Como vai
a nossa capacidade de
ouvir?
Independentemente do
imediatismo e senso de
urgência que a vida
moderna nos impõe, não
podemos abdicar de
averiguar –
cuidadosamente, aliás -
como estamos nos saindo
na capacidade de ouvir.
Contrariedades, reveses
e problemas, em maior ou
menor grau, permeiam a
vida de todos nós
humanos. Mas, às vezes,
tendemos a achar que os
nossos são muito
maiores, mais complexos
e complicados do que os
dos outros. Desse modo,
não raro, descarregamos
em nossos interlocutores
toda a carga de
desajuste emocional que
nos envolve. Ao fazê-lo
podemos estar esquecendo
que eles podem estar
enfrentando situações
incomparavelmente piores
do que a nossa.
Por isso, saber ouvir é,
essencialmente, um ato
de caridade e sabedoria.
Muitos que nos abordam
precisam, apenas, do
providencial remédio de
serem ouvidos com alguma
paciência. Ademais, na
vida não se evolui sem a
dilatação de tal
capacidade. Com efeito,
homens e mulheres de
grande responsabilidade
e competência exercitam
esse recurso a fim de
melhor abalizar as suas
decisões. Desse modo, se
soubermos ouvir,
aprenderemos sempre.
Além disso, há momentos
que o melhor a fazer é
simplesmente nos
calarmos. Como
recomendou o apóstolo
Tiago, “Mas todo
homem seja pronto para
ouvir, tardio para
falar, tardio para se
irar” (1:
19).
Nesse diapasão, o
Espírito Joanna de
Ângelis, em Florações
Evangélicas (psicografia
de Divaldo Pereira
Franco), observa:
“Receptores são os
ouvidos, por cujos
condutos as vozes da
vida atingem o espírito
eterno, momentaneamente
revestido pela matéria,
de forma a ajudá-lo no
crescimento e na
evolução”.
Estendendo o raciocínio,
o Espírito Emmanuel
ensina, na obra Caminho,
Verdade e Vida (psicografia
de Francisco Cândido
Xavier), que “Analisar,
refletir, ponderar são
modalidades do ato de
ouvir. É indispensável
que a criatura esteja
sempre disposta a
identificar o sentido
das vozes, sugestões e
situações que a
rodeiam”. Para ele
ainda, “Sem observação,
é impossível executar a
mais simples tarefa no
ministério do bem.
Somente após ouvir, com
atenção, pode o homem
falar de modo edificante
na estrada evolutiva”.
Já o Espírito André
Luiz, no livro Sinal
Verde (psicografia
de Francisco Cândido
Xavier), recomenda a
necessidade de educarmos
a visão e a audição,
pois, “Em qualquer
circunstância, é preciso
não esquecer que podemos
ver e ouvir para
compreender e auxiliar”.
Concluindo, vale
relembrar as sublimes
orientações de Emmanuel,
contidas na inspiradora
obra Palavras da Vida
Eterna (psicografia
de Francisco Cândido
Xavier) – ou seja:
“Ouvidos... Toda gente
os possui.
Achamos, no entanto,
ouvidos superficiais em
toda a parte.
Ouvidos que apenas
registram sons.
Ouvidos que se prendem a
noticiários
escandalosos.
Ouvidos que se dedicam a
boatos perturbadores.
Ouvidos de propostas
inferiores.
Ouvidos simplesmente
consagrados à convenção.
Ouvidos de festa.
Ouvidos de mexericos.
Ouvidos de pessimismo.
Ouvidos de colar às
paredes.
Ouvidos de complicar.
Se desejas, porém,
sublimar as
possibilidades de
acústica da própria
alma, estuda e reflete,
pondera e auxilia,
fraternalmente, e terás
contigo os 'ouvidos de
ouvir', a que se
reportava Jesus, criando
em ti mesmo o
entendimento para a
assimilação da Eterna
Sabedoria”.
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