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por Orson Peter Carrara

 

Solução é não ser solitário, nem ocioso


A vaga tristeza que se apodera do coração, quase que de maneira imperceptível, levando a pessoa a considerar amarga a existência, chama-se melancolia. Se não combatida no íntimo pode desencadear estados de angústia profunda e depressão.

Este abatimento se revela, muitas vezes, através de pequenos contratempos do cotidiano, coisas simples e corriqueiras que assumem cores mais escuras que a realidade. Ouvir uma reprimenda, tirar notas baixas na escola, desentender-se com um familiar…

Qualquer motivo acaba desencadeando esse estado de melancolia, que, diga-se de passagem, precisamos combater. Uma das maneiras de enfrentar a melancolia é identificar o agente causador e, o mais rápido possível, atacar a raiz do problema, solucionando-o.

Isso nos faz lembrar a história de “…um professor muito estimado pela espontaneidade e alegria que dele emanava. Todos o procuravam quando passavam por dificuldade.

Quando ele via alguém com um semblante tristonho a caminho de sua sala, ele pegava um papel e uma caneta e perguntava: ‘Qual é o problema?’ À medida que a pessoa ia falando ele ia anotando todas as queixas: notas baixas, briga com o melhor amigo, derrota no esporte, um resfriado…

Em grande parte, as situações eram coisas simples e de fácil solução, se buscada com seriedade. Normalmente, as pessoas que iam conversar com ele, ao olhar as muletas que ficavam escoradas na sua escrivaninha e que denunciavam a paralisia do jovem mestre, sentiam-se envergonhadas por entristecer-se por tão pouco”.

A melancolia pode ser estimulada por uma mágoa, um pneu furado, uma dificuldade amorosa, um dia vazio, um bolso vazio, um estômago vazio, um coração vazio…

Mentalmente, pode-se puxar um papel e escrever exatamente o que provoca esse estado de infelicidade, e trabalhar por eliminá-lo. Algumas coisas são imodificáveis, outras não; identificá-las é que diferencia o homem sereno do homem melancólico.

Aos primeiros sinais de melancolia pode-se utilizar antídotos: sair da rotina e fazer algo diferente, que desejava há muito tempo, mas nunca tivera oportunidade de fazer; dedicar-se a dar alegria a alguém, sem exigir absolutamente nada em troca; adquirir novos conhecimentos, leituras, amizades; buscar na memória momentos da vida em que sentiu extrema felicidade…

A melancolia está diretamente ligada ao estado de espírito da solidão e do ócio. Então, a solução é não ser solitário, nem ser ocioso. Se formos ociosos, não sejamos solitários. Se formos solitários, que não sejamos ociosos.

Todos temos algo a desempenhar, seja junto à família ou à coletividade. A felicidade, presente e futura, depende do cumprimento dessa tarefa, com alegria, sempre.


Nota do autor: este artigo é uma adaptação de texto original de Luís Roberto Scholl, de Santo Ângelo-RS.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita