Divaldo Franco: “Nossas
vidas não devem ser vazias, inúteis; estamos na Terra
para servir”
Em seu périplo pela Europa, o conhecido orador esteve na
Itália, onde falou aos espíritas de Roma e Milão
No dia 27 de maio, mais uma vez Divaldo Franco esteve em
Roma, a convite e sob os auspícios do Grupo di Roma
Allan Kardec- GRAK, onde ele e seu amigo Dr. Juan
Danilo Rodríguez Mantilla falaram a um público numeroso
que lotou o belo salão de conferências do BV Oly Hotel.
Iniciando as atividades, Juan Danilo abordou, com muita
propriedade, a temática Autismo: O Amor em Silêncio,
apresentando muitos esclarecimentos que prenderam a
atenção de todos. Com muita simplicidade, Dr. Juan foi
elucidando diversos pontos ainda pouco explorados sobre
o Autismo, que tem crescido muito nos últimos tempos,
alcançando, hoje, a proporção de um autista para cada
sessenta pessoas. O autismo, ao contrário do que muitos
pensam, não é uma doença, é um espectro que
possui muitos matizes, muitas nuances, tornando o
diagnóstico algo bastante desafiador. Todo autista é
possuidor de alguma faculdade especial, nem sempre
detectada e estimulada por pais e cuidadores, afirmou
Juan. Com grande habilidade, o querido amigo, narrou
algumas experiências riquíssimas de consultório que
ajudaram na compreensão do complexo tema, dirimindo
muitas dúvidas e desfazendo equívocos acerca desta
temática.
“Vidas Vazias”, o tema da palestra em Roma
Na sequência, Divaldo Franco assumiu a tribuna e
desenvolveu o tema: Vidas Vazias, asseverando que
nas últimas décadas o ser humano conseguiu penetrar nas
micropartículas, realizando extraordinárias conquistas
tecnológicas e, no entanto, a sociedade atual se
encontra vazia de sentido existencial. O homem moderno
mata pelo prazer de matar. Em alguns países, a violência
urbana ceifa milhares de vidas, alcançando índices
alarmantes. Assim, inquiriu o nobre orador e humanista:
o que está havendo com o ser humano?
Preocupados em triunfar em seu exterior, o homem e a
mulher atuais não pensam em triunfar sobre as suas
próprias más inclinações. Vivem, desta forma, em uma
sociedade sem freios, em busca do gozo imediato, do que
proporciona maior lucro, mesmo que não preencha as
necessidades emocionais. A vida de cada ser humano,
afirmou Divaldo, deve ter o sentido de viver para ser
feliz. O amor é a alma da vida, e a vida, a alma do
amor. Jesus, declarou o lúcido orador visivelmente
inspirado, é o filósofo da luz, não é o homem
crucificado, é o amigo dos que choram, daqueles que
perderam tudo, menos o direito de amar.
Neste momento, a emoção tomou conta de todos, pois
falando ao coração, este trabalhador de Jesus,
acostumado às misérias humanas, parece penetrar na
intimidade dos que o ouvem, para extrair o que há de
melhor em cada um, impulsionando-os para um novo
amanhecer. Por muito amar, Divaldo atravessa oceanos
para levar a palavra de Jesus.
Encontro com os espíritas de Roma
Na tarde do dia 28 de
maio, Divaldo Pereira Franco e Juan Danilo Rodríguez
Mantilla estiveram visitando a pequena sede do Grupo
di Roma Allan Kardec - GRAK, em Roma, onde foi
possível a convivência saudável e renovadora entre os
trabalhadores espíritas que ali labutam. Foram momentos
enriquecedores, pois em um primeiro momento, Juan Danilo
abordou a temática do amor, afirmando que todos estão
nas mãos do amor. Corroborando, discorreu sobre o seu
próprio exemplo, que órfão de pai e mãe, contou com o
amor de uma terceira pessoa, uma vovozinha amorosa que
lhe acolheu como filho amado. Dr. Juan Danilo também
evidenciou o quanto é importante amar a si mesmo para
poder amar aos outros, questionando: Embora
estando nas mãos do amor, nós amamos?
Reflexionando sobre a Doutrina Espírita, esclareceu que
o Espiritismo é uma poderosa filosofia que auxilia o ser
humano a elevar as sensações através da razão, em
primeiro lugar, seguido pelos sentimentos. Outro ponto
destacado foi a intuição, que é a porta de entrada da
mediunidade, que necessita ser treinada, com dedicação e
disciplina. Abordou, com a mesma ênfase, a questão 132
de O Livro dos Espíritos, referente à
Reencarnação, e com muita habilidade discorreu sobre o
amor de Deus a todas as suas criaturas, asseverando que
as provas e as expiações são ações propiciadoras da
evolução do Espírito no estágio em que ainda se
encontra.
Na sequência, Divaldo Franco narrou a belíssima
história, real, contida na autobiografia de Elizabeth
Gladich. É a história emocionante e altamente
comovente de Elisabeth, a Calhandra e
Madame Schumann-Heink, o maior contralto que a
humanidade jamais teve. A narrativa, com incrível
riqueza de detalhes, teve o dom de emocionar todos os
presentes. Aproveitando o clima de emoção que tomou
conta dos presentes, Divaldo Franco, com a habilidade de
quem está acostumado com as questões que afligem o ser
humano, afirmou que Deus disse a cada um de nós, vai e
serve, abre as portas do teu coração ao serviço no bem,
se possível, ajuda a trazer Deus ao coração de quem não
O conhece ou O abandonou. “Nossas vidas,
asseverou o servidor de Jesus, não devem ser vazias,
inúteis; nós estamos na Terra para servir, cada qual
dentro de suas possibilidades; somos de certa forma as
mãos de Deus.”
Finalizando o singelo encontro, no trabalho de auxiliar
na renovação dos que ali estavam, Divaldo Franco fez uma
significativa comparação, afirmando que Roma possui
alguns dos mais suntuosos templos da humanidade, no
entanto, ali estavam, em um pequeno grupo de espíritas,
em uma minúscula sala, que faz lembrar, por analogia, a
pequena e humilde manjedoura que abrigou o Rei Solar,
Jesus.
As emoções envolveram todo o ambiente, todos
visivelmente emocionados, não continham a alegria do
reencontro, que logo foi encerrado com sentida oração,
porque aquele que semeia, saiu e prossegue semeando, e,
nesta quarta-feira, muito cedo a estação de trens de
Roma já irá encontrar o dedicado trabalhador e pacifista
Divaldo Franco se dirigindo à cidade de Milão, Itália,
juntamente com os amigos que o acompanham nesta
meritória e profícua atividade de divulgação do
Espiritismo.
Entrevista e palestra na cidade de Milão
Na manhã do dia 30 de maio, esta quinta-feira, já em
Milão, Divaldo Franco, Juan Danilo e amigos, nas
dependências do Hotel Michelangelo, deram entrevista à
conceituada revista CARAS, da Itália. Divaldo e Juan
Danilo tiveram a oportunidade de discorrer sobre o
trabalho de Divulgação do Espiritismo e da obra
fantástica de educação e assistência aos necessitados e
que são prestados aos acolhidos pela Mansão do Caminho,
obra assistencial do Centro Espírita Caminho da
Redenção.
Com o carisma que lhe é habitual, Divaldo Franco
detalhou o seu trabalho, que vem sendo realizado ao
longo de mais de setenta anos, ao tempo em que
apresentou os principais aspectos da Doutrina Espírita,
a bússola de sua vida, iluminado pela Luz do Evangelho
de Jesus. Divaldo Franco, aos 92 anos de idade, com um
dinamismo incomparável, é um jovem trabalhador
entusiasmado, estimulado e estimulador, amando
profundamente o seu semelhante, é um exemplo de
dedicação à causa do bem, plantando a semente da Boa
Nova nos corações e mentes dos que buscam a
autoiluminação, a felicidade.
