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por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

 

Medo do desconhecido, medo da morte


Qual é a mais útil das ciências?

Será a ciência do bem? Da paz, da esperança, da alegria, da sabedoria ou da felicidade?

Jesus diria que a melhor ciência é a de vivenciar as leis divinas e amar o próximo como a si mesmo.

Sócrates informaria que a fórmula seria conhecer a si mesmo.

Humberto de Campos, em mensagem pelo Chico Xavier, diria que a mais útil das ciências seria treinar as pessoas para a morte. Tarefa que foi designada para as religiões, mas que estas a transformaram em rituais, dogmas e mistérios – afirmando que é oculto ao homem saber os mistérios da vida e da morte.

Essa é uma viagem que todos teremos de fazer. Atravessar o túnel da sombra para a luz, porque todos já vivemos na Vida Eterna, apenas agora estamos presos a um corpo denso de carne. A morte do corpo é a libertação de nosso Espírito.

O corpo volta para a terra e o Espírito volta para Deus, que nos criou e nos ama, mais do qualquer outro ser.

Por isso todas as ciências nos edificam, mas o que nos transforma são as vivências praticadas por nós no dia a dia. Se, para termos uma boa noite de sono e sonho, temos que ter um bom dia de trabalho, de cumprimento do nosso dever, para uma passagem tranquila da morte para a Vida Plena, devemos cultivar o saber, atividades no bem e ações nobres.

Conta uma pequena fábula oriental que, estando um dia um sultão tranquilo em seu palácio na cidade de Damasco (uma das cidades conhecidas mais antigas), um jovem e forte rapaz, que fazia parte de sua guarda, apareceu-lhe nervoso, dizendo que tinha de partir imediatamente para Bagdá, implorando o favor ao soberano, que lhe emprestasse o mais veloz cavalo de sua cavalaria.

De Damasco, hoje capital da Síria, a Bagdá, a capital do atual Iraque, a viagem seria longa, de muitos quilômetros.

O Sultão, surpreso, quis saber por que ele tinha tanta pressa de ir para Bagdá.

– Porque – respondeu o jovem –, ao passar agora mesmo pelos jardins do palácio, vi a Morte ali postada. Quando ela me avistou, estendeu os braços, como a me ameaçar. Não há tempo a perder. Tenho de fugir o mais rápido e distante possível.

O xeique deu ao agitado soldado o consentimento para que usasse o melhor cavalo do palácio. Tendo ele partido, o soberano desceu aos jardins e ali encontrou a Morte.

Então, indignado, gritou: Como se atreve a vir aqui fazer gestos ameaçadores ao meu guardião?

A Morte, serena, explicou:

– Asseguro a Vossa Majestade que não o ameacei. Ergui apenas os braços, de surpresa, por vê-lo aqui. Tenho um encontro marcado com ele esta noite, em Bagdá.


Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é editor da Editora EME.

 


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita