A
fraternidade
e o
espírita
Vivemos
tempos
que têm
exigido
de todos
desdobrada
vigilância
e
profundas
reflexões
para se
conseguir
auscultar
o
coração
e
perceber
a
quantas
anda a
sintonia
entre o
que se
aprende
com a
Doutrina
Espírita
e aquilo
que é
praticado
pelo
Movimento
Espírita,
especificamente
no
Brasil.
Houve
uma
época em
que se
acreditava
no
espírita
como um
ser
privilegiado
em
função
de se
ter um
tesouro
nas mãos
(a
Doutrina
dos
Espíritos),
como já
dizia o
insigne
Miguel
Vives y
Vives. O
tempo
passou e
a frase
do Léon
Denis,
na
introdução
de “No
Invisível”,
ribomba
intermitente:
“o
Espiritismo
será o
que o
fizerem
os
homens”.
O que os
homens
têm
feito do
Espiritismo?
Recentemente
uma
confreira,
trabalhadora
assídua
há mais
de 20
anos
(vinte
anos!),
em uma
Casa
Espírita,
perdeu
um ente
muito
querido.
Da casa
espírita
que tem
sido seu
educandário
ao longo
desse
tempo,
nenhum
espírita,
colega
de
atividades
assistenciais,
doutrinárias
e
mediúnicas
esteve
presente.
Absolutamente
nenhum.
O que
está
acontecendo
com os
espíritas?
A
conclusão
a que
essa
trabalhadora
chegou é
que não
há mais
amizade
entre os
espíritas.
Evidentemente,
no calor
das
emoções
de
decepção
e
tristeza
pela
perda de
um ente
querido,
esse
pensamento
se
tornou
superlativo,
com toda
a razão
para
quem
sente e
passa
por
esses
dissabores.
Estudiosos
dizem
que a
decepção
é fruto
de um
grau
elevado
de
expectativa
e por
isso não
deveria
o
indivíduo,
espírita
ou não,
criar
expectativas
para não
se
frustrar
e com
isso
decepcionar-se
a ponto
de
adoecer.
Alguns
dicionários
atribuem
à
expectativa
o
sinônimo
de
“esperança”.
Em assim
sendo, o
ser
humano
não
deveria
ter
esperanças
de que
uma
amizade
possa
brotar
entre
espíritas?
Estaríamos
fadados
ao
“religiosismo”
que vem
solapando
as
religiões
que
ainda
acreditam
que o
verdadeiro
sentido
da
ligação
com Deus
é o
poder
transitório?
Como se
não
bastassem
as lutas
íntimas
de cada
um e os
diversos
conflitos
existentes
na arena
da vida
quanto à
propagação
doutrinária,
a falta
de
fraternidade
não tem
sido
caso
isolado.
Diversos
relatos
nos
chegam,
de
vários
centros
espalhados
pelo
país, de
falta de
cuidado
para com
as
pessoas
que são
recebidas
na casa
espírita.
A coisa
anda tão
sem
noção
que
muitas
casas
espíritas
ainda
discutem
qual é o
primeiro
livro a
se
sugerir
para que
a pessoa
leia e
aprofunde
seu
conhecimento
no
Espiritismo!
Ora,
antes de
se
definir
qual
seria o
livro,
seria
importante
entender
qual o
gosto
literário
da
pessoa.
Ela tem
o hábito
de ler?
Como e
por que
um livro
ajudaria
naquele
momento?
O
espírita
precisa
sair do
“automático”
e
começar
a
refletir
naquilo
que faz
em suas
atividades
fraternas.
Aproximar-se
mais
daqueles
que
chegam à
casa
espírita
a ponto
de
conseguir
o
encontro
de almas
e assim
sugerir
ao outro
aquilo
que lhe
aquece o
coração.
É
importante
não
deixar
que
exemplos
de falta
de
fraternidade,
como o
ocorrido
com essa
confreira,
ganhem
proporções
que
levem as
pessoas
a
desacreditarem
na
Doutrina
dos
Espíritos.
O
espírita
é um
Espírito
vivendo
suas
“crises
de
crescimento”.
Discursos
bonitos
inflamam
e
sensibilizam
até
certo
ponto.
Se não
forem
sustentados
por uma
prática
coerente,
em pouco
tempo
perdem o
brilho.
Amai-vos
e
instruí-vos.
Pela
ordem, a
coerência
de um
processo
educativo
esclarecedor.
Primeiro
a ação
(amar) e
num “continuum” a
instrução,
como
extensão
da ação
inicial.
Não se
instrui,
verdadeiramente,
sem
amar.
Não se
completa
o
entendimento
sobre o
amor,
sem
viver os
ensinamentos
apreendidos.
Há
preocupação
exagerada
com o
estudo,
sem,
porém,
estudo
profundo
das
preocupações
quanto
ao amar.
Seria
tão bom
se
soubesse
escrever
sobre o
Amor! O
que é o
Amor? O
Professor
Herculano
Pires
dedicou-se
em
pesquisa
sobre o
tema, em
obra que
muitos
não leem
pela
complexidade
do
assunto.
Por
acaso,
amar é
fácil?
Se
fosse,
viveríamos
em um
mundo
mais
harmônico,
perfumado,
rico
pelos
aromas
encantadores
e
multifacetados
do amor.
Compreender
a
complexidade
dos
problemas
que se
avolumam
em um
orbe de
provas e
expiações
é
possível
e um
convite
que a
Doutrina
Espírita
nos faz.
Entretanto,
conformarmo-nos
com a
falta de
amor,
não.
Isso não
é
doutrinário.
Que o
amor nos
rebele
de nós
mesmos,
desencastelando
emoções
de
fraternidade,
criando
pontes
entre
saberes
e
sabores
para que
a vida
tenha um
significado
maior
para
todos
que
sofrem e
ainda
não
entendem
por quê. |