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Divaldo Franco: “Todos
temos o dever de fazer algo de bom em favor do próximo”
Nos dias 22 e 23 de agosto, concluindo seu périplo pelo
Rio Grande do Sul, o conhecido orador visitou as cidades
de Santa Cruz do Sul e Novo Hamburgo
Em Santa Cruz do Sul, no dia 22 de agosto de 2019, o
Seminário intitulado O Sentido da Vida,
apresentado por Divaldo Franco, médium espírita,
humanista e pacifista, teve sua abertura abrilhantada
pelo Coral da UNISC - Universidade de Santa Cruz do Sul,
encantando o público que lotou o Teatro Colégio Mauá com
cerca de setecentos e cinquenta presenças, harmonizando
o ambiente.
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Juan Danilo Rodríguez Mantilla, equatoriano, médico,
espírita e que atualmente reside na Mansão do Caminho,
desenvolvendo um belíssimo projeto trabalhando com os
portadores com necessidades especiais e que acompanha
Divaldo Franco em suas viagens, saudou o público em nome
da mansão Caminho, sendo o portador de mensagens de
otimismo, destacando que cada dia possui as suas
próprias necessidades. Essas, naturalmente sendo
compreendidas, ensejam oportunidades para se descobrir
qual é o sentido da vida. Na Mansão do Caminho, o
sentido da vida é servir ao próximo, aprendendo a viver,
a dar esperança conforme o Espiritismo orienta, sendo
feliz ao desenvolver o amor puro e transcendente, sem
esperar nada de ninguém. O sentido da vida pode ser,
também, o de ter alegria de viver com muita esperança e
confiança na providência divina.
Divaldo Franco, ao se expressar, asseverou que o grande
sentido da vida é construir a identificação entre o EGO
e o SELF. Ao apresentar os fatos vividos por Viktor
Frankl (1905-1997), médico psiquiatra austríaco, autor
dos livros Em Busca de Sentido e Um Sentido
para a Vida, Divaldo Franco evidenciou com este
exemplo a possibilidade que todos possuem em estabelecer
um significado para vida, independente das condições em
que o ser humano se encontre. Viktor Frankl, por ser
judeu, foi preso com sua esposa e seus pais pelas tropas
nazistas, a Gestapo, e segregados em campos de
concentração. Todos os seus familiares foram mortos pelo
regime nazista, foram cerca de 180 até maio de 1945,
quando a Grande Guerra teve fim.
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Ele decidiu estabelecer para si, ainda preso, um sentido
existencial profundo: sobreviver àquelas terríveis
condições para poder, posteriormente, denunciar os
horrores do holocausto produzido pelos nazistas e,
assim, despertar nos indivíduos uma consciência e
responsabilidade a respeito da dignidade humana.
Filho de família rica, Viktor Frankl, formou-se em
psicologia e psiquiatria, tendo sido amigo de Sigmund
Freud (1856-1939) e Alfred Adler (1870-1937). O
incansável conferencista destacou que Viktor Frankl
somente sobreviveu por ter estabelecido uma meta, um
sentido para a sua vida. Fazia parte do Colégio de
Sábios, em Viena, na Áustria. O médico austríaco é o
fundador da escola da Logoterapia que explora o sentido
existencial do indivíduo e a dimensão espiritual da
existência. Sobrevivem todos os que se fazem fortes e
que suportem altas cargas emocionais. A força do sentido
da vida é impressionante, e Jesus dá esse sentido para a
vida. Esse sentido é o de viver além da vida. Embora não
possua tudo, tem paz, diluindo a personalidade sem
perder a individualidade.
A vida de Viktor Frankl foi a busca para encontrar o
sentido da vida. Sua existência era a de um homem que
não se preocupava, inicialmente, com a religião.
Aprisionado pelos alemães, deixou de ser um homem, um
indivíduo, perdeu a identidade, o motivo para viver, a
razão principal do existir, para ser somente um número.
Ao chegar no primeiro campo de concentração, Auschwitz,
foi despido, seus pelos raspados, recebendo no braço uma
tatuagem estampando o número 119.104. Ele somente não
foi assassinado porque teve uma meta, um objetivo para a
vida, embora tenha passado por alguns dos mais cruéis
campos de concentração, onde os assassinatos e os
suicídios eram numerosos todos os dias. Resistiu e fez
um pacto com a sua consciência: viver para poder relatar
ao mundo o que os nazistas faziam, tornando-se
testemunha ocular e viva. Eles podiam matar, transformar
as aparências, mas jamais poderiam aniquilar as ideias.
Assim, o fundador da Logoterapia atingiu um sentido
psicológico para a vida ainda maior, o de ser útil. Ele
foi poupado, ajudando outros prisioneiros. Para não
enlouquecer, estabeleceu uma meta, um significado para a
sua vida, ela deveria valer a pena de ser vivida,
dignificando-se ao se tornar servidor. Oportunamente, os
nazistas estabeleceram uma estratégia, anunciaram que
iriam transferir alguns prisioneiros para um campo de
concentração mais ameno. Viktor Frankl estava nesta
lista, porém, antes de embarcar, um prisioneiro polonês
lhe suplicou trocar de lugar com ele, pois tinha
familiares o esperando. Viktor Frankl titubeou, seguir
para outro campo era a esperança, permanecer significava
a morte. Ante a súplica contundente, cedeu seu lugar. O
outro, já dentro do trem, acenou-lhe com alegria.
Ao cair da tarde a notícia se espalhou no campo, o trem
fora diretamente para um campo de concentração vizinho e
todos foram dizimados nas câmaras de gás. Viktor Frankl
havia sido poupado. Em outra oportunidade, já no final
da guerra, os alemães em desespero trabalhavam
afanosamente para apagar os vestígios do holocausto.
Viktor Frankl foi designado para explodir alguns
pavilhões, e esgueirando-se por entre eles, foi puxado
para dentro do pavilhão dos pestosos, o pavilhão que os
alemães não entravam para não se contaminarem. A mão
vigorosa que o puxara era a de uma psiquiatra que o
patriarca da família Frankl havia custeado os estudos.
Dizia ele, o pai de Viktor Frankl, que uma pessoa que
tem um ideal nobre deve ter o apoio. Viktor Frankl havia
sido poupado mais uma vez.
Finda a guerra, e liberto, Viktor Frankl retornou a
Viena, à sua casa, que já não era mais a mesma. Voltou a
escrever o seu tratado de psiquiatria. Criou a
Logoterapia, ciência que explora o sentido existencial
do indivíduo e a dimensão espiritual da existência,
demonstrando a necessidade do ser humano de encontrar um
sentindo psicológico profundo para a vida, sendo a meta
essencial amar e servir ao próximo. A proposta de Viktor
Frankl, como de outros, é fascinante porque é a proposta
do Cristo. Todos possuem um objetivo na vida. - Qual é o
sentido de sua vida? Indagou o nobre conferencista
baiano.
Divaldo Franco, em seu incansável objetivo de servir,
narrou mais alguns casos, destacando que os que possuem
um significado, um sentido para a vida, são felizes,
possuindo a alegria de viver, porque escolheram servir,
e não serem servidos. Eloquente, Divaldo destacou a
necessidade de cada indivíduo encontrar um objetivo para
a vida. Se ainda não encontrou, experimente dar a sua
vida para alguém, dedique-se a esse alguém, faça algo de
bom em memória de alguém. Narrando suas experiências com
os seus filhos adotivos, Divaldo era pai e mãe ao mesmo
tempo, estabeleceu um sentido para sua vida, amar
indistinta e veladamente, entregando-se ao amor sem
reservas. Assim, viva para que os outros tenham vida,
fazendo o bem.
No início do segundo bloco do seminário, Juan Danilo
interpretou ao violão, musicando uma poesia de Amélia
Rodrigues. Divaldo Franco destacou a Questão 685-a de O
Livro dos Espíritos, onde os tutelares divinos
afiançam que a educação é o único recurso para se
modificar o mundo, não somente a educação intelectual,
mas a educação moral, aquela que consiste na arte de
formar os caracteres, a que incute hábitos. A educação é
o conjunto dos hábitos adquiridos. Deste modo, desde a
fase infantil, todos vão estabelecendo seus ideais, o
que desejam ao se tornarem adultos. São os sonhos, os
objetivos, o sentido para a vida. Todos necessitam de
uma meta, de ter ideais, de dar significado para a vida,
preenchendo os vazios existenciais, não se permitindo a
ociosidade. Todos têm o dever de fazer algo de bom em
favor do próximo, mudando a estrutura do pensamento,
dando um sentido para a vida, dando uma beleza ao
sentido existencial.
Trazendo emotividade e amenizando o árido tema, Divaldo
Franco narrou a comovente história do menino Bill que
sonhava se tornar um bombeiro da cidade de Los Angeles,
na Califórnia-EUA. Bill se encontrava em fase terminal,
sua mãe telefonou aos Bombeiros solicitando uma visita.
O Comandante disse-lhe que iria visitá-lo, e que poderia
fazer muito mais. Assim aconteceu, Bill foi visitado
pelo Comandante que se fez acompanhar de mais nove
bombeiros. O Comandante disse a Bill que ele se tornaria
bombeiro mirim na semana seguinte. Bill renovou suas
forças, superou-se e aguardou. Na data, lá estavam os
bombeiros para transportar Bill ao quartel, onde seria
incorporado ao grupo. Recebeu uniforme e equipamentos.
Naquele instante soou o alarme de incêndio. Um incêndio
de pequenas proporções irrompeu nos arredores de Los
Angeles. O agora bombeiro Bill foi convocado para
debelar as chamas. Ele era a felicidade. Fremia de
prazer e alegria. Extinto o foco de incêndio, retornaram
ao quartel, e Bill para o hospital. Mais uma semana. Ele
piorou, estava por desencarnar. O Comandante foi
acionado pela mãe de Bill, solicitando a presença de um
bombeiro naqueles instantes derradeiros. O Comandante
informou que poderia fazer muito mais. Destacou seus
homens para visitar Bill, entrando em seu quarto
hospitalar pela janela, usando uma escada especial. Ali,
ao lado de Bill, se postaram dez bombeiros, o Comandante
disse-lhe: - Bombeiro Bill! Estou te dando permissão
para te ausentar de nossa corporação. Está na hora de te
apresentar ao Comandante Supremo. Bill fechou seus
olhos. Ouvia-se o Toque de Silêncio, magistralmente
executado pelo corneteiro, ecoando pelo hospital.
Educar os filhos, preparando-os para a vida,
acompanhando-os no crescimento e nas experiências de
suas fases de vida é dever de todos os pais. Amar é
educar, é dar uma meta para a vida, amar é preencher os
vazios da vida. Asseverou Divaldo Franco que a
humanidade já experimentou a guerra, a traição e outras
mil coisas e não deu certo, por que não experimentar,
então, o amor?
Demonstrando a experiência do amor, o Semeador de
Estrelas narrou fatos jocosos, alegres, provocando o
riso terapêutico, ao tempo em que orientou ao estudo do
Espiritismo, recomendando que o fosse realizado a partir
de O Livro dos Espíritos, seguindo nas demais
obras, na cronologia de seus lançamentos - O Livro
dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo,O
Céu e o Inferno e A Gênese -, bem como
estudar outras obras de Allan Kardec.
Jesus está sempre voltando aos corações abertos para
acolhê-LO. Após cada crise o progresso avança, é a
evolução em constante desenvolvimento. Finalizando o
profícuo encontro, Divaldo Franco desejou que cada
indivíduo pudesse alcançar o ideal do bem, a prática do
sorriso, a missão da solidariedade, a volta ao lar, à
família, à fraternidade.
Novo Hamburgo
Concluindo mais um roteiro doutrinário no Rio Grande do
Sul, Novo Hamburgo recepcionou Divaldo Franco no dia 23
de agosto, realizando um seminário abordando o tema: O
Vazio e o Sentido Existencial, levado a efeito no
Teatro da Feevale que ficou lotado com a presença de mil
e duzentas e cinquenta pessoas.
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O momento musical, belo e harmonioso, elevou o padrão
vibratório do ambiente, preparando a sequência, quando
Juan Danilo Rodríguez, companhia sistemática a Divaldo
Franco, se expressou destacando que o vazio existencial
está presente em muitos momentos da vida das pessoas,
pois que para muitos falta um objetivo, algo importante
a ser alcançado e realizado. Tendo musicado um poema de
Amélia Rodriguez, Juan Danilo, ao violão, cantou a
esperança e o desejo de ser alguém na existência,
construindo um sentido para a vida, sentindo-se útil,
prestando atenção na vida, construindo uma meta
nobilitante.
Divaldo Franco, dedicado servidor do Cristo, discorreu
sobre a vida e a visão de muitos que idealizaram e
realizaram importantíssimos avanços em todas as áreas em
que o homem transita, destacando-lhes as qualidades,
notadamente seus ideais, o sentido de suas vidas, como
por exemplo: Mohandas Karamchand Gandhi (1869-1948),
idealizador e fundador do moderno Estado indiano e
paquistanês, o maior defensor do Satyagraha como um meio
de revolução. Sendo mais conhecido como Mahatma Gandhi,
cunhou a seguinte frase: Se um único homem alcançar a
mais elevada qualidade de amor, isso será suficiente
para neutralizar o ódio de milhões. Narrando a história
deste notável homem, Divaldo Franco, asseverou que todos
os indivíduos que estabelecerem um sentido para as suas
vidas se tornarão vencedores, pois se armarão de
esperança, determinação e perseverança, vencendo todos
os obstáculos que a vida possa apresentar.
Percorrendo o pensamento dos filósofos pré-socráticos,
de Pitágoras, e de outros modernos, o orador
incomparável fez ressaltar o que havia de comum entre
todos, eles tinham um sentido para a vida e os vazios
existenciais eram de pequena monta. Toda a criatura que
ama não experimenta vazios existências, sendo possuidora
de sentido existencial, de ideais nobres. O amor,
sublime expressão divina, é pelo ser humano colocado em
marcha, notadamente através da caridade salvadora. A lei
de amor, segundo Albert Einstein (1879-1955), é a mais
importante dentre as demais que sustentam o universo - a
da gravidade, o eletromagnetismo, a força nuclear forte
e a força nuclear fraca. Quando a criatura humana
aprender a amar, não terá mais que conviver com o vazio
existencial.
