Divaldo Franco: “Não
deixe o mal hospedar-se em seu coração”
No dia em que comemorou 92 anos, o estimado orador
ministrou em Salvador (BA) um workshopsobre o
tema “O Significado da Vida”
Dois significativos momentos ocorreram na Mansão do
Caminho em Salvador, Bahia. Um encontro doutrinário no
Centro Espírita Caminho da Redenção e outro no Ginásio
de Esporte da Instituição. No primeiro, no dia 4 de maio
de 2019, no Cenáculo, Divaldo Franco recepcionou o
público que lotava o ambiente, para falar sobre o amor e
os períodos pelos quais passaria a Doutrina Espírita. O
segundo, no dia 5, foi a realização de belíssimo e
profícuo workshop sob o título “O Significado da
Vida”.
Conferência pública
Com belíssimo preâmbulo musical, e estando lotado o
auditório, Divaldo Franco, repetindo gesto habitual,
circulou entre o público, cumprimentando os presentes.
Na véspera de completar 92 anos de idade, o orador
apresentou-se jovial, exuberante. Dotado de alegria de
viver, ele contagiou os circunstantes.
Após extenuante viagem doutrinária a Campo Grande (MS) e
tendo chegado a Salvador às 17h30 do dia 4 de maio,
Divaldo Franco já às 19h estava a postos para narrar que
havia experimentado uma emoção muito especial. Quando se
encontrava no aeroporto de Brasília, aguardando a
conexão para a capital baiana, um Major do Exército
Brasileiro se lhe acercou pedindo que orasse por ele e
pela missão que a Nação Brasileira lhe havia confiado
para realizar. Solicitava as orações para que a Missão
de Paz, a ser desenvolvida no Haiti, fosse coroada de
sucesso, pacificando o convívio dos haitianos, e que
fosse capaz de levar a paz.
Já no aeroporto de Salvador a emoção se renovou
impactante. Um Cabo da Polícia Militar da Bahia lhe
solicitou permissão para abraçá-lo, justificando que
Divaldo é alguém que trabalha para a paz. O Cabo lhe
disse que é um soldado da paz e que desejava abraçar um
homem pacífico e pacificador. Confidenciou-lhe que a
polícia do amor há de chegar um dia em que todos serão
soldados da paz. Esse Cabo fora aluno em uma das Escolas
da Mansão do Caminho.
Quanto é bom amar o amor, amar pelo prazer de amar,
banhado pelas bênçãos do Senhor,
sentenciou o orador de escol. A proposta do amor é o bem
proceder.
Destacando o caráter evolutivo do homem e dos efeitos
produzidos pela Doutrina Espírita na criatura humana,
Divaldo Franco apresentou e discorreu sobre os períodos
experimentados pelo Espiritismo, segundo análise de
Allan Kardec contida na Revista Espírita de dezembro de
1863. Fazendo breve introdução, Divaldo destacou que a
fenomenologia espírita se apresentou na humanidade desde
o seu princípio, iniciando pelos fenômenos anímicos e
depois pelos de natureza mediúnica. Em todos os tempos
os Espíritos se comunicam com os encarnados. A marcha do
esclarecimento, por meio das manifestações de natureza
espiritual, se intensificou a partir do Século XVIII,
quando em Estocolmo, na Suécia, com Emanuel
Swedenborg(1688-1772) e com base nos seus escritos,
uma Igreja se haveria de estabelecer. Foi fundada,
então, A Nova Jerusalém.
No Século XIX, nos Estados Unidos da América, em 31 de
março de 1848, foram registrados os fatos conhecidos
como os fenômenos da família Fox. Esses fenômenos se
apresentaram, posteriormente, na Inglaterra e depois na
França, quando em 1855 o professor Hippolyte Léon
Denizard Rivail, mais tarde conhecido pelo
pseudônimo Allan Kardec, passou a estudar os fenômenos
de natureza espiritual utilizando-se de médiuns para
aprofundar as pesquisas, recebendo dos Espíritos
Superiores valiosíssimas informações catalogadas em O
Livro dos Espíritos e nas demais obras que dessa se
originaram com acréscimos – O Livro dos Médiuns, O
Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A
Gênese.
Allan Kardec, perspicaz, vislumbrou e designou os
períodos que o Espiritismo viria a testemunhar. O
primeiro período do Espiritismo, caracterizado pelos
fenômenos das mesas girantes, foi o da curiosidade.
