151 anos atrás nascia o carioca Cairbar Schutel, o Bandeirante
do Espiritismo
Jornalista, escritor e
orador nascido no dia 22 de setembro de 1868 no Rio de
Janeiro, além dos livros que escreveu sobre o
Espiritismo, Cairbar legou-nos o jornal O Clarim e
a Revista
Internacional de Espiritismo
No túmulo de Cairbar Schutel, na cidade paulista de
Matão, de que foi o primeiro Prefeito, está gravada esta
frase: “Vivi, vivo e viverei, porque sou imortal”,
sugerida por ele próprio na primeira comunicação que deu
momentos depois de sua desencarnação, ocorrida em 30 de
janeiro de 1938, quando ele contava 69 anos de idade.
Filho do casal Anthero de Souza Schutel e Rita Tavares
Schutel, aos 17 anos de idade Cairbar mudou-se para o
Estado de São Paulo, onde trabalhou como farmacêutico em
Piracicaba, Araraquara e depois em Matão, localidade em
que viveu durante 42 anos e onde se tornou espírita.
Casado com
Maria Elvira da Silva e Lima, Cairbar não teve filhos.
Quando Matão foi elevado à categoria de município, ele
foi escolhido para ser o primeiro Prefeito da
localidade, função que exerceu por duas vezes, no
período de 28 de março de 1899 a 15 de outubro de 1900.
De formação católica, começou, quando adulto, a receber
durante sonhos frequentes a visita de seus pais, que
faleceram quando ele era criança e não havia ainda
completado 10 anos de idade. Os sonhos acabaram
levando-o ao contato com os fenômenos espíritas e ao
conhecimento do Espiritismo, por intermédio inicialmente
de Quintiliano José Alves e Calixto Prado, que
realizavam sessões mediúnicas em casa, das quais Cairbar
passou a participar. O fato ocorreu quando ele já
residia em Matão.
Assim que se tornou espírita, fundou o Grupo Espírita
Amantes da Pobreza, hoje Centro Espírita O Clarim,
instalado no dia 15 de julho de 1905. No mês seguinte,
no dia 15 de agosto de 1905, fundou o jornal O Clarim e,
duas décadas depois, no dia 15 de fevereiro de 1925, a Revista
Internacional de Espiritismo. Ambos os periódicos
circulam até hoje.
Depois da imprensa escrita, surgiu, com o advento do
rádio na década de 1930, uma nova possibilidade de
divulgação do Espiritismo, e Cairbar, antenado com as
novidades da época, tornou-se um dos pioneiros da
divulgação espírita pelas ondas do rádio, transmitindo
suas hoje célebres conferências radiofônicas pela Rádio
Cultura de Araraquara, fato que se deu no período de 19
de agosto de 1936 a 2 de maio de 1937. As conferências
foram depois, ainda em 1937, reunidas em livro.
Ao mesmo tempo em que essas atividades se desenvolviam,
Cairbar fundou a Casa Editora O Clarim e dedicou-se com
afinco à tarefa do livro, legando-nos 17 obras que os
estudiosos do Espiritismo não podem deixar de conhecer.
Ei-las:
1. Espiritismo
e Protestantismo - setembro de 1911
2. Histeria
e Fenômenos Psíquicos - dezembro de 1911
3. O
Diabo e a Igreja - dezembro de 1914
4. Espiritismo
para crianças - 1918
5. Interpretação
sintética do Apocalipse - 1918
6. Cartas
a Esmo - 1918
7. Médiuns
e Mediunidades - agosto de 1923
8. Gênese
da Alma - setembro de 1924
9. Espiritismo
e Materialismo - dezembro de 1925
10. Fatos Espíritas e as Forças X... - maio de 1926
11. Parábolas
e Ensinos de Jesus - janeiro de 1928
12. O
Espírito do Cristianismo - fevereiro de 1930
13. A
Vida no Outro Mundo - outubro de 1932
14. Vida
e Atos dos Apóstolos - fevereiro de 1933
15. Preces
espíritas - 1936
16. Conferências
Radiofônicas - setembro de 1937
17. O
Batismo – 1937.
Pelas datas em que suas obras foram escritas, percebe-se
que Cairbar não teve, em sua formação doutrinária,
nenhuma influência das obras que Emmanuel, André Luiz e
tantos outros escreveram por intermédio de Chico Xavier.
Com efeito, até o dia da desencarnação de Cairbar, em 30
de janeiro de 1938, Chico Xavier só havia dado à luz 4
obras:
1. Parnaso
de Além-Túmulo (por Espíritos diversos) - 1932
2. Cartas
de uma morta (por Maria João de Deus) - 1935
3. Palavras
do Infinito (por Espíritos diversos) - 1936
4. Crônicas
de Além-Túmulo (por Humberto de Campos) – 1937.
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Se os livros de Cairbar Schutel, especialmente A Vida
no Outro Mundo, fossem conhecidos e lidos, oradores
famosos como Leopoldo Machado e |
tantos outros certamente não ficariam surpresos
com as informações contidas no livro Nosso
Lar, primeira obra de André Luiz, quando ela
surgiu em 1944. |
Só esse fato mostra a importância do trabalho de Cairbar,
que se revelou muito à frente do seu tempo e, por esse
motivo, permanece atual, embora passados mais de 80 anos
de seu retorno à vida espiritual.