Conta-nos Marlene Nobre que, em uma primaveril manhã de
céu delirantemente azul, acompanhava Chico Xavier em uma
peregrinação aos enfermos de um bairro muito simples de
Uberaba. Escolhida a casa, todas de gente humilde e
sofrida, Chico pedia a um dos confrades do grupo que
fizesse a prece em voz alta ou em silêncio, conforme o
ambiente espiritual que ele divisava. E logo passava-se
ao lar seguinte.
Entre a segunda e a terceira casas, aproximou-se uma senhora de
meia-idade, a fisionomia espelhando visível angústia e
inconformidade com a vida, que disse ao médium: “Chico, meu
marido se entregou à bebida e me bate quando reclamo das
bebedeiras. Há um ano que isto acontece e não aguento mais”.
Chico olhou-a compassivamente e lhe disse: “Minha irmã, a
caridade quebra a violência. O mal um dia será vencido pelo bem.
Com Deus vamos em frente, irmã”.
Na mesma ocasião, Marlene indagou Chico acerca da célebre
expressão de Santo Agostinho: “Que absurdo não crer!” O médium
sorriu e disse apenas: “A fé opera maravilhas!”
Depois, ela perguntou ao médium: “No seu entender, qual a
fórmula de ouro que nos permitiria ou nos permitirá viver
relativamente felizes neste mundo?” Ele respondeu: “Caros
amigos, estamos certos de que não existe outra fórmula mais
exata para sermos felizes, além da ‘regra de ouro’ iluminada
pela mensagem do Cristo: Amai-vos uns aos outros, tal qual vos
amei”.
Do livro Lições de Sabedoria, de Marlene Rossi Severino
Nobre.
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