O segundo foi o filosófico, marcado pelo
aparecimento de O Livro dos Espíritos, verdadeiro
tratado de filosofia, publicado inicialmente em 18 de
abril de 1857. A partir deste momento o Espiritismo
tomou um caráter completamente diverso. Por meio de seu
conteúdo pode-se distinguir o objetivo e o alcance, a fé
e a consolação postos às claras para o adiantamento da
Humanidade.
Mas, como todas as ideias novas, teve adversários tanto
mais obstinados quanto maior era a ideia, porque nenhuma
ideia grande pode estabelecer-se sem ferir interesses.(Allan
Kardec, Revista Espírita, dezembro de 1863). Uma
verdadeira cruzada foi dirigida contra o Espiritismo. O
início do período de luta teve como marco o auto
de fé de Barcelona, ocorrido em 9 de outubro de
1861, quando foram queimados em praça pública vários
exemplares de O Livro dos Espíritos e de outras
obras espíritas. Eram os adversários natos de tudo
quanto é novo.
Vaticinava, então, Allan Kardec, que uma nova etapa
seria vivida pelo Espiritismo após o período de luta.
O quarto período é o religioso. Sucedendo-o,
temos o quinto, período intermediário,
caracterizado pelo estudo e pela escola de almas
operacionalizada pelos Centros Espíritas.
Presciente, Allan Kardec denominou o sexto e último
período como sendo o da regeneração social. É o
da transformação moral para melhor, da vida digna,
combatendo as paixões exacerbadas. É o período em que o
homem anela por preencher a vida com ideais nobres,
emoções elevadas, dignidade, de não revidar o mal com o
mal, de não se deixar dominar pelos pensamentos dos
outros, de não se incomodar com o que os outros façam,
de não permitir que ninguém perturbe a sua paz, de
perdoar sem nenhum sentimento de devolver o mal que
recebeu, de não deixar que o mal se hospede no coração.
Esse é um período no qual o homem deve viver sem a
sombra das reminiscências negativas, é o da mediunidade
a serviço do bem.
Como é habitual, Divaldo Franco provocou vários momentos
de descontração, de alegria, provocando o riso
descontraído, terapêutico. Assim, concluindo, o nobre
orador asseverou que a humanidade já está entrando no
período da Regeneração Social, conforme
testemunhou por meio do encontro com os dois militares e
inumeráveis outros que fazem parte do cotidiano do
Embaixador da Paz no Mundo, Divaldo Franco. O
Espiritismo é uma Doutrina de vida, de alegria. “Eis que
eu vos trago boas novas de alegrias.” (Jesus)
Não temamos, porque o Senhor está conosco, nunca, nunca
nos deixa, a Sua misericórdia nos invade, um doce alento
toma conta de nós, e essa presença, toda amor, nos
encanta e nos leva à plenitude.(Divaldo
Franco)
Workshop "O
Significado da Vida"
No dia 5 de maio, estando o Ginásio de Esportes lotado,
a atividade contou com um momento musical inigualável.
O
Setor de Eventos da Mansão do Caminho, dirigido pela
dedicada e operosa Telma Sarraf, em seu trabalho de
bastidores e de coordenação, demonstrou eficiência,
organização e muita dedicação em bem receber os
participantes, desdobrando-se para que os detalhes de
planejamento e execução pudessem alcançar alto nível
operacional.
Divaldo Franco, completando 92 anos naquela data, em sua
habitual sensibilidade, agradeceu as manifestações de
bondade e de ternura, esclarecendo que não se julga
merecedor, reconhecendo, porém, sua perseverança no
ideal espírita e na divulgação da Doutrina Espírita. O
terno e dedicado orador destacou que é necessário
encontrar Jesus no caminho, apreender a sua sublime
proposta do amor. A perseverança é o guia, o apoio, a
certeza de alcançar a meta com a ajuda das criaturas
amigas.
Ao apresentar os fatos experimentados por Viktor
Frankl (1905-1997), médico psiquiatra austríaco,
autor dos livros Em Busca de Sentido e Um
Sentido para a Vida, destacou que é possível vencer
as vicissitudes da vida quando se é possuidor de um
significado, uma meta, um sentido a ser alcançado na
vida. Por ser judeu, Frankl foi preso com sua esposa e
seus pais pelos nazistas e com eles segregado em campo
de concentração. Todos os seus familiares foram mortos
pelo regime nazista, foram cerca de 180 até maio de
1945, quando a grande guerra teve fim. Ele decidiu
estabelecer para si, ainda preso, um sentido existencial
profundo: sobreviver àquelas terríveis condições para
poder, posteriormente, denunciar os horrores do
holocausto e, assim, despertar nos indivíduos uma
consciência e uma responsabilidade para com a dignidade
humana, respeitando-a.
Filho de família rica, Viktor Franklformou-se em
psicologia e psiquiatria, tendo sido amigo de Sigmund
Freud (1856-1939) e Alfred Adler (1870-1937).
O incansável conferencista destacou que Viktor
Frankl somente sobreviveu por ter estabelecido uma
meta, um sentido para a sua vida. O médico austríaco é o
fundador da escola da Logoterapia que explora o
sentido existencial do indivíduo e a dimensão espiritual
da existência. Sobrevivem todos os que se fazem fortes e
que suportem altas cargas emocionais. O corpo humano é
formado por cerca de trezentos bilhões de células,
quinhentas com funções diferentes, específicas,
resultantes da união de duas células. A vida é algo
imensamente perturbador.
A ciência avança em suas pesquisas visando dar bem-estar
e vida exuberante ao homem, e a quarta corrente, a
psicologia transpessoal, se apresenta para contribuir,
compreendendo o ser humano em sua totalidade
psicosocioemocional, assim como Jesus, o maior
psicoterapeuta da humanidade, conhece seus irmãos em
humanidade. O pensamento é de natureza extracerebral,
assim, há necessidade que cada um corrija o seu próprio
pensamento. A força do sentido da vida é impressionante
e Jesus dá esse sentido para a vida. Esse sentido é o de
viver além da vida. O homem lúcido, que tenha um sentido
existencial, embora não possuindo tudo, tem paz, é capaz
de diluir a personalidade sem perder a individualidade.
Ao fazer essa abordagem, Divaldo Franco asseverou que
deseja, efetivamente, aos que já estão desenvolvendo o
significado para as suas vidas, logrem o sucesso. Aos
que ainda não começaram a estabelecer uma meta para a
vida, que o façam. A vida de Viktor Frankl foi a
busca para encontrar o sentido da vida. Sua existência
era a de um homem que não se preocupava, inicialmente,
com a religião. Aprisionado pelos alemães, deixou de ser
um homem, um indivíduo, para ser somente um número. Ele
somente não foi assassinado porque teve uma meta, um
objetivo para a vida, embora tenha passado por alguns
dos mais cruéis campos de concentração, onde os
assassinatos e os suicídios eram numerosos todos os
dias. Assim, o fundador da Logoterapia atingiu um
sentido psicológico da vida ainda maior, ser útil. A
proposta de Viktor Frankl é fascinante porque é a
proposta do Cristo.
O Paulo de Tarso da Atualidade, Divaldo Franco,
enalteceu, através de diversos exemplos narrados, a ação
do amor, da caridade, pois que, aqueles que se dedicaram
e se dedicam ao próximo, são dotados de profundo sentido
existencial, as suas metas se constituem em servir aos
seus irmãos em humanidade. Asseverou que a perseverança
é imbatível, sendo o princípio da vida. Cabe a cada ser
humano encontrar um objetivo para a sua vida. É muito
importante encontrar um significado para a vida, frisou.
Viva intensamente cada minuto, viva os seus ideais de
hoje, respeitando e aceitando o tempo de Deus. Segundo
Chico Xavier (1910-2002), o mais difícil é imergir em
si, descobrindo o sentido da vida.
Interagindo com o público, o nobre conferencista, jovial
na sua “juventude” aos 92 anos de vida, indagou: O
que é a vida para você?Duas pessoas do auditório se
manifestaram respondendo que é amar indistintamente,
incomensuravelmente e tornar-se útil à sociedade humana,
desenvolvendo a paz interior. Retomando a palavra,
Divaldo Franco destacou que o sentido da vida é não
esperar retribuição ou gratidão, doando-se ao seu
semelhante, é amar, é servir o próximo. Recomendou que
todos se concentrem em identificar qual é o sentido para
as suas vidas. Ame mais, viva para servir!