À noite, nas dependências do hotel Michelangelo, Divaldo
Franco, acompanhado pelo Dr. Juan Danilo e demais
amigos, abordou a temática das Vidas Vazias.
Uma plateia de quinhentas pessoas lotou o belo salão,
fazendo um contraste com um recuado momento quando, há
quarenta e seis anos, Divaldo chegara à cidade para
pregar o Evangelho de Jesus, por primeira vez em Milão,
para um pequeno grupo de pessoas desejosas de conhecer a
Boa Nova.
O evento de agora, 30 de maio de 2019, se constituiu em
uma noite encantadora. O belo e envolvente momento
artístico contou com apresentações do
tenor Maécio Gomes, que encantou com sua bela voz, e
Alessandro Marini no teclado, configurando um harmonioso
momento. Destacando o trabalho e a vida do humanista e
Embaixador da Paz no Mundo, foi apresentado o trailer do
filme sobre Divaldo Franco, pelo próprio diretor, Clóvis
Mello, que sensibilizou os presentes com suas palavras.
Em seguida Juan Danilo Rodrígez Mantilla saudou o
público em nome da Mansão do Caminho, apresentando suas
considerações sobre o trabalho no bem, o amor e a
caridade, que não permitem o vazio existencial.
Divaldo Franco, dirigindo-se ao público atento, afirmou
que a angústia predomina atualmente no mundo e, que
apesar de o ser humano estar em busca da compreensão do
grande enigma do cosmo, de penetrar nas micropartículas,
descobrindo as energias, ainda não conseguiu lograr
viver a cultura do amor. Apresentando uma síntese da
evolução do pensamento humano, citou Friedrich
Nietzsche (1844-1900), filósofo alemão, autor de Assim
Falava Zaratustra. O Semeador de Estrelas também
discorreu sobre as variadas doutrinas materialistas, e a
vivência do prazer, da extravagância e do gozo, vivendo
o aqui e o agora, alcançando o atual período, o da vida
vazia, apresentando, assim, o panorama experimentado
pelo homem.
O lúcido orador questionou sobre qual a razão de tanta
decadência ética, por que tanto sofrimento, por que os
maus prosperam enquanto os bons sofrem? Qual, afinal, o
sentido da vida? Contribuindo para a equação destas
questões, Divaldo Franco discorreu sobre as conclusões a
que chegou o Dr. Rollo May (1909-1994), psicólogo
e teólogo americano, que afirmava ser o homem moderno
vítima de três fatores decadentes, o Individualismo,
o Sexismo e oConsumismo, demonstrando a
urgência em despertar para a vivência do amor, pois quem
não ama, ainda não começou a viver, ainda vegeta.
O cativante orador ressaltou o ensinamento ministrado
pelo maior psicoterapeuta da humanidade, Jesus, que
convida amar a Deus sobre todas as coisas, ao próximo e
a si mesmo, evidenciando o significado do autoamor,
afinal, quem não se ama, dificilmente logrará amar a
outrem, quiçá a Deus.
Sempre jovial, Divaldo foi conduzindo sua narrativa,
apresentando exemplos de sua vida, provocando risos
saudáveis a todo momento, descontraindo, fazendo as
pessoas desarmarem-se. Com frequência foi interrompido
pelos aplausos, tão genuínas são as suas palavras. Ele é
alguém que fala direto ao coração, suas palavras são
ricas de encantamento, de simplicidade, porém recheadas
pela vivência do amor. Estimulando a busca
do autoaperfeiçoamento, afirmou que quando o ser humano
muda para melhor, a vida muda e, assim, muda o mundo. A
oração, asseverou, é o veículo para se falar com Deus,
abrindo a alma, que se esvazia de ego para preencher-se
de felicidade.
Foi, de fato, uma noite memorável, todos estavam
jubilosos pela oportunidade, mas o seareiro, logo se
recolheu, pois afinal, na madrugada seguinte, ele
rumaria para Colônia, na Alemanha, para o tradicional
Congresso na pequena cidade de Bad Honnef.
Nota do Autor:
As fotos que ilustram esta reportagem são
de autoria de Jaqueline
Medeiros.