Divaldo Franco: “Seja feliz como você é, e não como
gostaria de ser; viva intensamente o momento presente”
No dia 10 de junho, em Winterthur, Suíça, Divaldo Franco
concluiu seu périplo de 32 dias pelo Velho Mundo
Na etapa final do seu mais recente périplo pela Europa,
Divaldo Franco falou, no período de 4 a 10 de junho, aos
espíritas e simpatizantes do Espiritismo das cidades de
Paris, Amsterdã e Winterthur.
Paris, França, 4 de junho
Na capital francesa, o encontro ocorreu na acolhedora
sala Saint Martin, no centro da cidade.
Inicialmente, Juan Danilo fez uma abordagem sobre o
espectro Autista, assunto de grande interesse,
atualíssimo. Em seguida, após ligeira pausa, Divaldo
Franco assomou à tribuna e, destacando as conquistas
humanas na área da saúde mental, apresentou os avanços
alcançados por diversas personalidades da história, como
o mais renomado cientista dos problemas cerebrais, Jean-Martin
Charcot (1825-1893), médico, psiquiatra,
neurologista e fundador da moderna neurologia, que se
dedicou a estudar a saúde em sua época, a histeria.
No
ponto central da palestra, Divaldo se referiu à obra O
Livro dos Médiuns, o mais notável livro já escrito a
respeito da paranormalidade humana. Até os dias atuais,
disse o orador, nenhuma teoria logrou mudar os conceitos
de Allan Kardec, contidos nesta obra monumental. Na
sequência, com absoluta propriedade de quem convive com
os Espíritos desde os quatro anos de idade, ele narrou
várias vivências suas, situações inusitadas umas,
desafiadoras outras, e extremamente difíceis ainda
outras, que lhe exigiram grandes sacrifícios para seguir
fiel aos conceitos espíritas que abraçou e a Jesus,
sensibilizando a plateia. “A mediunidade é uma faculdade
nobre, e que deve ser voltada ao bem”, afirmou o orador.
“Os médiuns convivem com aqueles que lhes são
semelhantes.” O Espiritismo, lembrou Divaldo, é uma
ética moral de natureza cristã. Os atos de cada
indivíduo assinalam o seu destino, afirmou alertando, ao
tempo em que convidava os presentes para que, ao saírem
dali, buscassem todos os diferentes, pois o que se leva
para sempre é o que se é, não o que se tem.
Amsterdã, Holanda, 6 de junho
Atendendo ao convite do Grupo Espírita de Amsterdã,
Divaldo Franco retornou à cidade, acompanhado pelo Dr.
Juan Danilo e amigos, em que o tema de sua palestra foi
a Felicidade.
Inicialmente ele destacou o perfil da
criatura humana construído ao longo de sua história, bem
como os conflitos emocionais que a acompanham desde
recuados tempos, asseverando que o grande problema do
ser humano é o próprio ser humano. Abordando o
pensamento de alguns filósofos que, ao longo do tempo,
procuraram entender esta intricada questão - a
felicidade -, ele apresentou os vários pensamentos
filosóficos de personalidades conhecidas, como Epicuro,
Diógenes, Zenon de Cicio e Sócrates,
que, por sua vez, apresentou e defendeu o pensamento de
que a felicidade é SER e não ter coisas transitórias,
preconizando uma conduta ilibada, reta, promovendo o bem
geral, a felicidade como um bem da alma. Divaldo
asseverou, então, que a felicidade é construída quando o
indivíduo se torna melhor a cada dia, esforçando-se por
vencer suas más inclinações, como bem enfatizou Santo
Agostinho na resposta à questão 919 de O Livro dos
Espíritos. Ao final da palestra, Divaldo
alertou: “Seja feliz como você é, e não como gostaria de
ser; viva intensamente o momento presente. Cultive o sol
em si mesmo, por pior que seja a noite, sempre
amanhecerá um novo dia. É possível ser feliz, ajude a
felicidade ajudar você”.
Winterthur, Suíça, 8 de junho
Na manhã do dia 8 de junho teve início o já tradicional
encontro programado anualmente pelos espíritas da Suíça,
sempre realizado no feriado de Pentecostes. O seminário
deste ano, intitulado Luz nas Sombras, foi
realizado na pequena cidade de Winterthur, próximo a
Zurique, com seguimento no domingo. Em sua fala, Divaldo
Franco discorreu sobre a evolução da sociedade humana,
que ao longo da História já viveu e ainda vive muitas
guerras, a maioria delas, paradoxalmente, por motivos
religiosos. As conquistas tecnológicas, ainda não
lograram tornar a criatura humana mais feliz. Nunca
houve tanta solidão como na atualidade, pois, as
criaturas mantêm-se armadas umas contra as outras,
quando deveriam amar umas às outras, para preservarem as
vidas. O nobre orador, citando os estudos do médico
psiquiatra, psicólogo e professor Emilio Mira y Lopez,
teceu reflexões sobre o desenvolvimento do pensamento
humano, percorrendo as fases do pensamento arcaico,
egocêntrico, racional e cósmico. Hoje, esclareceu
Divaldo Franco, os jovens buscam a volúpia do prazer e
do sexo.
