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por Claudio Viana Silveira

 
A mala


Corria o mês de abril e, em nosso terceiro ano do ESDE, estudávamos o roteiro Esferas espirituais da Terra e mundos transitórios.Comentávamos de como a tônica do bem e do mal se faria presente em nossos estudos no corrente ano. E falávamos, é evidente, de como seria nosso desencarne e a qual dessas ‘esferas’ seríamos candidatos...

Em determinado momento a pergunta de um dos companheiros tornou-se inevitável:

- ‘Para onde’ iremos, após o nosso desencarne?

Ante os olhos arregalados da maioria, propusemos-lhes uma pequena analogia: imaginemos que todos estejamos nos preparando para ‘essa partida’, para a nossa ‘viagem’ e que nossa mala já esteja preparada. Coloquemos nossa mala sobre a mesa e passemos a examiná-la.

Se estiver com muitas roupas leves, bermudões e camisas floreadas, sandálias multicoloridas... venderemos a ideia de que iremos passar temporada no Caribe ou, se nossos recursos não o permitirem, poderemos ir para mais perto, Florianópolis, por exemplo!

Entretanto, se nossa mala estiver atopetada de agasalhos, muitas roupas de lã, luvas, toucas... é muito provável que estejamos indo para o Alaska, ou, se para mais perto, bem para o Sul, Patagônia, quem sabe?!

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Nas questões espirituais, e mais propriamente por ocasião da falência de nosso corpo físico, o ‘para onde nós iremos’ poderá ter a sua resposta exatamente dentro da mala que temos preparado. Ou, o ‘do que’ estiver ela repleta denunciará o local para onde estaremos indo.

Se nossa mala estiver cheia de tudo aquilo que doamos, e aqui não estamos falando em linguagem paradoxal, mas exatamente dentro da Lei de justiça amor e caridade, nosso ‘destino’ será uma esfera compatível com essa Lei e com o nosso apronto.

Mas se em nossa mala houvermos reunido todos aqueles pertences materiais aos quais estivemos até agora muito apegados, e, convenhamos, vários baús não chegarão, pois precisaremos reunir casa, carros, terras, roupas, sapatos, ouro..., tenhamos a certeza de que todos estes penduricalhos não nos levarão de imediato a lugar nenhum, pois ficaremos conectados, por muito tempo, às tralhas da crosta que passamos uma reencarnação inteira amando e endeusando.

* * *

“Independente da diversidade dos mundos, essas palavras de Jesus (‘há muitas moradas na casa de meu Pai’) também podem referir-se ao estado venturoso ou desgraçado do Espírito na erraticidade. Conforme se ache este mais ou menos depurado e desprendido dos laços materiais, variarão ao infinito o meio em que ele se encontre, o aspecto das coisas, as sensações que experimente, as percepções que tenha (...). Também nisso, portanto, há muitas moradas, embora não circunscritas, nem localizadas.”(ESE, Cap. III, item 2).




  

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita