O lado fraco
Não apenas os médiuns.
Viste, muita vez, os melhores amigos iludidos na boa-fé.
Muitos que se acreditavam resguardados pelo dinheiro
caíram em miserabilidade pela exaltação da própria
cobiça.
Outros, que se supunham inacessíveis à tentação,
desceram para as furnas do vício, arrastados pela
fraqueza do sentimento.
Grandes inteligências, categorizadas por infalíveis,
rolaram na lama, por se haverem levantado em pedestais
de orgulho.
Criaturas que consideravas como sendo poemas de beleza
sublime desfiguraram-se à pressa, mostrando máscaras de
agonia, pelo abuso do prazer.
Pregadores do heroísmo social e doméstico acabaram no
suicídio, escorregando na vaidade.
Nobres tarefeiros do progresso pararam a máquina da
própria ação, em meio do caminho, corroídos pelo
desânimo.
Ninguém existe, no mundo, invulnerável ao erro. Todos
nós, encarnados e desencarnados, em aprimoramento na
Terra, somos sujeitos à ilusão, através dos pontos
frágeis que apresentemos na construção dos próprios
valores para a vida maior.
Em várias circunstâncias, enganamo-nos, todos, em
matéria de posse, em problemas de família, em questões
de influência, em convites do sexo, em apelos a
honrarias ou em assuntos que se referem à preservação de
nosso conforto...
Se surpreendes, assim, o companheiro em posição de
queda, ajuda-o a reerguer-se para o trabalho digno, sem
perda de tempo em comentários inúteis.
Se a natureza da falta te parece tão grave que te sentes
inclinado à condenação dele, entra no mundo de ti mesmo
e pede a Deus te ilumine a alma.
E, através da oração, a bênção divina te fará perceber
onde guardas também contigo a brecha triste do lado
fraco.
Do livro Seara dos Médiuns, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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