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por Hugo Alvarenga Novaes

 

A política e o Espiritismo


Disse Jesus: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”.[1]

Conforme essa exortação do Divino Pegureiro, o Espiritismo nos diz: “Fora da Caridade não há Salvação”.[2]

Caros leitores, indago-lhes: “vocês acham que praticar a caridade lhes basta?”

Não!

O Ínclito Lionês nos mostra categoricamente que: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más”.[3]

Fiz este pequeno preâmbulo para lhes perguntar: “o que acham de nossa política? Principalmente dos políticos?”.

Não quero com isso defender tal ou qual Partido, mas, sim, analisar de acordo com aquilo que o Insigne Mestre de Lyon nos revelou, como também nos asseverou o Amado Galileu.

Então, sejamos bons Espíritas, fazendo uma mudança interior em nossos pensamentos e ações, mas, também conjuntamente, pratiquemos a caridade!

Mas como? – perguntarão muitos.

Simples.

Mediante a Lei do Progresso a que todos nós estamos submetidos, saibamos compreender as atitudes que não condizem com os nossos pontos de vista, como também pratiquemos o ensinamento que o Mestre dos Mestres nos deixou, com o qual iniciei este artigo e, como bons espiritistas e “homens de bem”[4] que aspiramos ser, não maldigamos aqueles que se encontram nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Afinal de contas, legislando em causa própria, esses homens que fizeram ou fazem um mau mandato, indo contrariamente ao seu semelhante, em suma, estes legisladores que têm o poder nas mãos para melhorar a vida do seu próximo através de seus decretos, votos, decisões etc., e não o fazem, provavelmente, quando na erraticidade, antes de reencarnarem, escolheram passar pela prova de mudar a condição como um todo, de seus irmãos, e não conseguiram; faliram no teste a que se submeteram espontaneamente.

Lembremos o que Jesus nos recomendou: “Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas".[5] Como também: "Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem".[6]

Prezados leitores, para que nós compreendamos a Grandiosidade da Bondade do Altíssimo, bem como sua Soberana Justiça, façamos uma analogia como se os políticos fossem alunos da Escola de Deus.

Reparem bem. Não estou, como se diz, “batendo o martelo”, mas, quiçá os políticos que acabamos de mencionar, numa próxima reencarnação, voltem como um ser reles ou, talvez, esses indivíduos sejam degredados para mundos inferiores ao nosso, para que neles, com boas ideias e ações, possam contribuir, assim fazendo com que o povo daquele orbe onde reencarnarão possam progredir, agora, com a ajuda daqueles políticos que na existência pregressa não conseguiram fazer. Executando bem seu trabalho, eles passarão de ano. Não é mesmo?

Ah! Que não confundam. Esses políticos não regrediram, espiritualmente falando, pois estão como homens, não como animais ou plantas. Fato que, pela Doutrina Espírita, seria impossível acontecer. Somente aqueles que acreditam na metempsicose admitiriam assim.

Apenas com finalidade elucidativa, observemos o que nos mostra a Wikipédia a tal respeito: "Metempsicose (gr. μετεμψύχωσις, meta “além de”, psiquê “alma”) é o termo genérico para transmigração ou teoria [1] da transmigração da alma, de um corpo para outro, seja este do mesmo tipo de ser vivo ou não. Essa crença não se restringe à reencarnação humana, mas abrange a possibilidade de a alma humana encarnar em animais ou vegetais. Era uma crença amplamente difundida na Pré-história e na Antiguidade, sendo encontrada entre os egípcios, gregos, romanos, chineses e na Índia etc. Entre os budistas tibetanos essa migração é possível, embora muito rara (os budistas descrevem várias formas de reencarnação, sob vários contextos diferentes). Os esquimós e outros povos mantêm a mesma convicção.

O termo é encontrado em Pitágoras e Platão. Acredita-se que Pitágoras aprendeu seu significado com os egípcios, que, por sua vez, aprenderam com os indianos. A problemática desse raciocínio é a divergência entre as crenças. Platão e os indianos não acreditavam na metempsicose. Utilizavam o termo na ausência de outro como sinônimo de reencarnação. Já os egípcios, estes sim, acreditavam na metempsicose (como ela é descrita aqui). Dessa maneira, sendo o termo grego, há polêmica quanto ao seu significado.

A Doutrina Espírita opõe-se à doutrina da metempsicose, pois a transmigração da alma do homem para o animal implicaria na ideia de retrogradação evolutiva, o que entra em desacordo com um dos principais pontos da doutrina que diz que o Espírito pode estacionar, mas nunca retroceder ou involuir.[7]

Bem, sejamos bons Cristãos e consequentemente bons Espíritas. Recordemos mais uma vez os dizeres do Sublime Messias de Nazaré: “Se amardes aos que vos amam, que mérito há nisso? Pois também os pecadores amam aos que os amam”.[8] Sei que é difícil, mas para o bem de nosso próprio Espírito, oremos por eles!

Observação: Para aqueles que desejem se aprofundar nesse tema, eu recomendo verdadeiramente o livro editado pela FEB, chamado: “Espiritismo e Política”, de autoria do nosso confrade Aylton Guido Coimbra Paiva.


 


[1] João 13: 34-35.

[2] KARDEC, A. O Evangelho segundo o Espiritismo, Rio de Janeiro: 1996, p. 245.

[3] Ibidem, p. 276.

[4] Ibidem, p. 272.

[5] Mateus 7: 12.

[6] Lucas 6: 31.

[7] https://bit.ly/2xA9hWY acessado em 24/06/2019, às 18h23.

[8] Lucas 6: 32.


 


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita