Obsessão e Evangelho
A quem diga que o Espiritismo cria obsessões na
atualidade do mundo, respondamos com os próprios
Evangelhos.
Nos versículos 33 a 35, do capítulo 4, no Evangelho de
Lucas, assinalamos o homem que se achava no santuário,
possuído por um Espírito infeliz, a gritar para Jesus,
tão logo lhe marcou a presença: “que temos nós contigo?”
E o Mestre, após repreendê-lo, conseguiu retirá-lo,
restaurando o equilíbrio do companheiro que lhe sofria o
assédio. Temos aí a obsessão direta.
Nos versículos 2 a 13, do capítulo 5, no Evangelho de
Marcos, encontramos o auxílio seguro prestado pelo
Cristo ao pobre gadareno, tão intimamente manobrado por
entidades cruéis, e que mais se assemelhava a um animal
feroz, refugiado nos sepulcros. Temos aí a obsessão,
seguida de possessão e vampirismo.
Nos versículos 32 e 33, do capítulo 9, no Evangelho de
Mateus, lemos a notícia de que o povo trouxe ao Divino
Benfeitor um homem mudo, sob o controle de um Espírito
em profunda perturbação, e, afastado o hóspede estranho
pela bondade do Senhor, o enfermo foi imediatamente
reconduzido à fala. Temos aí a obsessão complexa,
atingindo alma e corpo.
No versículo 2, do capítulo 13, no Evangelho de João,
anotamos a palavra positiva do apóstolo, asseverando que
um Espírito perverso havia colocado no sentimento de
Judas a ideia de negação do apostolado. Temos aí a
obsessão indireta, em que a vítima padece influência
aviltante, sem perder a própria responsabilidade.
Nos versículos 5 a 7, do capítulo 8, nos Atos dos
Apóstolos, informamo-nos de que Filipe, transmitindo a
mensagem do Cristo, entre os samaritanos, conseguiu que
muitos coxos e paralíticos se curassem, de pronto, com o
simples afastamento dos Espíritos inferiores que os
molestavam. Temos aí a obsessão coletiva, gerando
moléstias-fantasmas.
E, de ponta a ponta, vemos que o Novo Testamento trata o
problema da obsessão com o mesmo interesse humanitário
da Doutrina Espírita.
Não nos detenhamos, diante dos críticos contumazes.
Estendamos o serviço de socorro aos processos obsessivos
de qualquer procedência, porque os princípios de Allan
Kardec revivem os ensinamentos de Jesus, na antiga
batalha da luz contra a sombra e do bem contra o mal.
Do livro Seara dos Médiuns, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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