A estória de um espírita
Busque o reino de Deus antes de tudo e o
restante virá de acréscimo. (Jesus)
Vamos chamá-lo de José, um cidadão como todos
nós.
A vida de José tinha seus altos e baixos, até
que ele foi acometido de algo muito grave.
Procurou solução na medicina, na política, nas
religiões tradicionais dentro da expressão de fé
que lhe foi ensinada, foi em busca de uma
solução para o seu problema em diferentes
conteúdos da vida.
Nada do que ele buscava resolvia o seu problema,
melhorava, acalmava, mas o problema continuava e
seu coração sempre apreensivo para resolver essa
gravidade que o abatia.
Um amigo lhe indicou um centro espírita e lá foi
ele em busca da ajuda.
Que alegria acometeu a sua alma, parece que ele
tinha encontrado na casa espírita o local para
resolver seus problemas. Tomou passe, fez
tratamento, realizou cursos, até se tornou
trabalhador da casa.
Parece que o problema tinha se resolvido,
encontrou a solução dentro dos ensinos
espíritas, nas palestras, nos cursos e nos
tratamentos e tudo convergia para um completo
restabelecimento da sua paz interna,
solucionando as angústias do seu coração, e,
portanto, a solução do problema.
Com o passar do tempo, na acomodação das coisas
ele sentiu algo onde parecia que tinha melhorado
e muito, mas o problema continuava bem lá no
fundo. A angústia, o desequilíbrio ainda estavam
lá guardados no profundo do seu ser. O que faz?
Como resolver essa questão?
Assim, quando lendo algumas passagens da vida de
Jesus, José juntou os pedacinhos desses
ensinamentos e, num arroubo de alma, percebeu
que o entendimento dos ensinos de Jesus estava
condicionado a alguns convencionalismos sociais
entre outras coisas e, portanto, estava faltando
algo no seu coração para se sentir livre e
totalmente resolvido em seu problema.
Aparentemente ele está perdoando os outros, mas,
sinceramente, não perdoava a si; aparentemente
amava os outros, mas, no fundo, não amava a si;
tinha a palavra de consolo para os outros, mas
não tinha de verdade a fé profunda para
acreditar em si e no que ele próprio dizia;
estava vivendo o Evangelho ainda dentro de
condicionamentos sociais e aparências que
camuflavam seu egoísmo e orgulho. Assim ele
percebeu que mantinha, dentro de si, revolta
contra algumas pessoas, apesar de dizer da boca
para fora que perdoara a todos.
Foi então que ele percebeu que precisava vencer
o ego exacerbado que não o permitia enxergar de
verdade o mundo à sua volta, não permitia que
ele aceitasse as opiniões dos outros, mas, sim,
fingia que aceitava e compreendia, mas apenas de
forma superficial, satisfazendo as suas
necessidades sociais e apaziguando seu orgulho
muitas vezes ferido.
Ele precisava se impor como pessoa, suas
vontades, pois afinal era alguém que precisava
ser respeitado. Foi assim que num momento
percebeu a profundidade das palavras de Jesus em
buscar o Reino de Deus dentro do coração. Não
mais palavras bonitas externas, mas pensamentos
reais com atitudes verdadeiras. Olhar no espelho
e pedir desculpas para si e mudar o seu
caminhar.
Percebeu nesse momento que ele poderia estar
encontrando as soluções em qualquer religião, em
qualquer agremiação social, porque tudo na
verdade estava dentro dele.
O Espiritismo, com seus estudos, palestras,
tratamentos, foi de grande valia para ajudá-lo a
acordar, mas a solução mesmo sempre esteve
dentro dele.
Essa pequena e simplória estória pode ser a
História de muitos de nós. Tudo depende de como
vamos enxergar as coisas.
Uma coisa é certa: a doutrina espírita é a
rodinha que foi colocada na ponta de nossa cruz
para que possamos carregá-la um pouco mais
fácil, pois a nossa cruz teremos de carregar, já
nos ensinava Jesus, mas a solução de tudo à
nossa volta se encontra dentro de nós, na real e
total retirada do egoísmo, do orgulho, do ódio,
e de todo sentimento negativo que mantemos
dentro de nós.
Construir dentro do nosso coração um jardim de
flores de amor, perdão, trabalho, paciência,
estudo, determinação e fé compete a cada um.
Que Jesus continue a abençoar a todos nós. (Um
amigo espiritual)