O ser humano, uma criatura complexa, avança para a
plenitude conquistando conhecimento, sabedoria e amor.
No campo científico e intelectual os avanços são
fenomenais, e por facilitar a vida, conduz inúmeros a
experimentarem a depressão, que poderá levá-los ao
suicídio, porque se baseiam nos falsos valores do
egotismo. Neste campo dos ideais, a humanidade
geralmente encontra dois polos, os ideais nobilitantes e
os ideais negativos, destruidores, como registra a
história da humanidade.
Apesar das conquistas tecnológicas, permitindo ao homem
desfrutar momentos intensos e de aparente felicidade,
deprime-se pela própria facilidade da tecnologia,
havendo um declínio muito grande no comportamento
humano, que perdido de si mesmo, estorcega entre
lágrimas de desesperança, tendo perdido os ideais de
vida, o significado da existência.
Como o tema foi árido, e por entender que o sorriso é
salutar, Divaldo Franco conduziu o público para o
exercício da risoterapia, aliviando tensões. Há que se
primar por manter a família em elevado patamar moral,
ela que está sendo degradada e vilipendiada. Cada época
transmite à sua sucessora parcela do conhecimento
acumulado, bem como dos comportamentos humanos, nem
sempre em acordo com as Leis Divinas e com o Evangelho
de Jesus. Os indivíduos devem preencher o vazio
existencial, a ausência de valores nobres, com a
presença de Deus, que deve ser buscado com ênfase,
coragem e muita determinação.
Ainda aprisionado pela materialidade, o homem deve
esforçar-se por elevar-se moralmente, reservando alguns
momentos diários para a transcendência, conforme ensina
a psicóloga e psicoterapeuta clínica Elisabeth Lukas
(1942-). Ela é uma das mais famosas sucessoras de Viktor
Frankl, fundador da Logoterapia, a psicoterapia útil e
centrada.
Ter um objetivo para a vida é muito importante, deve ser
construído em bases morais nobres. A ciência espírita
afiança que nada morre, somente se modifica. Adotar a
ética do bem-viver é possuir paz, é amar sob quaisquer
condições. Todas as tentativas arquitetadas
anteriormente pelo ser humano fracassaram, está na hora
de tentar o amor. O instinto reage, a razão age.
Para que o homem encontre a plenitude é necessário
estabelecer e praticar um ideal nobre, servindo,
dedicando-se a outrem sem nada esperar em troca, amar
tão somente. Espíritos de envergadura moral mais elevada
estão auxiliando a humanidade do Planeta Terra a
evoluir. Os que se mantêm recalcitrantes estão sendo
retirados da psicosfera da Terra. Espíritos nobres estão
reencarnando para auxiliar no progresso moral do ser
humano.
O orador de escol orientou a que não se tenha medo de
ser feliz, embora experimentando algumas tristezas. O
sentido de felicidade está nas circunstâncias em que
ocorre. Ter metas, ideais, dar sentido à vida, ser
solidário, ser útil, é dignificar a vida, e a Doutrina
Espírita, oferecendo oportunidades de trabalho, faz com
que o ser humano desabroche para a caridade, pois que
fora dela, não haverá salvação. Assim, preencha a vida
com doações energéticas, faça-se útil a alguém. Nós
falamos a Deus pela oração, Ele nos responde pela
inspiração. Todos necessitam de coragem para realizar a
autoanálise.
Divaldo Franco, acometido por fortíssimas dores,
solicitou em todos os momentos em que se dirigiu ao
público a permissão para falar sentado, atendendo a uma
rigorosa orientação médica. Ao encerrar seus
pronunciamentos, como de hábito, Divaldo pôs-se
respeitosamente em pé, apesar das fortes dores que o
acometem, emocionando os presentes que o ouviam com
atenção nas noites gélidas por onde passou.
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Declamou ora
o Poema da Gratidão, ora o Meus Deus e Meu Senhor, ambos
de Amélia Rodrigues. Esse é um gesto simbólico em
gratidão aos presentes, aquecendo corações e mentes com
ternura e amor,
Em gratidão, uma forte e calorosa salva de palmas, ampla
e prolongada, foi a atitude de reconhecimento ao
excelente trabalho apresentado. Foi o exercício da
generosidade mútua. O Semeador incansável lançou a
semente do amor, restando a cada um fazê-la germinar em
seus corações.
Nota do Autor:
As fotos desta reportagem são de Jorge
Moehlecke.