Nascer e renascer
A indagação, quanto às causas do sofrimento humano, se
faz agora universal.
Por que tamanha expansão da violência, por que tantos
processos de angústia, tantos acidentes e tantas
provações individuais e coletivas?
Entretanto, apesar de semelhantes percalços o progresso
avança, permanecendo sob a responsabilidade dos próprios
homens a explosão ou a abstenção de novas guerras que
unicamente prejudicam aos próprios homens e lhes
dilapidam os interesses.
Reportando-nos, porém, ao sofrimento, será justo
lembrar, neste entardecer do segundo milênio da Era
Cristã, os conflitos cruéis, as perseguições, os séculos
de escravidão do homem, na exploração e no rebaixamento
do próprio homem, a conquista sanguinolenta de povos
laboriosos e pacíficos, a rapinagem sobre comunidades
indefesas, a pirataria impune ao longo dos mares, as
fogueiras do ódio em nome da fé, eliminando vidas
preciosas, o banditismo afidalgado e os múltiplos
delitos que injuriaram a dignidade humana nos dez
últimos séculos, e perguntemos a nós mesmos como
deveriam ser os frutos de nossa própria sementeira.
Não nos referimos, no entanto, a esses registros a fim
de salientar o pessimismo.
Ao revés disso, aspiramos a exaltar o Amor Infinito de
Deus que nos permite nascer e renascer, tantas vezes
quantas se façam necessárias ao nosso próprio
burilamento, já que, em sã consciência, desejamos
construir ou reconstruir os nossos próprios destinos por
nós mesmos.
Conservemos a alegria da esperança, trabalhando e
servindo sempre.
Aceitemos as provas que se nos façam precisas ao
aperfeiçoamento próprio, sanando os débitos que nos
dizem respeito, assumindo as nossas experiências e
sigamos adiante.
A fim de refletirmos, de leve, nos temas inúmeros da
reencarnação para nossos diálogos no assunto, lembrando
não só Allan Kardec, na legenda inesquecível que nos
deixou: “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir
sempre, tal é a lei”, mas igualmente Jesus Cristo, o
nosso Divino Mestre, quando nos asseverou, convincente:
- “Ninguém alcançará o Reino de Deus se não nascer de
novo”.
Do livro Nascer e Renascer, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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