Internacional
por Ênio Medeiros

Ano 13 - N° 625 - 30 de Junho de 2019

 

Divaldo Franco: “Seja feliz como você é, e não como gostaria de ser; viva intensamente o momento presente”

 

No dia 10 de junho, em Winterthur, Suíça, Divaldo Franco concluiu seu périplo de 32 dias pelo Velho Mundo

 

Na etapa final do seu mais recente périplo pela Europa, Divaldo Franco falou, no período de 4 a 10 de junho, aos espíritas e simpatizantes do Espiritismo das cidades de Paris, Amsterdã e Winterthur.

Paris, França, 4 de junho

Na capital francesa, o encontro ocorreu na acolhedora sala Saint Martin, no centro da cidade. Inicialmente, Juan Danilo fez uma abordagem sobre o espectro Autista, assunto de grande interesse, atualíssimo. Em seguida, após ligeira pausa, Divaldo Franco assomou à tribuna e, destacando as conquistas humanas na área da saúde mental, apresentou os avanços alcançados por diversas personalidades da história, como o mais renomado cientista dos problemas cerebrais, Jean-Martin Charcot (1825-1893), médico, psiquiatra, neurologista e fundador da moderna neurologia, que se dedicou a estudar a saúde em sua época, a histeria.

No ponto central da palestra, Divaldo se referiu à obra O Livro dos Médiuns, o mais notável livro já escrito a respeito da paranormalidade humana. Até os dias atuais, disse o orador, nenhuma teoria logrou mudar os conceitos de Allan Kardec, contidos nesta obra monumental. Na sequência, com absoluta propriedade de quem convive com os Espíritos desde os quatro anos de idade, ele narrou várias vivências suas, situações inusitadas umas, desafiadoras outras, e extremamente difíceis ainda outras, que lhe exigiram grandes sacrifícios para seguir fiel aos conceitos espíritas que abraçou e a Jesus, sensibilizando a plateia. “A mediunidade é uma faculdade nobre, e que deve ser voltada ao bem”, afirmou o orador. “Os médiuns convivem com aqueles que lhes são semelhantes.” O Espiritismo, lembrou Divaldo, é uma ética moral de natureza cristã. Os atos de cada indivíduo assinalam o seu destino, afirmou alertando, ao tempo em que convidava os presentes para que, ao saírem dali, buscassem todos os diferentes, pois o que se leva para sempre é o que se é, não o que se tem.

Amsterdã, Holanda, 6 de junho

Atendendo ao convite do Grupo Espírita de Amsterdã, Divaldo Franco retornou à cidade,  acompanhado pelo Dr. Juan Danilo e amigos, em que o tema de sua palestra foi a Felicidade.


Inicialmente ele destacou o perfil da criatura humana construído ao longo de sua história, bem como os conflitos emocionais que a acompanham desde recuados tempos, asseverando que o grande problema do ser humano é o próprio ser humano. Abordando o pensamento de alguns filósofos que, ao longo do tempo, procuraram entender esta intricada questão - a felicidade -, ele apresentou os vários pensamentos filosóficos de personalidades conhecidas, como Epicuro, DiógenesZenon de Cicio e Sócrates, que, por sua vez, apresentou e defendeu o pensamento de que a felicidade é SER e não ter coisas transitórias, preconizando uma conduta ilibada, reta, promovendo o bem geral, a felicidade como um bem da alma. Divaldo asseverou, então, que a felicidade é construída quando o indivíduo se torna melhor a cada dia, esforçando-se por vencer suas más inclinações, como bem enfatizou Santo Agostinho na resposta à questão 919 de O Livro dos Espíritos. Ao final da palestra, Divaldo alertou: “Seja feliz como você é, e não como gostaria de ser; viva intensamente o momento presente. Cultive o sol em si mesmo, por pior que seja a noite, sempre amanhecerá um novo dia. É possível ser feliz, ajude a felicidade ajudar você”. 

Winterthur, Suíça, 8 de junho

Na manhã do dia 8 de junho teve início o já tradicional encontro programado anualmente pelos espíritas da Suíça, sempre realizado no feriado de Pentecostes. O seminário deste ano, intitulado Luz nas Sombras, foi realizado na pequena cidade de Winterthur, próximo a Zurique, com seguimento no domingo. Em sua fala, Divaldo  Franco discorreu sobre a evolução da sociedade humana, que ao longo da História já viveu e ainda vive muitas guerras, a maioria delas, paradoxalmente, por motivos religiosos. As conquistas tecnológicas, ainda não lograram tornar a criatura humana mais feliz. Nunca houve tanta solidão como na atualidade, pois, as criaturas mantêm-se armadas umas contra as outras, quando deveriam amar umas às outras, para preservarem as vidas. O nobre orador, citando os estudos do médico psiquiatra, psicólogo e professor Emilio Mira y Lopez, teceu reflexões sobre o desenvolvimento do pensamento humano, percorrendo as fases do pensamento arcaico, egocêntrico, racional e cósmico. Hoje, esclareceu Divaldo Franco, os jovens buscam a volúpia do prazer e do sexo.