As drogas se tornam presentes na sociedade
hodierna, que muito se deve à falência da família,
levando o jovem, não poucas vezes, a extravasar as
energias nos grupos onde busca aceitação. “Este século, caraterizado pelas vidas vazias, necessita de uma
proposta para preencher o vazio, de uma luz para apagar
a escuridão”, afirmou o orador, lembrando que o amor é a
grande chave para a felicidade do ser humano. “Amar,
então, é uma meta que se deve perseguir na existência.”
Após o intervalo para o almoço, Dr. Juan Danilo, médico,
médium e espírita, reiniciou as atividades explanando
sobre as interferências dos Espíritos na vida de cada
indivíduo, apresentando particularidades sobre os
instintos, as paixões e os desejos. Ao final da tarde,
ambos responderam a várias perguntas formuladas sobre os
temas abordados, fazendo esclarecimentos e minudenciando
aspectos específicos, oportunizando grande aprendizado e
todos.
Winterthur, Suíça, 9 de junho
No dia 9, domingo, prosseguindo com o seminário, Divaldo
Franco, logo cedo pela manhã, fez um amplo retrospecto
sociológico da humanidade nos últimos cinco séculos,
comentando sobre diversos personagens que marcaram a
história da humanidade com suas pesquisas, teorias e
descobertas, com uma riqueza de detalhes, de nomes e
datas, que impressionam a qualquer um. Citando Francis
Bacon (1561-1626), filósofo e cientista inglês,
Divaldo lembrou que no século XVII Bacon afirmava que
uma filosofia superficial inclina a mente do homem para
o ateísmo, mas uma filosofia profunda conduz as mentes
humanas para a religião, porque, ao saber, o homem passa
a crer porque compreende e, compreendendo, de fato sabe.
“Esta é a proposta do Espiritismo, que leva o homem a
desenvolver uma fé sólida, consciente e racional”,
afirmou o orador. O Espiritismo é uma doutrina que
comprova tudo o que apregoa, em que a moral não é uma
lei, mas um sentido profundo para a vida que leva o
indivíduo a modificar-se para melhor, liberando-se da
ganância, do ódio, do ciúme.
Ao encerrar a abordagem matutina, Divaldo Franco afirmou
que o sentido da vida é ser feliz, e que o homem somente
será feliz quando conseguir tornar o mundo melhor. No
início da tarde, retomando a atividade, Juan Danilo
esclareceu que após a treva vem a claridade, e que todos
os seres humanos necessitam iluminar-se. O tema, por ser
instigante, propiciou que muitas perguntas fossem
feitas, atestando o interesse dos participantes em bem
compreender a proposta.
Encerrado o produtivo encontro, constituído de momentos
ricos de grande aprendizado, acrescidos com as
narrativas de vivências e os exemplos daqueles que se
decidiram seguir Jesus, os participantes do seminário,
tocados em seus corações, saíram renovados, levando
vasto material para reflexões que auxiliarão nas
mudanças que iluminarão, por certo, as sombras, que a
ignorância ainda insiste em manter as criaturas sob sua
influência.
No dia 10, a conferência derradeira
No dia 10 de junho, segunda-feira, feriado na Suíça,
Divaldo Franco realizou pela manhã uma conferência para
uma plateia que lotou as dependências do Tecnicenter em Winterthur,
abordando o tema: Jesus e Atualidade. Inicialmente,
detalhando fatos históricos e sociológicos ocorridos no
Império Romano, em rica narrativa, até chegar ao período
do Imperador Otaviano, quando o Astro Solar, Jesus,
chegou com simplicidade e infinito amor, Divaldo
ressaltou o trabalho de preparação para que Jesus
pudesse estar com os homens. “Que homem é esse, que
mudou a história da humanidade sem se voltar contra
ninguém?” - questionou o Arauto do Evangelho e da Paz.
“Antes dele, esclareceu o orador, vencedor era aquele
que derrotava seus inimigos; com Jesus, porém, vitorioso
é aquele que domina e vence suas más inclinações e
paixões.” O Mestre de Nazaré não pedia que os homens
seguissem essa ou aquela religião, mas que fizesse o que
ele fez, tendo inclusive reafirmado que qualquer um
poderia fazer o que ele mesmo fez. Citando a Dra. Hanna
Wolff, psicóloga, Divaldo Franco comentou sobre a
obra Jesus Psicoterapeuta, em que a nobre
psicanalista alemã concluiu que Jesus é um ser tão
extraordinário que quem o conhece jamais permanece
indiferente a Ele: ou O ama, ou O detesta. Nessa obra, Hanna
Wolff assevera que, de fato, Jesus foi o maior
psicoterapeuta da humanidade, o amigo dos que não
possuem amigos. Para Jesus, o primordial não era Ter,
mas era Ser. Tinha coragem de atender o nobre da mesma
forma que o miserável. Ele não pede nada aos homens,
apresenta a doutrina da ternura, do amor.
Concluída a conferência, muito aplaudido de pé e,
estando os presentes emocionados, chegou o momento dos
agradecimentos. Com singela e expressiva emoção, assim
foi encerrada mais uma etapa anual pela Europa, em que
Divaldo divulgou o Espiritismo por 11 países e 16
cidades.
Nota do Autor:
As fotos que ilustram esta reportagem são
de autoria de Jaqueline
Medeiros.