e autocontrole, pior desenvolvimento maturativo da
atenção e maiores taxas de fracasso escolar – e por isso
agrada tanto ao ser humano, criança ou adulto, ver TV ou
grudar no celular: os eletrônicos nos entretêm, ou seja,
nos distraem.
Nos últimos anos, os celulares são cada vez mais usados
para distrair a criança – para o bebê terminar a
papinha; para a mãe conseguir terminar de vestir a
meninazinha; para o menino esperar quieto no consultório
do dentista…
Dar o celular para uma criança é um desserviço para o
seu desenvolvimento. Pois o cérebro dessa criança
aprenderá que a cada vez que tiver que se esforçar, que
se concentrar ou esperar quieta, ele, o cérebro, poderá se
distrair. Ou seja, pais que habituam seus filhos
pequenos com o celular, estão educando a criança segundo
o estilo de atenção monkey mind – uma mente que
pula de uma coisa para outra e que estará bastante
inclinada a não desenvolver a capacidade de atenção
sustentada, de concentração.
Que podem os pais fazer? Levar a sério o fato de que a
criança, para se desenvolver, para crescer bem e
saudável, tem o direito de brincar e ter brinquedos,
interagindo com seus pais, irmãos, o seu entorno… Logo,
celular não combina com a infância.
Notinhas
Há vários problemas relacionados ao uso de celular na
infância: distúrbios de aprendizado, diminuição da
habilidade de regulação própria das emoções; obesidade;
problemas relacionados ao sono; problemas emocionais
(ansiedade, agressividade, depressão etc.); demência
digital (problemas de concentração e memória).
Monkey mind é
um termo que procede do budismo e informa a mente que
pula de uma coisa para a outra, segundo uma incapacidade
de concentração ou de atenção sustentada. Não esquecer
que a origem da criatividade, ou das ideias
originais/criativas, depende de uma pessoa cuja mente é
capaz de concentração.
Quando uma criança desenha, por exemplo, o cérebro
precisa manter a atenção voluntariamente na atividade de
desenhar. Por sua vez, quando criança gruda no celular,
ele captura a atenção da criança e faz todo o trabalho,
dando a ela ininterruptas lições de desatenção.
A criança aprende? Sim, ela aprende a desaprender…
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