A mala
Corria o mês de abril e,
em nosso terceiro ano do
ESDE, estudávamos o
roteiro Esferas
espirituais da Terra e
mundos transitórios.Comentávamos
de como a tônica do bem
e do mal se faria
presente em nossos
estudos no corrente ano.
E falávamos, é evidente,
de como seria nosso
desencarne e a qual
dessas ‘esferas’
seríamos candidatos...
Em determinado momento a
pergunta de um dos
companheiros tornou-se
inevitável:
- ‘Para onde’ iremos,
após o nosso desencarne?
Ante os olhos
arregalados da maioria,
propusemos-lhes uma
pequena analogia:
imaginemos que todos
estejamos nos preparando
para ‘essa partida’,
para a nossa ‘viagem’ e
que nossa mala já esteja
preparada. Coloquemos
nossa mala sobre a mesa
e passemos a examiná-la.
Se estiver com muitas
roupas leves, bermudões
e camisas floreadas,
sandálias
multicoloridas...
venderemos a ideia de
que iremos passar
temporada no Caribe ou,
se nossos recursos não o
permitirem, poderemos ir
para mais perto,
Florianópolis, por
exemplo!
Entretanto, se nossa
mala estiver atopetada
de agasalhos, muitas
roupas de lã, luvas,
toucas... é muito
provável que estejamos
indo para o Alaska, ou,
se para mais perto, bem
para o Sul, Patagônia,
quem sabe?!
* * *
Nas questões
espirituais, e mais
propriamente por ocasião
da falência de nosso
corpo físico, o ‘para
onde nós iremos’ poderá
ter a sua resposta
exatamente dentro da
mala que temos
preparado. Ou, o ‘do
que’ estiver ela repleta
denunciará o local para
onde estaremos indo.
Se nossa mala estiver
cheia de tudo aquilo que
doamos, e aqui não
estamos falando em
linguagem paradoxal, mas
exatamente dentro da Lei
de justiça amor e
caridade, nosso
‘destino’ será uma
esfera compatível com
essa Lei e com o nosso apronto.
Mas se em nossa mala
houvermos reunido todos
aqueles pertences
materiais aos quais
estivemos até agora
muito apegados, e,
convenhamos, vários baús
não chegarão, pois
precisaremos reunir
casa, carros, terras,
roupas, sapatos,
ouro..., tenhamos a
certeza de que todos
estes penduricalhos não
nos levarão de imediato
a lugar nenhum, pois
ficaremos conectados,
por muito tempo, às
tralhas da crosta que
passamos uma
reencarnação inteira
amando e endeusando.
* * *
“Independente da
diversidade dos mundos,
essas palavras de Jesus (‘há
muitas moradas na
casa de meu Pai’) também
podem referir-se ao
estado venturoso ou
desgraçado do Espírito
na erraticidade.
Conforme se ache este
mais ou menos depurado e
desprendido dos laços
materiais, variarão ao
infinito o meio em que
ele se encontre, o
aspecto das coisas, as
sensações que
experimente, as
percepções que tenha
(...). Também nisso,
portanto, há muitas
moradas, embora não
circunscritas, nem
localizadas.”(ESE,
Cap. III, item 2).
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