União
Compadece-te e ajuda, a fim de que possas servir na
união para o bem.
Não fosse a bondade do lavrador que ampara a semente
seca, não receberias na mesa o conforto do pão.
Não fosse o trabalho do operário que assenta tijolo por
tijolo, não disporias de segurança, no alicerce do
próprio lar.
Isso acontece nos elementos mais simples. Repara, porém,
a atitude da vida para que ninguém falte à comunhão do
progresso.
Não condena ela o paralítico porque não ande. Dá cadeira
de rodas.
Não malsina os olhos enfermos. Brune lentes protetoras.
Não relega os mutilados à própria sorte. Faz recursos
mecânicos.
Não se revolta contra os ignorantes que lhe torcem as
diretrizes. Acende a luz da escola.
Não aniquila os loucos que lhe injuriam as leis.
Acolhe-os generosamente no regaço do hospício.
Imitando o sentimento da vida, sejamos, uns para os
outros, quando preciso, a muleta e o remédio. Olvidemos
os defeitos do próximo, na certeza de que todos nos
encontramos sob o malho das horas, na bigorna da
experiência.
Tolerância é o cimento da união ideal. E só a união faz
a força.
Entretanto, há força e força. Reúnem-se milhões de gotas
e criam a fonte. Congregam-se milhões de fagulhas e
formam o incêndio.
Pensa um pouco e entenderás que é sempre muito fácil
ajuntar os interesses da Terra e fazer a união para o
bem da força, mas apenas entesourando as qualidades do
Cristo na própria alma é que nos será possível, em
verdade, fazer a união para a força do bem.
Do livro Seara dos Médiuns, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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