Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

Convivência e interação familiar


Otimismo e esperança — da mesma forma que o sentimento de impotência e desespero — podem ser aprendidos
. Daniel Goleman


À mesa do restaurante, Pedro, 5 anos, faz birra exigindo o celular da mãe para jogar durante o almoço. Sentada à mesa da cozinha, Laura, 9 anos, se irrita com os pais porque quer uma resposta rápida sobre poder ou não ir à festa de aniversário de um colega de escola na terça-feira à noite. Ambos, apesar de idades diferentes, têm algo em comum: vão tornar-se adultos intolerantes, incapazes de lidar com as frustrações do mundo.

Em primeiro lugar, dar celular ou um tablet em momentos fundamentais à convivência familiar – como é o caso das refeições – não é opção afetiva, mas, sim, uma atitude cômoda e, por isso, um desserviço à educação da criança. Na realidade, o celular e o tablet nessas situações têm somente a função do “cala a boca”, nada além disso. Em segundo lugar, quem sabe o que é melhor para as crianças são os adultos – cabe, então, aos pais decidir se é conveniente à criança ir ou não ir a uma festa de aniversário à noite e em dia de semana.

As crianças gostam de interagir e aprendem pelos exemplos. Melhor do que dar a elas celulares e tablets nos momentos em que a família está reunida, é muito mais adequado lhes oferecer a oportunidade de conviver de modo espontâneo, aprendendo a lidar com as emoções através dos atritos e frustrações.

Há coisas simples que os pais podem fazer para promover a interação familiar, lembrando sempre que são os adultos que orientam a criança. Ao dar limites ao filho pequeno, por exemplo, o pai ou a mãe necessita agir com firmeza. Pois só dessa maneira a criança se sentirá segura com a decisão do adulto.

Em casa, é importante determinar tarefas para as crianças, respeitando sempre a idade e a maturidade delas. Além disso, essa prática acaba por estimular cooperação, responsabilidade e independência.

De outro lado, viver em família supõe os pais estabelecerem regras claras e cumprirem suas promessas. Ainda, os pais podem fazer combinados e já com os filhos pequenos. Antes de sair de casa para um passeio, por exemplo, é conveniente os pais recordarem os acordos familiares: nada de birra, nada de pedir para comprar alguma coisa...

Educar tem a ver com atenção e presença. Por isso, os pais precisam estar disponíveis fisicamente para os filhos e ser sensíveis às suas necessidades. Os pais têm que estar em corpo e alma com eles...

Notinha

Para os pais que trabalham, é importante evitar a atitude do consumo. Não é instrutivo compensar o tempo longe das crianças dando a elas presentes. Ganhar presente só faz sentido em datas especiais.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita