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por Waldenir A. Cuin

 
Vivenciar o Evangelho


“Felicidade, no fundo, é bondade crescente, para que a alegria se faça maior.” (Emmanuel, no livro “Justiça Divina”, página 100, psicografia de Francisco C. Xavier.)


Em realidade, o irmão caído na calçada, ou aquele que caminha em sofrimento, é sempre um convite de Jesus à caridade. Pois ao tomarmos conhecimento das lições do Cristo, ditadas ao mundo há dois mil anos, não mais podemos permanecer na indiferença ou na insensibilidade diante da dor que assola corações.

Nosso próximo, dentro do sábio conceito cristão vai se tornando cada vez mais próximo dos nossos interesses e ideais, uma vez que não se concebe, a partir do entendimento do Evangelho, passar ao largo sem notar-lhe as preocupações, angústias e dificuldades.

Elevando nossos sentimentos começamos a sentir em nós mesmos os reflexos dos tormentos que trituram o íntimo dos nossos irmãos, surgindo então a vontade de desenvolver ações que possam espalhar bondade, alegria e paz.

Dessa forma, seguindo as orientações evangélicas, procuremos pelos nossos talentos e saiamos a multiplicá-los.

Quem tem a palavra fácil, fluente, fale do bem, exaltando as virtudes e as qualidades alheias, utilizando o dom da voz para emitir conceitos de serenidade, nobreza e sublimidade.

Quem tem força física e muita coragem para a realização das tarefas mais árduas e pesadas, pense em fazer alguma coisa na direção dos que padecem na debilidade orgânica, sem resistência e mesmo sem ânimo para seguir seus dias pela existência.

Quem retém grandes conquistas, no âmbito da intelectualidade, raciocine em busca de providências e soluções que possam melhorar a qualidade de vida de quem carrega a difícil prova do retardo mental.

Quem possui além do necessário para uma vida digna, pense em repartir um pouco com os que estão vivendo em extrema penúria e grande escassez de recursos materiais.

Quem já adquiriu as virtudes do otimismo e da alegria, viva de forma a contagiar aqueles que ainda permanecem nas sombras da tristeza ou mergulhados nas águas turvas da apatia.

Quem programou as suas atividades diárias de forma a sobrar algumas horas de folga, além do lazer e do entretenimento necessários, destine também algum tempo trabalhando em entidades que prestem socorro aos infelizes, doando de si em favor do soerguimento da dignidade alheia.

Quem já guarda no âmago as luzes da paciência e da compreensão, dê exemplos de tolerância e resignação buscando incentivar as criaturas para uma vivência serena e tranquila, onde as nuvens da violência e da intolerância não derramem o granizo da impiedade.

Quem aprendeu a nobre ciência do amor, entendendo que não devemos transformar ninguém em escravos dos nossos sentimentos, distribua ações no sentido de difundir o desprendimento, a abnegação e a solidariedade, virtudes que fomentam a paz, formando a base para a felicidade.

Assim, talentos existem de todas as formas, multiplicá-los em favor dos irmãos do caminho é o nosso dever, pois, o cristão que não carrega dentro de si o espírito de serviço pode ser uma lâmpada potente, mas, desligada da energia da usina, fica sem possibilidade de iluminar.

Em verdade, o Evangelho do Cristo já foi lido, estudado e debatido, então, já é hora de ser vivenciado na prática. As lições de Jesus não mais podem continuar como letras adormecidas em páginas literárias; precisam descer do intelecto ao coração, exteriorizando-se pelas nossas mãos no serviço em favor do próximo. Só assim a paz e a felicidade estarão definitivamente conosco.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita