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por Vladimir Polízio

 
A caminho do Cristo


Desafios e mais desafios. É assim que vemos o decorrer do tempo para a Humanidade. Os anos chegam e passam silenciosamente, mudando o calendário... E todos nós contemplamos acontecimentos que são registrados no mundo, dando o testemunho de que a lei de ação e reação está presente em qualquer canto e envolvendo qualquer pessoa, qualquer alma. Sim, cada alma, por mais feliz e espontânea que possa ser, traz consigo o seu fardo de compromissos, tributos que lhe são próprios e que aguardam por uma solução no momento oportuno. Não há, pois, ninguém que esteja, por assim dizer, 'limpo de alma', como diz Santo Agostinho, o que de certa forma nos coloca todos em condição de igualdade. Mas isso, absolutamente, não deve nos proporcionar tranquilidade, sossego, mesmo sabendo que estamos juntos, no mesmo barco. Uma vez que conhecemos o processo da existência, temos que procurar os caminhos que se apresentam mais seguros para que os nossos passos não se sintam fraquejados durante o percurso.

Emmanuel enviou a Chico Xavier, através da psicografia, a mensagem 'A caminho do Cristo', a respeito da consciência de cada pessoa durante a vida ao enfrentar os inúmeros degraus que nos parecem às vezes intransponíveis, tão elevadas as dificuldades existentes. Desentendimentos no lar, frustrações na família, abandono, doenças, e variadas ocorrências de provações que estão na esteira de toda a Humanidade.

'A caminho do Cristo':

"Carregar nossa cruz, a caminho do Cristo, será abraçar as responsabilidades que nos cabem, no setor de trabalho que ele próprio nos confiou.

E na adesão ao compromisso assumido, é fundamental não esquecer que as nossas dificuldades podem ser modificadas, mas não extintas.

Sem obstáculos, cairíamos na inércia.

E é forçoso avançar sem esmorecer, para evoluir.

Em quaisquer circunstâncias, cumpre-nos trabalhar, aceitando-nos com as imperfeições que ainda trazemos, realizando o melhor ao nosso alcance, e observar que sem o conhecimento de nossas próprias fraquezas, tombaríamos no orgulho.

Ouvir zombarias e reprovações, suportar os aguilhões em brasa da acusação e da crítica, aprendendo que, sem isso, não conseguiríamos efetuar os nossos singelos exercícios de paciência e de humildade.

De quando em quando, esses desafios nos sacodem as estruturas do espírito, verificando-lhe a firmeza.

E, às vezes, em semelhante prova, nos deixam sentir a sensação da solidão.

Entretanto, é preciso que seja assim.

De tempos em tempos, é imperioso atravessar a solidão, a fim de que sejamos impulsionados ao esforço máximo, porque, sem esforço máximo, não obteríamos a desejada renovação.

Contradições teremos sempre, de vez que as contradições nos obrigam ao estudo e, sem estudo, o raciocínio nos coloca ao nível da rigidez espiritual.

Para nós que aceitamos a jornada para a integração com Jesus, não há possibilidade de recuo, porque a desistência da luta pela vitória do bem significa perturbação e, não, equilíbrio; rebeldia e, não, fé.

Finalmente, carregar nossa cruz será, desse modo, romper com os milênios de animalidade em que se nos fortalece a estrutura da alma, principiando por acender as possíveis réstias de luz na selva de nossos próprios instintos, recebendo, pela fidelidade ao serviço, a honra de trabalhar, em Seu Nome, não através de méritos que ainda não possuímos, mas em razão da misericórdia, da pura misericórdia que Ele nos concedeu".


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita