Um minuto
com Chico Xavier

por Regina Stella Spagnuolo

   

Em carta trocada com Wantuil de Freitas, então presidente da FEB, Chico Xavier refere-se às lutas diárias e ao desânimo como um alerta: [...] Restituo-te a carta do nosso irmão Onésimo e, com esta, dou-te a conhecer o expediente que recebi do Dr. Walter, a quem ele se refere. É a carta, com o modelo de declaração que desejava ele fosse assinada por mim. Vendo eu que se tratava de um documento absurdo e sentindo-me constrangido pela presença de vários jornalistas e autoridades dos “Diários Associados”, dei a declaração escrita, da qual te enviei cópia, negando-me a satisfazer totalmente o que reclamavam de mim. [...] O plano dos nossos perseguidores pode ser engenhoso, entretanto, estou certo de que Jesus nos auxiliará como sempre. As lutas, meu caro Wantuil, são enormes. Chegam de todos os flancos, mas consola-me a certeza de que a obra é de Jesus. Diariamente, peço ao Céu me livre do desânimo. [...]

Novas lutas, novas ciladas. A presença de jornalistas e autoridades dos “Diários Associados” constrange o médium, que se vê forçado a escrever uma declaração negando-se a atender o que solicitavam. Não é difícil avaliarem-se os absurdos exigidos a Chico Xavier. Em todos os tempos os médiuns de boa-fé, honestos e dignos, que trabalham em favor do Bem, têm sido atingidos pela má-fé, pelos mal-intencionados, por todos os que se erigem em donos da verdade ou juízes do mundo. Ao tomarmos conhecimento da enormidade das lutas que Chico Xavier enfrenta no seu dia a dia, imaginamos quão pouquíssimas pessoas suportariam a avalancha de problemas e agressões com que ele se defronta. As lutas são tantas e tão constantes que Chico confessa pedir ao Alto, diariamente, que o livre do desânimo. O desânimo que nasce das próprias dificuldades que se repetem e se renovam, e do cansaço diante das intermináveis refregas que não cessam e que parecem multiplicar-se de um momento para outro. Chico não desconhece que esse estado de espírito é perigoso, sendo capaz de anular o melhor trabalhador. O desânimo tem sido responsável pelo afastamento de muitos companheiros, que acabam por não suportar os constantes embaraços nas tarefas. Mas ele não encontra guarida nesse coração justo e amoroso, pois semanalmente, reunindo todas as forças e recebendo o influxo do Mais Alto, se dirige à sua humilde mesa de trabalho e, como ponte de luz entre as dores do mundo e as bênçãos dos céus, consola os aflitos, enxuga lágrimas e dá notícias de que Jesus prossegue ao nosso lado amando a todos e aguardando-nos nessa trajetória da qual Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida.

 

Do livro Testemunhos de Chico Xavier, de Suely Caldas Schubert.



 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita