Raios, ondas, médiuns e mentes
O pensamento é o princípio da comunhão universal. É o
meio através do qual as humanidades do Espaço se
comunicam entre si nas imensidades siderais. E o
universo é a exteriorização do pensamento Divino, de
cuja essência partilhamos em nossa condição de raios
conscientes da eterna Sabedoria. Tudo está mergulhado na
substância viva da mente de Deus, como os peixes e as
plantas da água estão contidos no mesmo oceano.
Cada mundo possui um campo de tensão eletromagnética que
lhe é própria, e cada alma se envolve no círculo de
forças vivas que lhe transpiram do hálito mental na
espera de criaturas a que se imana, em obediência às
suas necessidades de ajuste ou crescimento para a
imortalidade. Somos, pois, vastíssimo conjunto de
inteligências sintonizadas no mesmo padrão vibratório de
percepção integrando um todo.
Dependendo dos nossos semelhantes em nossa trajetória
para a vanguarda evolutiva, agimos e reagimos uns sobre
os outros através da energia mental em que nos renovamos
constantemente, criando, alimentando e destruindo formas
e situações, paisagens e coisas na estruturação dos
nossos destinos. Do conjunto de nossas ideias resulta a
nossa própria existência.
André Luiz, no livro Nos Domínios da Mediunidade,
psicografia do médium Francisco Cândido Xavier, ressalta
que: “Em mediunidade não podemos esquecer o problema
da sintonia. Atraímos os Espíritos que se afinam conosco
tanto quanto somos por eles atraídos; e se é verdade que
cada um de nós somente pode dar conforme o que tem, é
indiscutível que cada um recebe de acordo com aquilo que
dá”.
Sabemos que a mente permanece na base de todos os
fenômenos mediúnicos. Então, é imprescindível enriquecer
o nosso pensamento, incorporando-lhe os tesouros morais
e culturais, os únicos que nos possibilitam fixar a luz
que jorra para nós das esferas mais Altas, através dos
gênios da Sabedoria e do Amor que supervisionam nossas
experiências.
Allan Kardec expõe, em O Livro dos Médiuns, os
diversos matizes de médiuns e mediunidades e a
importância do ajuste da função mediúnica a uma
personalidade evangelizada, a fim de que o processo se
desenrole sob proteção da Espiritualidade Superior,
resultando em oportunas lições para todos nós que nos
arrastamos nessa jornada evolutiva. Porém, importa
examinar a direção, o rumo para o qual está voltado o
nosso equipamento mediúnico. O médium é o único
responsável pela sintonia de sua aparelhagem.
Faz-se mister, assim, ajustarmos nossa sintonia psíquica
às modulações do Evangelho de Jesus para adquirirmos o
controle e direção segura para a nossa existência
terrena. O que se destaca aqui é a necessidade do Cristo
no coração e na consciência de cada um, para que não
estejamos desorientados ao toque dos fenômenos. Dessa
forma, se nos mantivermos inadvertidos a respeito do
intercâmbio psíquico, sem o vigiar e orar, sofreremos o
efeito daninho de muitas mentes em variadas faixas e
ondas que nos buscam, roubando-nos vitalidade ou
impondo-nos suas cargas, nem sempre saudáveis que nos
submeterão.
Assim, cada médium com sua mente. Cada mente com seus
raios, personalizando observações e interpretações. A
cada um segundo suas obras.
Joanna de Ângelis, nobre mentora espiritual, nos
esclarece que: “(...) a força dinâmica geradora e
mantenedora do universo é o Divino Pensamento e quando
pudermos utilizar dessa força com sabedoria e proveito,
transformá-la-emos em uma alavanca tão poderosa que será
fácil mover o mundo”.
Bibliografia:
FRANCO, P. Divaldo – Atitudes
Renovadas – ditado pelo Espírito Joanna De Ângelis –
1ª edição – Salvador/BA/ Editora Livraria Espírita
Alvorada – 2010.
COELHO, Rogério – Médiuns, Mediunidade e
Reuniões Mediúnicas – 1ª edição – Salvador/BA/ Editora
Alvorada – 2005.
XAVIER, C. Francisco – Seara dos
Médiuns – ditado pelo Espírito Emmanuel – 20ª edição
– Brasília/DF/ Editora FEB – 2015 – lição 38.
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