Divaldo Franco: palavras de sabedoria, ações de amor
Ao narrar um episódio constante na autobiografia do
médico e escritor escocês Archibald Joseph Cronin(1896-1981),
escrita após a II Guerra Mundial, Divaldo ressaltou o
sentido, o significado do termo oportunidade. No
início de sua carreira foi chamado para atender uma
menina vítima do crupe. Naquele instante, vivendo um
dilema e inseguro - não era cirurgião -, lembrou-se de
Deus, orou com fervor, sabendo que Deus poderia
salvá-la. Fez-se, então, instrumento dócil, salvando
aquela vida. Durante o procedimento, que exigiu
traqueostomia, ele contou com o trabalho de uma jovem
enfermeira, também iniciante. Coube a ela, a vigília
para que a menina, durante a noite, não retirasse o
equipamento de borracha. A enfermeira, no entanto, mesmo
zelosa, não resistiu ao sono e a menina faleceu. Ela
sofreu com a falha, e o médico Cronin elaborou um
relatório para enviar à Associação Médica. Ela pediu
“outra oportunidade”, pois também estava iniciando na
profissão, e fatalmente teria o registro cassado. Mas o
médico firmou o documento, e ela o subscreveu,
concordando com o que ali estava relatado. Cronin foi
até a agência do Correio para enviar a missiva. Mas, ao
invés de postar, relutou e desistiu. No dia seguinte,
novamente foi até o Correio mas suspendeu a remessa.
Após a terceira tentativa, optou por inutilizar o
relatório, queimando-o.
Algumas décadas depois, num hall de hotel,
enquanto aguardava por uma cerimônia na qual seria
premiado, Cronin apanhou uma publicação do
jornal The Times e passou a ler a reportagem
intitulada “O anjo da noite”. Lia a história de uma
mulher que, numa região miserável do País de Gales,
acolhia e cuidava de crianças desamparadas. Na
reportagem, a protagonista narrava que havia se
comprometido com os moradores do local, onde não havia
assistência médica. E, na sua história, o peso por não
ter resistido ao cansaço, o que ocasionou a morte de uma
enferma, fez com que se dedicasse a salvar vidas,
especialmente de crianças.
Na reportagem, a mulher contou que aguardou pela punição
da Associação Médica, porém, nunca foi notificada. Então
concluiu que teve uma segunda oportunidade. Com
essa chance, passou a percorrer lugares pobres. Até
aquele momento já havia salvado mais de quatro mil vidas
das garras da morte, pois que boa parte daquelas
crianças haviam sido adotadas por famílias dos Estados
Unidos da América, Suécia e Noruega. O “Anjo da Noite”,
como foi intitulada a divulgação, referia-se à
peculiaridade da mulher que, não conseguindo dormir à
noite, mantinha-se atenta. Somente à tarde é que
repousava durante duas horas. Perguntada sobre o nome do
médico que proporcionou a nova chance, afirmou: “nunca
guardamos o nome do bem, porém o mal nunca esquecemos.
Se o dissesse, estaria denunciando por não agir conforme
seu dever, que seria a entrega do relatório”.
Cronin formou-se
médico, tornou-se escritor e, ao invés de salvar vidas,
passou a escrever sobre vidas. A reencarnação é a oportunidade que
Deus oferece aos homens para refazerem a vida em bases
mais sólidas e construtivas. O perdão dá outra oportunidade.
A educação socrática leva o homem ao autoconhecimento,
Jesus, o incomparável psicoterapeuta, ensina e
exemplifica o amor a si, ao próximo e a Deus, em uma
completa visão psicoterapêutica levando o homem a
identificar-se como servidor amoroso, descobrindo o
sentido da vida, o amor, a caridade, consciente de si
mesmo. Amar sem nada pedir, ou exigir, em troca. É
tornar vivo o Evangelho do Cristo. A perseverança é
imbatível, é o princípio da vida. O objetivo da vida na
Terra é encontrar uma meta.
Homem singular, Divaldo Pereira Franco, o Arauto de o
Evangelho de Jesus Cristo, alma brasileira, acendeu a
chama do Espiritismo nos cinco continentes discorrendo
sobre a Boa Nova, sensibilizando o coração de muitos,
inclusive de brasileiros residentes no Exterior. Em
grande esforço missionário, contando com o abnegado
trabalho de espíritas brasileiros e nativos, Divaldo
Franco é fundador, cofundador ou inspirador da maioria
dos Centros Espíritas no Exterior, em hercúleo trabalho
de amor na construção de um mundo novo, regenerador.
É o amor produzindo a obra do bem, sendo a caridade a
mola impulsionadora da vida. Quem não tem um sentido
psicológico para a vida já morreu, afiançou o nobre
conferencista. A misericórdia divina sempre alcança os
homens, atendendo-os em suas necessidades espirituais,
como ensina a Benfeitora Joanna de Ângelis ao dizer que
o socorro virá de cima, quando te sentires sitiado por
todos os lados. Todos devem sair da província da
reclamação para o reino da gratidão. Recitando o Poema
da Gratidão, de Amélia Rodrigues, Divaldo Franco
encerrou o profícuo trabalho, envolvendo todos em
profundas vibrações de ternura, paz, esperança e amor.
O público homenageou-o, felicitando-o pelo seu
aniversário. Divaldo completou 92 anos de vida
presenteando o público que ali estava, e por extensão a
humanidade, doando-se em amor ao seu semelhante. Homem
incomparável, alma lúcida e generosa, sua palavra
ensina, seu trabalho exemplifica, sua coragem estimula,
seu profundo sentimento de amor acolhe, dignificando
vidas.
Sarau Evangélico
À noite, para um grupo de amigos, Divaldo programou um
Sarau Evangélico, em que através da música,
especialmente composta e executada por Juan Danilo
Rodríguez, o anfitrião recitou vários poemas de Rabindranath
Tagore, contidos na obra Pássaros Livres,
de sua psicografia, todos com profundo foco no amor,
inclusive as músicas selecionadas.
Enaltecendo o poder do amor, Divaldo narrou o seu
encontro com o grande paranormal, Swami Satya Sai
Baba, bem como o relacionamento com Tamil, um menino
indiano, morador de rua, muito sujo e que cuidava dos
automóveis estacionados no grande parque, nas
proximidades onde Sai Baba tinha o seu ashram,
a sua morada. Saindo, após a visita, Tamil foi correndo
ao encontro de Divaldo, sinalizando e conduzindo-o até
onde estava estacionado o carro. Ao lhe ser oferecida
uma gorjeta, Tamil disse-lhe que não a desejava, que não
queria nada de Divaldo, queria Divaldo, declinando que o
amava, pois que o havia identificado como seu pai em
outra reencarnação, inclusive chamando Divaldo de pai.
Divaldo Franco e os amigos retornaram, naquela
oportunidade, mais vezes e sempre recebia a atenção do
menino. Indagado onde morava, o garoto respondeu que
morava em qualquer lugar, dizendo: “Deito-me no chão e
cubro-me, com a luz das estrelas!” No último dia, ao se
despedirem, implorou que Divaldo o levasse junto,
repetindo que dele não queria nada, queria ele. Rogava a
Divaldo que o levasse junto para o Brasil. Profundamente
comovido, Divaldo presenteou-o com roupas, sapatos e
brinquedos. Deu-lhe, também, O Evangelho segundo o
Espiritismo, em inglês. Na dedicatória deixou seus
dados de contato. Por meio desses dados eles puderam se
comunicar por telefone e cartas. Uma senhora, chamada Gupta,
professora, teve papel preponderante nesta história de
sucesso, envolvendo Tamil e Divaldo Franco.
Em Londres, Inglaterra, há cerca de oito anos, Divaldo
Franco teve a gratíssima surpresa de reencontrar Tamil,
depois de quinze anos. Estava ali na condição de
estudante. No reencontro, Tamil teve a oportunidade de
dizer a Divaldo Franco o seguinte: - Como você não pôde
me carregar naquela ocasião, eu vim seguindo as suas
pegadas.
Tamil se corresponde com Divaldo, e este ano, 2019,
felicitando-o pelo aniversário, informou que estará
presente na Mansão do Caminho por ocasião do 93º
aniversário de seu “pai adotivo”.
Concluindo o profícuo encontro, Divaldo destacou, uma
vez mais, que uma vida que não possua significado não é
vida. No gesto de reunir os amigos, que são as suas
companhias de coração e das horas difíceis, Divaldo
asseverou que a forma de agradecer foi através da música
contida nos poemas de Tagore sobre o amor,
avançando rumo à humanidade, engajando-se nas preces,
desejando oportunidades, traçando metas
psicológicas, ampliando o sentido da vida.
Divaldo Franco comemorou o seu 92º aniversário doando-se
em amor, envolvendo a criatura humana em vibrações de
grande ternura e acolhimento, como lhe é habitual.
Nota do Autor:
As fotos que ilustram esta reportagem são
de Jorge Moehlecke.