Elucidações de Emmanuel

por Francisco Cândido Xavier

  

Expliquemos

 

Não desconheces que a Doutrina Espírita é a revivescência do Cristianismo em sua pureza.

Nos primeiros tempos do Evangelho, os apóstolos da ideia edificante eram os médiuns da Boa-Nova, espalhando-lhe os ensinos. Hoje, o Espiritismo é a palavra que os complementa.

Disse Jesus: “Necessário vos é nascer de novo”. Apontemos que o Mestre não se refere apenas ao renascimento simbólico pela atitude, valioso mas insuficiente, e, sim, à reencarnação, em que o Espírito se aprimora de corpo em corpo.

Disse Jesus: “Enquanto não vos tornardes quais crianças, não entrareis no Reino de Deus”. Esclareçamos que o Mestre não aprova a inexperiência, e sim nos convida à simplicidade, a fim de que possamos viver sem tabus e sem artifícios.

Disse Jesus: “Considerai os lírios do campo que não fiam e nem tecem e, entretanto, Salomão, com toda a sua glória, jamais conseguiu vestir-se como um deles”. Registremos que o Mestre não apoia a preguiça, em nome da fé, e, sim, dá ênfase justa ao dever cumprido, no qual ninguém precisa assaltar os recursos dos outros, a pretexto de garantir a própria felicidade, porquanto o lírio do campo, onde medre, atende à função que lhe cabe na economia da Natureza.

Disse Jesus: “Quem se humilhar será exaltado”. Anotemos que o Mestre não encoraja os que se fazem de tolos para senhorear o melhor quinhão na mesa do oportunismo, e, sim, estimula os que se sustentam leais à reta consciência, prosseguindo, sem perturbar os próprios irmãos, no labor que a Providência Divina lhes concede realizar.

Disse Jesus: “Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos fazem mal e orai pelos que vos perseguem e caluniam”. Assinalemos que o Mestre não espera se transformem os discípulos em legião de louvaminheiros dos delinquentes importantes da Terra, e sim nos aconselha a respeitar os adversários pela sinceridade que demonstrem, dando-lhes campo de ação para que façam, melhor que nós, a tarefa em que nos criticam, continuando, de nossa parte, na execução dos compromissos que nos competem, cultivando a paciência praticada por ele mesmo, quando ajudou aos próprios perseguidores, através do exemplo silencioso, sem aplaudir-lhes a crueldade.

Disse Jesus: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo que meu Pai vos enviará em meu nome, vos esclarecerá em todas as coisas e vos fará lembrar tudo quanto vos tenho dito”. Mostremos que o Mestre não se reporta a acontecimento cósmico em desacordo com as leis naturais, e sim à Doutrina Espírita, pela qual os Espíritos santificados na evolução voltam ao mundo, aclarando as sendas da vida e reafirmando o que ele próprio nos ensinou.

Não faças de tua convicção incenso à idolatria. Recorda que, em Doutrina Espírita, é preciso estudar e aprender, entender e explicar.


Do livro Seara dos Médiuns, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita