Na lei do bem
Perguntas, muita vez, de alma inquieta, que vem a ser o
bem, tão diversas surgem as interpretações, ao redor do
bem, por toda parte.
Entendamos, contudo, que o bem genuíno será sempre o bem
que possamos prestar na obra do bem aos outros.
Colheste pedradas, na construção a que te dedicas; no
entanto, compadeces-te da mão que te ultraja,
interpretando-lhe os golpes por sintomas de enfermidade.
Ouviste frases insultuosas, em torno do teu nome, e
registras a agressão por loucura daqueles que as
pronunciam, sem alterar-te no auxílio a eles.
Sofreste assalto, na tarefa que realizas, mas não te
revoltas contra a injúria dos que te invadem a seara de
esforço nobre, trabalhando sem mágoa, no clima da
tolerância.
Podes falar, com razão, a palavra acusadora contra o
adversário que te feriu; contudo, reconheces a ofensa
por crise de ignorância e, nem de leve, te afastas da
desculpa irrestrita.
Tens bastante merecimento para destaque e ocultas-te, na
atividade silenciosa, sem fugir à cooperação, junto
daqueles que te dirigem.
Conservas a possibilidade de reter o melhor quinhão de
vantagens e não te lembras disso, ofertando o melhor de
ti mesmo aos que te comungam a experiência.
O bem é luz que se expande, na medida do serviço de cada
um ao bem de todos, com esquecimento de todo mal.
Sem afetação de santidade, ajudemos o próximo, a fim de
que o próximo aprenda a ajudar-se.
Sem cartaz de virtude, olvidemos as faltas alheias,
reconhecendo que poderiam ser nossas, diante das
fraquezas que carregamos ainda.
Recorda que, se há espíritos transviados ou injustos, em
decúbito moral, através do caminho, são eles tão
necessitados da parcela de teu amor quanto os famintos,
a quem dás espontaneamente o prato de pão.
A felicidade real nasce, invariável, daquela felicidade
com que tornamos alguém feliz.
Façamos, assim, aos outros o que desejamos nos façam
eles, na convicção de que, se cuidamos da Lei do Bem, a
Lei do Bem cuidará de nós.
Do livro Justiça Divina, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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