As drogas se tornam presentes na sociedade hodierna, que muito se deve à falência da família, levando o jovem, não poucas vezes, a extravasar as energias nos grupos onde busca aceitação. “Este século, caraterizado pelas vidas vazias, necessita de uma proposta para preencher o vazio, de uma luz para apagar a escuridão”, afirmou o orador, lembrando que o amor é a grande chave para a felicidade do ser humano. “Amar, então, é uma meta que se deve perseguir na existência.” Após o intervalo para o almoço, Dr. Juan Danilo, médico, médium e espírita, reiniciou as atividades explanando sobre as interferências dos Espíritos na vida de cada indivíduo, apresentando particularidades sobre os instintos, as paixões e os desejos. Ao final da tarde, ambos responderam a várias perguntas formuladas sobre os temas abordados, fazendo esclarecimentos e minudenciando aspectos específicos, oportunizando grande aprendizado e todos.

Winterthur, Suíça, 9 de junho

No dia 9, domingo, prosseguindo com o seminário, Divaldo Franco, logo cedo pela manhã, fez um amplo retrospecto sociológico da humanidade nos últimos cinco séculos, comentando sobre diversos personagens que marcaram a história da humanidade com suas pesquisas, teorias e descobertas, com uma riqueza de detalhes, de nomes e datas, que impressionam a qualquer um. Citando Francis Bacon (1561-1626), filósofo e cientista inglês, Divaldo lembrou que no século XVII Bacon afirmava que uma filosofia superficial inclina a mente do homem para o ateísmo, mas uma filosofia profunda conduz as mentes humanas para a religião, porque, ao saber, o homem passa a crer porque compreende e, compreendendo, de fato sabe. “Esta é a proposta do Espiritismo, que leva o homem a desenvolver uma fé sólida, consciente e racional”, afirmou o orador. O Espiritismo é uma doutrina que comprova tudo o que apregoa, em que a moral não é uma lei, mas um sentido profundo para a vida que leva o indivíduo a modificar-se para melhor, liberando-se da ganância, do ódio, do ciúme.

Ao encerrar a abordagem matutina, Divaldo Franco afirmou que o sentido da vida é ser feliz, e que o homem somente será feliz quando conseguir tornar o mundo melhor. No início da tarde, retomando a atividade, Juan Danilo esclareceu que após a treva vem a claridade, e que todos os seres humanos necessitam iluminar-se. O tema, por ser instigante, propiciou que muitas perguntas fossem feitas, atestando o interesse dos participantes em bem compreender a proposta.

Encerrado o produtivo encontro, constituído de momentos ricos de grande aprendizado, acrescidos com as narrativas de vivências e os exemplos daqueles que se decidiram seguir Jesus, os participantes do seminário, tocados em seus corações, saíram renovados, levando vasto material para reflexões que auxiliarão nas mudanças que iluminarão, por certo, as sombras, que a ignorância ainda insiste em manter as criaturas sob sua influência.

No dia 10, a conferência derradeira

No dia 10 de junho, segunda-feira, feriado na Suíça, Divaldo Franco realizou pela manhã uma conferência para uma plateia que lotou as dependências do Tecnicenter em Winterthur, abordando o tema: Jesus e Atualidade. Inicialmente, detalhando fatos históricos e sociológicos ocorridos no Império Romano, em rica narrativa, até chegar ao período do Imperador Otaviano, quando o Astro Solar, Jesus, chegou com simplicidade e infinito amor, Divaldo ressaltou o trabalho de preparação para que Jesus pudesse estar com os homens. “Que homem é esse, que mudou a história da humanidade sem se voltar contra ninguém?” - questionou o Arauto do Evangelho e da Paz. “Antes dele, esclareceu o orador, vencedor era aquele que derrotava seus inimigos; com Jesus, porém, vitorioso é aquele que domina e vence  suas más inclinações e paixões.” O Mestre de Nazaré não pedia que os homens seguissem essa ou aquela religião, mas que fizesse o que ele fez, tendo inclusive reafirmado que qualquer um poderia fazer o que ele mesmo fez. Citando a Dra. Hanna Wolff, psicóloga, Divaldo Franco comentou sobre a obra Jesus Psicoterapeuta, em que a nobre psicanalista alemã concluiu que Jesus é um ser tão extraordinário que quem o conhece jamais permanece indiferente a Ele: ou O ama, ou O detesta. Nessa obra, Hanna Wolff assevera que, de fato, Jesus foi o maior psicoterapeuta da humanidade, o amigo dos que não possuem amigos. Para Jesus, o primordial não era Ter, mas era Ser. Tinha coragem de atender o nobre da mesma forma que o miserável. Ele não pede nada aos homens, apresenta a doutrina da ternura, do amor.

Concluída a conferência, muito aplaudido de pé e, estando os presentes emocionados, chegou o momento dos agradecimentos. Com singela e expressiva emoção, assim foi encerrada mais uma etapa anual pela Europa, em que Divaldo divulgou o Espiritismo por 11 países e 16 cidades.


Nota do Autor
:

As fotos que ilustram esta reportagem são de autoria de Jaqueline Medeiros.


 
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita