As subversões morais de agora, até
quando?
Os países lutam para ter ou manter o controle de
matérias-primas, fontes de energia, terras, bacias
fluviais, passagens marítimas e outros recursos
ambientais básicos. Nessa luta, surgem conflitos que
tendem a aumentar à medida que os recursos escasseiam e
aumenta a competição por eles.
Na época de Kardec havia cerca de 1,5 bilhão de
habitantes na Terra e estima-se que atingiremos, pelo
menos, 11 bilhões daqui a três dezenas de anos.
A Fome já castiga mais de 1 bilhão de pessoas. Talvez a
Terra produza sempre o necessário, se com o necessário
souber o homem contentar-se. Se o que ela produz não lhe
basta a todas as necessidades, é porque ele emprega no
supérfluo o que poderia ser empregado no necessário.
A questão é que, em uma sociedade consumista, poucos se
contentam com o necessário, por isso não há distinção
entre consumismo e materialismo.
Podemos contribuir para o progresso destruindo o
materialismo que é uma das chagas da sociedade. Mas,
neste mundo contraditório, temos o cinismo de divulgar a
paz produzindo as ogivas de guerra; ansiamos resolver os
enigmas sociais intensificando a edificação das
penitenciárias, bordéis e motéis.
Dezenove anos se passaram neste novo milênio, porém, o
resultado da larga arena de lutas fratricidas do século
XX ainda ecoa nos vagidos de cada criança que renasce.
As atuais teorias sociais permanecem em sua trajetória
equivocada, tangendo não raro a linha tenebrosa do
extremismo.
É urgente que novas propostas teóricas interpretem a paz
social em termos de valores mais transcendentes. Tais
teses comprovarão a assertiva dos Espíritos e do
Evangelho de que os bens materiais não trazem
felicidade.
Tempos de combates sinistros. Desde os primeiros anos do
século XX, a guerra se instalou com caráter permanente
em quase todas as regiões do planeta. Os pactos de
segurança da paz oriundos das convenções internacionais,
após a I Guerra Mundial, não foram senão fenômenos da
própria guerra que culminaram com o apogeu da II Guerra
Mundial.
A Europa e o Oriente constituem ainda hoje um campo
vasto de agressão e terrorismo. Onde se encontram os
valores morais da sociedade contemporânea? Muitas
religiões estão amordaçadas pelas injunções de ordem
econômica e política.
Não desconsideramos, nessas reflexões, a rejeição que
padecem os excluídos da sociedade, porquanto a ganância
pelo dinheiro atinge patamares surrealistas.
Estarrece-nos a avidez dos adolescentes pelo sexo, quase
sempre remetidos aos pântanos da indigência moral.
Hoje em dia, as pessoas vacilam em sair às ruas, por
causa dos assaltos e sequestros relâmpagos que têm
ocorrido a todo o momento. São ocasiões de muita
inquietude e de grande volubilidade emocional.
Ainda sofremos os ressaibos amargosos dos contrastes de
uma suprema tecnologia no campo da informática, das
telecomunicações, da genética, das viagens espaciais,
dos supersônicos, dos raios laser, do mesmo modo em que
ainda temos que coexistir com a febre amarela, a
tuberculose, a aids, e com todos os tipos de droga
(cocaína, heroína, skank, ecstasy, o crack, oxi etc.).
As revelações dos Espíritos descerão às almas, como
rocio incorpóreo, expressando a paz e a luz de uma nova
era. Cremos que abundantes mudanças são aguardadas e o
Espiritismo iluminará os corações, reconstruindo a
individualidade espiritual para o amanhã que se
avizinha.
“Então, perguntar-lhe-ão os justos: Senhor, quando foi
que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e
te demos de beber? - Quando foi que te vimos sem teto e
te hospedamos; ou despido e te vestimos? - E quando foi
que te soubemos doente ou preso e fomos visitar-te? - O
Rei lhes responderá: Em verdade vos digo, todas as vezes
que isso fizestes a um destes mais pequeninos dos meus
irmãos, foi a mim que o fizestes.” (1)
Referência bibliográfica:
(1) Mateus
25:36-46.
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