Joias da poesia
contemporânea

Espírito: Antero de Quental

 

Magna dor

 
Interroguei ansioso a Dor um dia:

— “Quem te enviou cruel à nossa estrada?

Por que buscas a vida acorrentada

Aos tormentos da sombra e da agonia?!

 

Certo, emerges da noite espessa e fria,

Em que nunca aparece a madrugada…

Vens do abismo de boca escancarada

Onde a angústia das trevas não tem dia…”

 

Mas a Dor respondeu: — “Cala-te e lida!

Eu sou a inesperada luz da vida,

Não procures o bem no campo inverso!

 

Ouve! sem meu luzente archote errante

O homem — cansado e mísero viajante

Viveria sem rumo no Universo.”

 

Do livro Estrelas no chão, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita