A política e o
Espiritismo
Disse Jesus: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis
uns aos outros; assim como eu vos amei a vós, que também
vós vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que
sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”.[1]
Conforme
essa exortação do Divino Pegureiro, o Espiritismo nos
diz: “Fora da Caridade não há Salvação”.[2]
Caros
leitores, indago-lhes: “vocês acham que praticar a
caridade lhes basta?”
Não!
O Ínclito
Lionês nos mostra categoricamente que: “Reconhece-se o
verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos
esforços que emprega para domar suas inclinações más”.[3]
Fiz este
pequeno preâmbulo para lhes perguntar: “o que acham de
nossa política? Principalmente dos políticos?”.
Não quero
com isso defender tal ou qual Partido, mas, sim,
analisar de acordo com aquilo que o Insigne Mestre de
Lyon nos revelou, como também nos asseverou o Amado
Galileu.
Então,
sejamos bons Espíritas, fazendo uma mudança interior em
nossos pensamentos e ações, mas, também conjuntamente,
pratiquemos a caridade!
Mas como?
– perguntarão muitos.
Simples.
Mediante a
Lei do Progresso a que todos nós estamos submetidos,
saibamos compreender as atitudes que não condizem com os
nossos pontos de vista, como também pratiquemos o
ensinamento que o Mestre dos Mestres nos deixou, com o
qual iniciei este artigo e, como bons espiritistas e
“homens de bem”[4] que
aspiramos ser, não maldigamos aqueles que se encontram
nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Afinal de
contas, legislando em causa própria, esses homens que
fizeram ou fazem um mau mandato, indo contrariamente ao
seu semelhante, em suma, estes legisladores que têm o
poder nas mãos para melhorar a vida do seu próximo
através de seus decretos, votos, decisões etc., e não o
fazem, provavelmente, quando na erraticidade, antes de
reencarnarem, escolheram passar pela prova de mudar a
condição como um todo, de seus irmãos, e não
conseguiram; faliram no teste a que se submeteram
espontaneamente.
Lembremos
o que Jesus nos recomendou: “Fazei aos homens tudo o que
queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem
a lei e os profetas".[5] Como
também: "Tratai todos os homens como quereríeis que eles
vos tratassem".[6]
Prezados
leitores, para que nós compreendamos a Grandiosidade da
Bondade do Altíssimo, bem como sua Soberana Justiça,
façamos uma analogia como se os políticos fossem alunos
da Escola de Deus.
Reparem
bem. Não estou, como se diz, “batendo o martelo”, mas,
quiçá os políticos que acabamos de mencionar, numa
próxima reencarnação, voltem como um ser reles ou,
talvez, esses indivíduos sejam degredados para mundos
inferiores ao nosso, para que neles, com boas ideias e
ações, possam contribuir, assim fazendo com que o povo
daquele orbe onde reencarnarão possam progredir, agora,
com a ajuda daqueles políticos que na existência
pregressa não conseguiram fazer. Executando bem seu
trabalho, eles passarão de ano. Não é mesmo?
Ah! Que
não confundam. Esses políticos não regrediram,
espiritualmente falando, pois estão como homens, não
como animais ou plantas. Fato que, pela Doutrina
Espírita, seria impossível acontecer. Somente aqueles
que acreditam na metempsicose admitiriam assim.
Apenas com
finalidade elucidativa, observemos o que nos mostra a
Wikipédia a tal respeito: "Metempsicose (gr.
μετεμψύχωσις, meta “além de”, psiquê “alma”) é o termo
genérico para transmigração ou teoria [1] da
transmigração da alma, de um corpo para outro, seja este
do mesmo tipo de ser vivo ou não. Essa crença não se
restringe à reencarnação humana, mas abrange a
possibilidade de a alma humana encarnar em animais ou
vegetais. Era uma crença amplamente difundida na
Pré-história e na Antiguidade, sendo encontrada entre os
egípcios, gregos, romanos, chineses e na Índia etc.
Entre os budistas tibetanos essa migração é possível,
embora muito rara (os budistas descrevem várias formas
de reencarnação, sob vários contextos diferentes). Os
esquimós e outros povos mantêm a mesma convicção.
O termo é
encontrado em Pitágoras e Platão. Acredita-se que
Pitágoras aprendeu seu significado com os egípcios, que,
por sua vez, aprenderam com os indianos. A problemática
desse raciocínio é a divergência entre as crenças.
Platão e os indianos não acreditavam na metempsicose.
Utilizavam o termo na ausência de outro como sinônimo de
reencarnação. Já os egípcios, estes sim, acreditavam na
metempsicose (como ela é descrita aqui). Dessa maneira,
sendo o termo grego, há polêmica quanto ao seu
significado.
A Doutrina
Espírita opõe-se à doutrina da metempsicose, pois a
transmigração da alma do homem para o animal implicaria
na ideia de retrogradação evolutiva, o que entra em
desacordo com um dos principais pontos da doutrina que
diz que o Espírito pode estacionar, mas nunca retroceder
ou involuir.[7]
Bem,
sejamos bons Cristãos e consequentemente bons Espíritas.
Recordemos mais uma vez os dizeres do Sublime Messias de
Nazaré: “Se amardes aos que vos amam, que mérito há
nisso? Pois também os pecadores amam aos que os amam”.[8] Sei
que é difícil, mas para o bem de nosso próprio Espírito,
oremos por eles!
Observação: Para aqueles que desejem se aprofundar nesse
tema, eu recomendo verdadeiramente o livro editado pela
FEB, chamado: “Espiritismo e Política”, de autoria do
nosso confrade Aylton Guido Coimbra Paiva.
[2] KARDEC,
A. O Evangelho segundo o Espiritismo, Rio
de Janeiro: 1996, p. 245.
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